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SINAB: Polícia Científica estabelece primeiras relações entre crimes cometidos com armas de fogo no estado

Fotos: Ricardo Trida/Secom

Depois da adesão de Santa Catarina ao Sistema Nacional de Análise Balística-SINAB, anunciada pelo Governo do Estado no início de agosto deste ano, crimes violentos cometidos com armas de fogo começam a ser solucionados com mais agilidade e exatidão. Isso graças à tecnologia que compila informações de projéteis coletados durante as perícias nas cenas de crime, permitindo saber se o mesmo armamento foi usado em mais de uma ocorrência. Em pouco mais de um mês de funcionamento, duas investigações policiais já foram auxiliadas pela ferramenta.

A perita-geral da Polícia Científica de Santa Catarina (PCI), Andressa Boer Fronza, ressalta o avanço significativo que a adesão ao SINAB representa para a Segurança Pública, em relação à capacidade de identificar ligações por meio de armamentos e munições. Segundo a gestora da PCI, o sistema integra todas as unidades da Federação e a Polícia Federal, criando uma rede eficiente de comparação entre os vestígios. Para isso, os dados são armazenados em um banco nacional.

Perita-geral Andressa Fronza destaca avanços para a Segurança Pública

“O estado de Santa Catarina é conhecido pela competência e eficiência de suas forças de segurança na elucidação de casos e no combate à criminalidade. Com o novo laboratório de análise balística, a Polícia Científica amplia de forma significativa o seu potencial de identificar crimes de mesma autoria ou praticados com a mesma arma. Isso gera impacto positivo tanto no grau de resolutividade das investigações quanto no trabalho desempenhado pelo Poder Judiciário”, explica.

O sistema está em fase de implantação e testes, atendendo inicialmente a região Norte do estado. A tecnologia utilizada pelo SINAB está entre as mais avançados do mundo, sendo utilizada pelas forças de segurança de mais de 80 países, entre os quais, Estados Unidos, Canadá, Argentina, Dinamarca, Escócia, Reino Unido, Noruega e Suécia, além da Interpol (International Criminal Police Organization).

Perito criminal Rafael Zardo é responsável pelo laboratório de análises balísticas da PCI

Resultados confirmam eficácia

O perito criminal Rafael Franco Zardo, responsável pelas atividades desenvolvidas no laboratório de análises balísticas da Polícia Científica, em Joinville, conta que na terceira semana o sistema já apontou a primeira correlação, ligando dois crimes praticados em diferentes cidades da região Norte com a mesma arma de fogo. Em outro caso, ocorrido em pouco mais de um mês de funcionamento, dois homicídios praticados em Joinville foram correlacionados pelo sistema, visto que os artefatos de munição encontrados em ambos os locais partiram da mesma arma de fogo.

“Esses dois resultados confirmam a efetividade da ferramenta para a elucidação dos crimes. Sem dúvida, os dados armazenados no Banco Nacional de Perfis Balísticos – e fornecidos pelo SINAB – abrem caminhos para que Santa Catarina alcance números ainda mais expressivos no trabalho da Segurança Pública. Essas informações são de fundamental importância na investigação de delitos cometidos com armas de fogo, como roubos e homicídios”, destaca.

Marcas internas produzidas pelos disparos permitem identificar armamento

Como funciona

No momento do disparo, a interação das peças de uma arma de fogo com os elementos de munição (projéteis e estojos) produzem marcas internas únicas. Isso permite individualizar e identificar cada arma de fogo, de forma análoga ao uso de impressões digitais para identificação de seres humanos.

Com o uso de microscópios ópticos, peritos criminais realizam a identificação por meio de exame de microcomparação balística (ou confronto balístico). Para isso, é necessário encaminhar a arma suspeita para coleta de padrões e confrontação contra os elementos de munição coletados em local de crime ou retirados de cadáver.

Banco de dados do SINAB amplia eficiência dos exames de confronto balístico

O SINAB é capaz de capturar imagens digitais dos elementos de munição e armazená-las em um banco de dados. A ferramenta gera uma assinatura balística para as imagens e, por meio delas, realiza correlações automatizadas contra as demais imagens do banco de dados, ranqueando-as em ordem de maior probabilidade de confronto positivo.

Assim, produz aumento significativo da eficiência dos exames de confronto balístico, permitindo ligar crimes cometidos com uma mesma arma de fogo, mesmo quando não há suspeita para solicitação do exame. Além disso, a ferramenta possibilita maior número de associações entre a arma de fogo e os vestígios balísticos coletados não somente no estado, mas também em todo território nacional.

Ferramenta associa armas de fogo e vestígios balísticos coletados em todo o país
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Escrito por:

Gabriela Farias | PCI

Assessoria de comunicação da Polícia Científica de Santa Catarina

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