Vigilância Epidemiológica confirma 304 casos de gripe pelo vírus Influenza em SC
A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) registrou até a última terça-feira, 6, 304 casos confirmados de gripe pelo vírus Influenza em Santa Catarina. Do total, 129 são casos de Influenza A (H1N1), 75 de Influenza A (H3N2), dois por Influenza A (não subtipado) e 83 pelo vírus Influenza B.
Também foram confirmados mais seis óbitos de gripe por Influenza no Estado. Os pacientes eram moradores de Araranguá (1), Jaraguá do Sul (2), Guaramirim (1), Massaranduba (1) e São José (1). Do início do ano até ontem, foram confirmados 20 óbitos de gripe por Influenza, 19 pelo subtipo viral Influenza A (H1N1) e um pelo Influenza B. Dois óbitos suspeitos de gripe estão em investigação, aguardando resultado do Laboratório Central de Saúde Pública de Santa Catarina (Lacen).
Foto: Jaqueline Noceti/Secom
Os dados mostram que o município de Jaraguá do Sul tem o maior número de casos confirmados de gripe por Influenza até o momento. Foram 54 casos confirmados, sendo 28 do vírus Influenza A (H1N1), 13 do vírus Influenza A (H3N2), sete relacionados ao Influenza B e seis são vírus Influenza A que estão aguardando a subtipagem pelo Lacen. O município de Joinville apresenta um total de 30 casos confirmados, dos quais 13 por Influenza A (H1N1), nove por Influenza A (H3N2), cinco por Influenza B e três Influenza A aguardando subtipagem.
Segundo os dados divulgados, na Região da Grande Florianópolis, a capital tem 16 casos confirmados, sendo 11 pelo vírus Influenza A(H1N1), dois pelo Influenza A (H3N2), e três pelo Influenza B. O município de São José tem 12 casos confirmados, com cinco por Influenza A (H1N1), cinco de Influenza A (H3N2) e dois pelo Influenza B. No Sul do Estado, a cidade de Criciúma tem 12 casos confirmados, 11 pelo Influenza B e um pelo vírus Influenza A (H1N1). No Oeste, Chapecó tem oito casos confirmados, cinco pelo Influenza B, dois pelo Influenza A (H1N1) e um pelo Influenza A (H3N2).
Tratamento tardio
Dos 20 pacientes que evoluíram a óbito, 15 iniciaram o tratamento tardiamente, após o quinto dia do início dos sintomas. A orientação da DIVE é iniciar o tratamento nas primeiras 48 horas, tendo em vista que o antiviral (Oseltamivir) é mais eficaz neste período.
Segundo Eduardo Macário, gerente de Imunização da DIVE, dos 20 óbitos, 12 tinham algum fator de risco associado e as pessoas pertenciam a grupos prioritários para vacinação. “Nove eram portadores de doenças crônicas ou fatores associados a agravamento e três eram idosos com idade superior a 60 anos”, destacou Macário e acrescentou que destes, dois idosos e um portador de doença crônica haviam sido vacinados neste ano contra a influenza.
O período de 21 a 27 de julho foi o que mais registrou casos confirmados de gripe por Influenza, com um aumento de 68% no número de notificações de casos de gripe no Estado em relação à semana anterior, com 25 casos confirmados. “Este aumento coincidiu com a passagem de uma frente fria que provocou temperaturas negativas e neve em várias regiões do Estado”, lembra Macário.
A Vigilância Epidemiológica identificou-se a circulação dos vírus influenza A (H1N1), A (H3N2) e o Influenza B, praticamente em todas as regiões do Estado, com um maior número na Região de Jaraguá do Sul. A DIVE recomenda que todos os serviços de saúde permaneçam em alerta para identificação, diagnóstico e tratamento precoce e adequado de casos suspeitos, principalmente as crianças, gestantes, puérperas, idosos e portadores de doenças crônicas relacionadas às cardiopatias, síndromes metabólicas, pneumopatias, em especial asma brônquica e nefropatias.
Gripe em Jaraguá do Sul
No início do mês, a equipe técnica da DIVE esteve novamente reunida em Jaraguá do Sul com o secretário de saúde, equipes da atenção básica, vigilância em saúde e representantes dos hospitais São José e Jaraguá, além da equipe da Gerência Estadual de Saúde. Na reunião foram traçadas estratégias para atendimento emergencial dos casos de gripe no município e região e discutido um plano de contingência.
No mesmo dia, a equipe da DIVE, em conjunto com a Vigilância Epidemiológica de Jaraguá do Sul e Gerência Estadual de Saúde, participou de uma reunião com os diretores de escolas da região onde foram passadas informações sobre medidas de precaução e prevenção à gripe em ambientes escolares.
Prevenção nas escolas
Fábio Gaudenzi, diretor da DIVE, diz que não está indicada a suspensão de aulas e outras atividades para controle de surto de influenza como medida de prevenção e controle de infecção. “Tais medidas são comprovadamente ineficazes para conter a disseminação da gripe, pois mesmo fechando as escolas, os estudantes ficam expostos ao vírus em outros ambientes. Além disso, a escola pode ser útil na identificação precoce da doença”, explica Gaudenzi.
Por isto, ele recomenda ser importante que os alunos realizem a higiene das mãos com água e sabão ou com álcool e gel, principalmente depois de tossir e espirrar e evitem tocar os olhos, nariz e boca após contato com superfícies potencialmente contaminadas. “É importante também que as pessoas não usem as mãos ao tossir ou espirrar. Elas devem, preferencialmente, utilizar lenço de papel descartável ou mesmo o antebraço, e evitar contato com pessoas que apresentem sintomas de gripe”, orienta o diretor da Dive.
Outras medidas que devem ser tomadas são relativas à higiene ambiental. É preciso manter as salas limpas, arejadas e janelas abertas. Os bebedouros devem ser higienizados pelo menos uma vez ao dia, devendo a escola disponibilizar copos individuais para os estudantes e funcionários beberem água sem levar a boca ao bebedouro. A limpeza dos ambientes deve ser feita com água sanitária. O álcool gel deve ser usado na limpeza de objetos manipulados por várias pessoas.
Além disso, Gaudenzi recomenda que cada estabelecimento de ensino defina formas de conscientizar os estudantes e funcionários sobre os sintomas da gripe. “A disseminação das regras de etiqueta respiratória, lavagem das mãos, procedimentos em caso de suspeita da doença e disponibilização de álcool gel são extremamente importantes”, enfatiza.
Os sintomas da gripe costumam ocorrer entre dois a três dias após o contágio, durando em média uma semana. Febre alta permanente e dificuldade de respirar são sinais que podem indicar agravamento do quadro, principalmente se ocorrer em crianças, idosos, gestantes, puérperas e portadores de doenças crônicas, como doenças cardíacas, pulmonares, diabetes, imunossuprimidos, obesos entre outros grupos mais vulneráveis que fizeram parte do grupo prioritário para vacinação contra a gripe.
O gerente de Imunização da DIVE, Eduardo Macário, destaca ser fundamental que a gripe tenha um diagnóstico rápido e tratamento adequado. “Aos primeiros sinais de gripe, principalmente nesta época do ano, as pessoas devem procurar as unidades de saúde. Os profissionais estão alertados sobre o perigo da gripe e todas as unidades de saúde estão abastecidas com o antiviral Fosfato de Oseltamivir (Tamiflu), que deve ser dispensado gratuitamente mediante receita médica”, complementa Macário.
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Ana Paula Bandeira
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