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Udesc pesquisa doença parecida com Aids em aves

Um artigo da aluna Eduarda Caroline Pick, do curso de Zootecnia do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), questiona se a galinha tem uma doença parecida com a Aids ao descrever uma enfermidade que acomete somente aves e tem origem no mesmo vírus que atinge os humanos.

O trabalho da acadêmica, publicado no último suplemento Sul Brasil Rural, encartado a cada 15 dias no jornal Sul Brasil, editado em Chapecó, constata que a Doença Infecciosa da Bursa (DIB), também chamada de Gumboro, deixa os animais com falta de apetite, desidratados e indefesos imunologicamente, podendo morrer facilmente por outros agentes infecciosos, assim como pessoas que têm Aids.

Com o título “Será que a galinha tem Aids?”, a aluna reconhece que o enunciado do artigo pode causar surpresa ao leitor, “mas depois de descrevermos a Doença Infecciosa Bursa, fica evidente que tal analogia não é tão absurda assim”.

A pesquisa teve a supervisão da professora-adjunta do Departamento de Zootecnia da Udesc Oeste e da pós-graduação em Ciência Animal do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Udesc Lages, Lenita Moura Stefani.

Doença irreversível e vacinação

A doença de Gumboro foi identificada pela primeira vez no Brasil na década de 1970, mas somente a partir de 1990 surgiram grandes surtos afetando drasticamente a produção agrícola.

De acordo com o trabalho da aluna da Udesc Oeste, não existe tratamento para a doença, que é irreversível. “Para evitá-la, é necessário adotar um bom sistema de vacinação e medidas de biossegurança, já que o vírus pode permanecer até 12 meses no galpão avícola se o vazio sanitário for curto ou também através de aves silvestres que podem ser portadoras do vírus”.

A DIB afeta aves jovens, de três a sete semanas de idade e pode causar até 80% de mortalidade em um lote. “A porta de entrada do vírus ocorre via oral, pelas vias respiratórias e oculares e, em menos de 24 horas, já se encontra em seu alvo principal, a Bursa de Fabricius, uma pequena bolinha cheia de pregas na região interna da cloaca das aves, rica em linfócitos B, que são as células responsáveis pela produção de anticorpos”.

A infecção provoca o desaparecimento dessas células e a ave se torna imunodeprimida e mais suceptível a outras doenças “Felizmente” – diz a pesquisa – “esta doença não afeta o homem, só acomete as aves”.

Eduarda lembra no seu artigo que o Brasil, maior exportador de carne de frango e o terceiro maior produtor mundial, vem ao longo dos anos desenvolvendo programas de vacinação cada vez mais eficazes, “fazendo com que doenças como a DIB diminuam, garantindo ao consumidor um alimento saboroso, seguro e de baixo custo”.

Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
E-mail: valmor.pizzetti@udesc.br
Telefones: (48) 3321-8142/8143