Governo de SC apresenta cenário epidemiológico da dengue e ações previstas para 2024
Foto: Ricardo Trida/SECOM
O Governo do Estado realizou uma entrevista coletiva nesta quinta-feira, 25, para apresentar o cenário epidemiológico da dengue em Santa Catarina, que já registra 900% a mais de casos em comparação com o mesmo período do ano passado. Além disso, anunciou a integração das pastas do governo, com o objetivo de auxiliar no enfrentamento das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti no Estado ao longo de 2024. O Grupo de Ações Coordenadas (GRAC) passa a se reunir semanalmente a partir da próxima semana.
Previamente ao encontro, aconteceu uma reunião técnica de trabalho que contou com a presença de autoridades, entre elas o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, a vice governadora Marilisa Boehm, a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, o superintendente de Vigilância em Saúde, Fábio Gaudenzi, além de representantes de outras pastas do governo e de entidades de classe, como a Fiesc, Facisc, FCDL, Cosems e Fecam.
“Estamos nos antecipando. Em 2023, trabalhamos muito no combate à dengue e começamos no mês de março, quando os casos começaram a aumentar. Mas, percebemos que neste ano vai ser preciso começar agora em janeiro. O calor e as chuvas contribuem para o aumento dos casos e precisamos unir esforços. Além dos repasses que estão previstos, toda a estrutura de governo vai se envolver nessa prevenção. Um exemplo disso é o Detran, que vai assinar com o Tribunal de Justiça, um termo para esvaziar os depósitos de carros pelo estado”, destacou o governador.
Com a integração das pastas e das entidades, a expectativa é desencadear medidas, de forma intersetorial e reforçar as ações já realizadas pela Secretaria de Estado da Saúde para enfrentamento da dengue.
“Peço que todos repassem informações para combater essa doença, que mata. Todas as secretarias vão fazer vistorias nos seus espaços e agora, todos cidadãos também tem papel fundamental pela frente”, alertou a vice governadora Marilisa Boehm.
Para a secretária de Estado da Saúde, Carmen Zanotto, Santa Catarina não está isolada no combate à doença. “O país inteiro vive o aumento de casos da dengue. Mas o poder público não vai dar conta sozinho. Todos precisam fazer a sua tarefa, de eliminar os criadouros do mosquito. Vistoriar sua casa, seu ambiente de trabalho. Cobrar dos vizinhos. E fazer isso uma vez por semana”, alerta.
De acordo com os dados divulgados na coletiva, o estado já tem 4.043 casos prováveis de dengue. Um óbito pela doença também já foi confirmado. Além disso, já foram identificados mais de cinco mil focos do mosquito Aedes aegypti em 186 municípios, sendo que 154 já são considerados infestados.
Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor atrás dos olhos e manchas vermelhas na pele. Podem ocorrer também náuseas e vômitos.
Todos os casos de dengue devem ser monitorados quanto à presença de sinais de alarme, que são os seguintes: dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos, hipotensão postural, sangramentos de mucosa, letargia (sonolência) ou irritabilidade.
“O principal tratamento da dengue é a hidratação adequada. Por isso, desde a entrada na unidade de saúde até a alta, a recomendação é receber hidratação, seja via oral ou injetável, a depender dos critérios de classificação do caso. Isso é essencial para evitar a evolução para gravidade dos casos. Para ter uma ideia, uma pessoa suspeita de dengue, de 60 quilos, deve ingerir mais de 3 litros de líquidos por dia de tratamento em sua residência”, explica Fábio Gaudenzi, médico infectologista e superintendente de Vigilância em Saúde de SC.
Vacina da dengue em SC
Ainda durante a coletiva, a secretária de Saúde destacou o papel da vacina contra a dengue. “Nesse primeiro momento, 13 municípios vão receber doses para crianças de 10 a 14 anos e isso vai acrescentar ao que já estamos planejando de ações para o Estado para prevenir a doença. Mas não é a solução. Ainda assim precisamos desse esforço de todos para não deixar o mosquito nascer”, explica Carmen Zanotto.
A SES ainda aguarda as informações oficiais do Ministério da Saúde sobre a chegada das doses para, então, divulgar como vai acontecer a aplicação da vacina no Estado.