Fotos: Richard Casas

A vice-governadora Marilisa Boehm participou do lançamento da campanha Política sem Violência – Mulheres respeitadas, Democracia fortalecida. O evento foi realizado no plenário da Câmara dos Vereadores de Balneário Camboriú na noite desta quinta-feira, 8.

Marilisa contou que começou a trabalhar como delegada da Polícia Civil no início da década de 1990 em Joinville. E, aos 24 anos de idade, após fundar a primeira Delegacia da Mulher no município, enfrentou muita resistência e preconceito meramente por ser mulher. Diante de críticas e até ameaças de fechamento da unidade ela resistiu e construiu uma carreira de quase três décadas tendo, inclusive, sido delegada regional. “Podemos assumir cargos e funções como os homens porquê não somos diferentes. Somos mulheres que, como qualquer homem, temos capacidade, temos inteligência”, afirmou. Para ela, a violência contra a mulher, em qualquer esfera, é intolerável. “E quando atinge a política, fere a democracia. Lugar de mulher é na política, no poder e onde ela quiser estar”, comentou.

A campanha iniciada em Balneário Camboriú, que foi idealizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Mulher e Família, por meio do Departamento de Políticas Públicas para as Mulheres, conta com o apoio da Procuradoria Especial da Mulher da Câmara dos Vereadores e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher. A iniciativa tem como objetivo dar visibilidade à violência política de gênero, além de conscientizar a sociedade, fortalecer o enfrentamento ao problema e promover um ambiente político mais justo, para que as mulheres possam exercer seus direitos sem serem silenciadas por causa de seu gênero.

Acolhimento

A vice-governadora também relatou ao público que o Governo de Santa Catarina se dedica diariamente para oferecer um atendimento de qualidade e acolhimento, garantindo que cada mulher tenha acesso a serviços essenciais para o seu bem-estar e qualidade de vida. “Somos o estado que mais realiza cirurgias eletivas no Brasil, e boa parte desses procedimentos é dedicada a atender as mulheres. Nos hospitais, investimos em tecnologia e em melhorias na infraestrutura para trazer conforto e segurança ao atendê-las em todos os momentos de suas vidas. Nas maternidades, além de cuidarmos com carinho de cada nova vida que chega, também cuidamos da saúde integral da mulher, porque acreditamos que fazer isso é cuidar do futuro de todos”, explicou.

Marilisa destacou que o Governo do Estado busca abrir portas para o mercado de trabalho para as mulheres com programas como o Universidade Gratuita, que possibilita às catarinenses a opção de escolher carreira que querem seguir, independente da condição da financeira. Ela citou também o incentivo ao empreendedorismo feminino. “Por meio do Pronampe Mulher investimos mais de R$ 100 milhões em linhas de crédito para apoiar e fortalecer as micro e pequenas empresas com participação feminina, reconhecendo sua importância no cenário econômico e garantindo autonomia financeira para as catarinenses”. Os resultados já apareceram em 2024. Dados da Jucesc mostram que em outubro do ano passado Santa Catarina registrou um crescimento de 10,9% na abertura de novas empresas, com 65.361 negócios criados. E a participação feminina continua a crescer, com 40,5% dos 87.244 novos sócios sendo mulheres.

Marilisa falou sobre iniciativas voltadas para as mulheres que o governo lançou março de 2024. Por meio da Fapesc, saíram os editais Mulheres+Tec e Mulheres+Pesquisa, com um investimento recorde de R$ 9,3 milhões para apoiar empreendedoras e pesquisadoras do Estado. E no mesmo mês, o Estado deu início a outros dois compromissos. Um deles é o SC por Elas, com o objetivo é incentivar a adesão à lei que determina a reserva de vagas para mulheres vítimas de violência em editais de contratação de empresas para prestação de serviços continuados e terceirizados na administração pública estadual.

O outro foi o edital da Fapesc para selecionar profissionais graduados e pós-graduados que vão fazer um diagnóstico das mulheres que vivem em Santa Catarina. Esta é a primeira etapa do Plano estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, iniciativa da vice-governadora em parceria com a Secretaria de Estado da Assistência Social, Mulher e Família. “Com os resultados deste trabalho, vamos conhecer as diferentes realidades de cada região e assim poderemos criar políticas específicas e muito mais eficientes”, avaliou.

A vice-governadora relatou ainda que a segurança das mulheres é outra prioridade para o governador Jorginho Mello e para ela. Por meio de diversos programas acontece a prevenção e o combate à violência contra as mulheres. Alguns exemplos são os programas PCI por Elas, com uma equipe exclusiva do sexo feminino para atender vítimas de violência; Polícia Civil Por Elas, que assegura o acolhimento delas; a Rede Catarina, que faz o atendimento às mulheres vítimas de violência; o Botão do pânico, ferramenta que garante atendimento de urgência; e as Salas Lilás, que são um local de atendimento especializado dentro das delegacias para mulheres vítimas de violência. “Santa Catarina tem nome de mulher e por aqui todas recebem dignidade, autonomia e respeito. Porque quando as mulheres prosperam, todos nós prosperamos”, concluiu.

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Jornalista Alessandro Bonassoli
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