Vice-governadora participa de lançamento de jogo voltado a adolescentes para o combate à violência contra mulheres
A vice-governadora Marilisa Bohem participou do lançamento do jogo de tabuleiro “Maria no Jogo: Saindo do Ciclo da Violência”. Voltada para despertar entre adolescentes a conscientização sobre o problema da violência contra as mulheres, a ferramenta criada pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Balneário Camboriú foi apresentada na tarde desta sexta-feira, 3.
O evento, realizado no Centro de Inteligência Emocional Casa da Família, reuniu cerca de 200 pessoas. “Estou muito feliz, pois já fui delegada de Polícia e sei o sentimento de dor e sofrimento destas mulheres vítimas de violência física, psicológica, emocional e patrimonial”, disse a vice-governadora. Para ela, a ideia é excelente por dois motivos. Por um lado, desperta desde cedo a consciência das meninas sobre seus direitos, a existência de legislação e da rede protetiva voltada a elas e a todas as mulheres, além de estratégias para que elas evitem entrar em situações de violência. Por outro, mostra aos meninos o quanto agressões de qualquer tipo podem prejudicar suas irmãs, amigas, mães e futuras companheiras, bem como as consequências previstas na Lei Maria da Penha para os agressores.
Marilisa deixou claro durante o evento que o enfrentamento à violência contra mulheres é um dos objetivos do governador Jorginho Mello e dela. “Contamos com o trabalho competente das polícias Civil e Militar, que fazem atos preventivos e atuam na repressão ao crime, além do Ministério Público e da Assembleia Legislativa. Mas estamos atuando também na resolução de outra face do problema. A violência é uma questão cultural histórica, que será erradicada com iniciativas como essa, que contam com o nosso apoio. Quanto mais cedo as crianças aprendem o que é correto, além de agirem do modo certo na vida adulta, ainda passam a cobrar que os pais também passem a agir do mesmo modo”, afirmou.
O jogo, que foi criado em uma parceria da unidade com universitários e o curso de Psicologia da Univali, mostra com cartas, dados e peões o caminho percorrido pelas mulheres para saírem do ciclo de violência. “A importância dele é a prevenção, pois o foco são adolescentes na faixa de 14 anos, para conscientizá-los sobre o mal que é a violência gerada contra as mulheres”, destacou a delegada Rute Henn, titular da DPCAMI de Balneário Camboriú. Segundo ela, a ferramenta será levada às escolas da cidade, durante as palestras que a delegacia costuma fazer. Também em uma parceria com o programa Ação por Elas, da Procuradoria da Mulher do município, a iniciativa será inserida em grupos de mães, como uma alternativa para levar informação às mulheres que ainda têm medo de enfrentar o problema.
O jogo fala não só sobre legislação, medidas protetivas, como e quando elas podem ser requeridas, mas também sobre as crenças que estimulam a violência contra a mulher. Coordenadora das DPCAMIs do Estado, a delegada Patrícia Zimmermann contou que muitas das mulheres que são vítimas de feminicídios não passam pela ação da polícia, não denunciam seus agressores. Segundo ela, até que a mulher perceba que está sendo vítima de violência o ciclo pode levar meses e até anos. “Então, se a gente tem uma ferramenta que identifica as formas de violência, não há dúvida de que o jogo é uma inovação muito importante. E por ser voltado, em princípio, para adolescentes é outra vantagem, pois é de pequeno que se educa”, avaliou