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SC Transplantes comemora resultados obtidos no primeiro semestre

A Secretaria de Estado da Saúde e a equipe da SC Transplantes comemoram os números de doações obtidos no primeiro semestre desse ano. De janeiro a junho, a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos de Santa Catarina registrou 103 doações efetivas. O número é maior do que o alcançado no mesmo período no ano passado, quando foram feitas 92 doações.

Em 2014, a SC Transplantes conseguiu 202 doações, marca considerada histórica. “No primeiro semestre desse ano tivemos 103 doações de órgãos. Se continuarmos assim, até o final de 2015 teremos um novo recorde, pois, historicamente, o segundo semestre tende a ser muito melhor que o primeiro”, projeta Joel de Andrade, coordenador Estadual da SC Transplantes.

Nos primeiros seis meses desse ano foram realizados 626 transplantes de órgãos e tecidos, com 326 de córneas, 111 de rim, 63 de esclera, 53 de fígado, 36 de medula óssea, 20 de osso, 6 de rim e pâncreas,10 de válvula e um de coração.

“O aumento de doações de órgãos e tecidos é muito importante para diminuir a fila de pessoas que aguardam por transplantes. Atualmente, o número chega a 757”, informa Andrade. As maiores filas são para transplantes de rins (343), córneas (229), fígado (75) e medula óssea (62).

Capacitação contínua

O coordenador da SC Transplantes também destaca a preparação contínua dos profissionais em comunicar as famílias da morte do paciente. “O nosso grande diferencial é que desenvolvemos técnicas para melhor acolher as famílias que perdem seus entes queridos”, explica Andrade.

Hoje, mais de 600 profissionais de urgência (médicos, enfermeiros, psicólogos, entre outros) de todo o Estado estão treinados para melhor proceder no momento doloroso e difícil de comunicar a morte de um parente aos seus familiares. “A doação é um consentimento da família. Por isso, os profissionais precisam estar bem preparados para dar a notícia da morte de um parente e conversar com os familiares sobre a possibilidade da doação”, complementa Joel de Andrade.

Queda na taxa de negativa familiar

Outro dado importante observado pelo coordenador Estadual da SC Transplantes refere-se à queda na taxa de negativa familiar para a doação de órgãos de pacientes com morte encefálica.

Apenas 35% das famílias dizem não para doação de órgãos. Mas houve grande avanço, pois em 2007 a negativa era de 70% .“Nossa meta é chegar a 15% de recusa familiar, o mesmo percentual da Espanha, país que seguimos como exemplo”, pondera Joel de Andrade.

SC Transplantes

A estrutura da SC Transplantes foi elaborada com base no modelo de doação utilizado na Espanha. Além da coordenadoria, existem grupos nas unidades hospitalares. “Esses grupos são compostos por profissionais do próprio hospital que trabalham na identificação de potenciais doadores, no apoio do diagnóstico de morte encefálica e nas entrevistas com os familiares”, esclarece Andrade.

Quem pode doar

Todos podem doar órgãos e tecidos. Não é necessário deixar nada por escrito, basta comunicar sua família sobre o desejo da doação. A doação de órgãos só acontece após autorização familiar.

Como é o processo de doação de órgãos

1º) Detecção do potencial doador consistente com morte encefálica ou cardíaca;

2º) Manutenção clínica do potencial doador (é administrado soro e remédios para os órgãos continuarem funcionando e terem condições de serem transplantados);

3º) É feita a comunicação de morte aos familiares;

4º) Após duas horas é realizada a entrevista com as famílias do paciente que não tem contraindicação;

5º) Com o consentimento da família são iniciados os exames e o planejamento de remoção dos órgãos;

6º) Após a retirada dos órgãos inicia a logística de transporte.

Segundo Joel de Andrade, esta é uma das etapas mais importantes, pois quanto mais jovens os doadores, mais complexa é a logística devido o potencial de utilização dos órgãos. “Para isso temos à disposição aeronaves da Polícia Militar e Polícia Civil, do Corpo de Bombeiros, Samu, táxi aéreo e vôos comerciais, de acordo com a disponibilidade no momento”, explica o coordenador da SC Transplantes.

No caso de mais de um órgão a ser doado, a logística é ainda maior, pois na maioria dos casos os receptores residem fora de Santa Catarina. Desta forma, a responsabilidade da logística passa a ser do Estado onde o paciente que receberá o órgão reside.

Todo o processo movimenta uma equipe composta por 45 pessoas e dura em média de 8 a 12 horas, com exceção de órgãos como o coração e o pulmão, que precisam ser transplantados rapidamente, não ultrapassando o tempo de quatro horas.

Informações adicionais para a imprensa:
Gabriela Ressel
Assessoria de Comunicação
Secretaria de Estado de Saúde
Telefone: (48) 3221-2354
E-mail: imprensa@saude.sc.gov.br