Udesc Lages realiza atendimento especializado em animais silvestres
Pelo menos 11 animais silvestres estão abrigados no Hospital de Clínica Veterinária do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages. O último a ser atendido foi um veado campeiro, socorrido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) depois de ser atropelado na BR-282, no início do mês. Ele morreu devido à gravidade dos ferimentos.
O trabalho especializado é uma ação conjunta realizada pelo professor Aury Nunes de Moraes, juntamente com dois alunos do curso de Mestrado em Ciência Animal, Maria Helena Baldini e Bruno Lunardeli. Os profissionais do hospital também dão suporte ao atendimento.
O setor abriga ainda o projeto de extensão de Acompanhamento de Animais Silvestres do Planalto Catarinense e conta com a colaboração de bolsistas e alunos do Grupo de Estudos em Animais Silvestres (Geas), da Udesc Lages. No ano passado, foram atendidos 85 animais, número já superado em 2014, segundo o professor.
“A caça é proibida, mas ainda assim há quem desrespeite. Cada animal que você salva é um reprodutor e contribui para continuação da espécie”, afirma Moraes. Segundo ele, entre os animais mais comuns que chegam ao hospital, estão papagaios, tucanos de bico verde, curicacas, quero-queros, raposas, veados, bugios e alguns animais exóticos como porquinhos da índia, coelhos e calopsitas.
Além de prestar atendimento, os integrantes do Geas se reúnem semanalmente em seminários e palestras para aprimorar conhecimento na área. O grupo existe desde 2003 e foi criado pelos próprios estudantes. Já a disciplina é oferecida pelo curso de Medicina Veterinária desde 1996.
Como funciona o atendimento
Todo animal silvestre que é recolhido pela Polícia Ambiental, pelo Ibama, pela PRF ou pela concessionária responsável pela BR-116 na região e precisa de cuidados médicos é encaminhado para o Hospital de Clínica Veterinária da Udesc Lages, onde passa por tratamento e, inclusive, por cirurgia nos casos necessários.
Além do atendimento, o grupo trabalha na tentativa de reintrodução das espécies em seus habitats naturais. “Nós cuidamos dos animais e preparamos para a reintrodução. Aqueles que não têm condições de soltura são encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Florianópolis”, explica Moraes.
Nos próximos meses, os estudantes do mestrado têm a missão de ensinar uma coruja-de-igreja a voar em cativeiro. O animal chegou ao hospital em julho, com fratura exposta, passou por cirurgia e colocação de pinos e está em fase de recuperação. “Ela nunca voou. Era pequena quando chegou aqui”, lembra a aluna Maria Helena Baldini.
O aumento no número de animais feridos é um desafio para o grupo. A maior dificuldade do setor é falta de espaço. Segundo Moraes, a direção do hospital autoriza a realização de todos os procedimentos clínicos e cirúrgicos sem custo, o que é fundamental na recuperação dos animais. O professor está em busca de apoio, parcerias e recursos para o projeto a fim de melhorar a qualidade do atendimento.
Assessoria de Comunicação da Udesc Lages
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