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Saúde única: trabalho da Cidasc em sanidade animal reflete na saúde humana

Fotos: Ricardo Wolffenbüttel / SECOM

As zoonoses são doenças transmitidas pelos animais aos seres humanos. Entre elas, podemos citar a raiva, a tuberculose, a brucelose e o mormo, doenças que no Estado são combatidas pela área de Defesa Sanitária Animal da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina. A Cidasc desenvolve programas sanitários específicos para controle e prevenção destas doenças, que sempre começa com a orientação aos produtores (educação sanitária). 

“A Cidasc realiza com orgulho a defesa sanitária animal porque defendendo a saúde dos animais se consegue proteger a saúde humana. Além disso, a companhia se dedica à inspeção sanitária de produtos de origem animal (como carnes, lácteos e pescados) de modo que aquele aquele alimento, sendo inspecionado, seja fonte apenas de saúde e não doença. Isso é o cuidado da saúde única”, explica a presidente da Cidasc, Celles de Matos.

A Organização Mundial da Saúde escolheu o dia 6 de julho como Dia Mundial das Zoonoses para enfatizar a importância do tema para a saúde pública. Foi neste dia, em 1885, que Louis Pasteur conseguiu aplicar a vacina antirrábica com sucesso pela primeira vez. 

Por não termos casos de raiva em pessoas com frequência, a população urbana pode ter a falsa impressão de que a raiva está erradicada. No entanto, o vírus causador da raiva circula na natureza. Nas áreas rurais, morcegos hematófagos podem ser um vetor e transmitir a doença a animais de criação e domésticos ao mordê-los para se alimentar de sangue.

Para combater a raiva, a Cidasc realiza a captura de morcegos e faz diversas atividades de educação sanitária, enfatizando as medidas preventivas. A raiva é uma doença sem tratamento e fatal, por isso a vacinação dos animais (de criação e domésticos) é fundamental: com os animais imunizados, as pessoas ficam protegidas da doença. Os animais devem receber doses de reforço anualmente e o coordenador do Programa de Controle da Raiva e Vigilância de Encefalopatias Transmissíveis, Fábio Ferreira, lembra que a região entre a Serra do Mar e o litoral catarinense é a que registra mais casos de raiva bovina no Estado.

A Cidasc também dedica atenção no combate ao mormo, doença que atinge os equídeos (cavalos, mulas, asnos, burros). Causada por uma bactéria, esta doença pode provocar uma grave pneumonia em humanos, cujo tratamento é muito difícil. Segundo a coordenadora do programa de Sanidade Equídea da Cidasc, é muito importante que, ao avistar equinos com sinais clínicos da doença, o produtor ou qualquer cidadão notifique aos escritórios locais, para que os veterinários do serviço oficial possam atuar no combate a essa doença, evitando que ela se espalhe para outras propriedades. 

Outro destaque é o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina (PNCEBT), implementado pela Cidasc em Santa Catarina. Ambas as doenças podem ser transmitidas pelo leite não fervido nem pasteurizado de animais contaminados e pelo contato dos tratadores com secreções dos animais. 

Diversos cuidados contribuem para que o rebanho catarinense tenha a menor incidência desta doença,  o que é positivo para a produção de lácteos e para a saúde do produtor rural e do consumidor. A Cidasc participa do processo de certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose: mais de 2700 propriedades catarinenses têm o certificado, que precisa ser renovado anualmente. Além disso, há todo o trabalho de inspeção sanitária realizado junto à cadeia produtiva, realizando a testagem do produto e fiscalizando a origem da matéria prima para atestar sua inocuidade (livre de contaminações que afetem a saúde de quem o consome). 

Prevenção do mormo

O animal se infecta pelo contato com equídeos doentes e em cochos e bebedouros contaminados. Também pode ocorrer a contaminação com o uso compartilhado de agulhas, esporas, encilhas, rédeas e freios contaminados.

Parte da prevenção consiste em evitar o contato do animal com outros equídeos cuja condição sanitária seja desconhecida. A Cidasc recomenda que os criadores somente levem seus animais a eventos agropecuários registrados, em que há um responsável técnico que verifica a sanidade dos animais inscritos. 

Os sintomas do mormo incluem nódulos (caroços) espalhados pelo corpo do animal, que podem romper e derramar pus; corrimento com pus e até com um pouco de sangue nas narinas; inchaço de pernas ou patas; dificuldade para respirar e emagrecimento. No entanto, o animal pode estar infectado e não apresentar sintomas (assintomático), sendo o animal sintomático o que mais oferece risco de transmissão do mormo. 

Prevenção da raiva

A principal medida para evitar a raiva é vacinar animais domésticos e animais de produção (bovinos, equinos, etc…), seguindo a orientação do médico veterinário quanto às doses de reforço. Na área rural, o produtor deve chamar a Cidasc a identificar locais que possam servir de abrigo para morcegos, tais como grutas ou construções abandonadas na propriedade. 

A Cidasc também deve ser comunicada se os animais apresentarem marcas de espoliação (mordedura). O ataque de morcegos geralmente deixa um pequeno rastro de sangue na pelagem do animal abaixo da mordida.

A raiva é uma doença de notificação obrigatória. Comunique a existência de animais com sintomas: dificuldade para se alimentar e salivação excessiva, dificuldade para caminhar, paralisia dos membros posteriores até que fique caído e não consiga mais se levantar. 

Prevenção da brucelose e da tuberculose

Quem trata os animais no campo pode se expor à bactéria que provoca a brucelose se tomar leite cru (não fervido, nem pasteurizado) de vacas contaminadas, bem como derivados produzidos com este leite. A outra forma de contágio é a manipulação de restos de aborto ou placenta de animal contaminado. O produtor deve usar luvas para recolher estes restos e desinfetar o local onde o aborto ocorreu. 

Quanto à tuberculose, também há risco de contágio pelo consumo do leite contaminado, pelo contato direto com o animal doente ou com lesões tuberculosas ao abater ou carnear bovinos contaminados.

Para proteger seu rebanho, o produtor deve comprar apenas animais com exame negativo para estas doenças (e transportá-los sempre com Guia de Trânsito Animal – GTA). Os exames devem ser repetidos periodicamente. 

Para quem vive na zona urbana, a principal recomendação é adquirir apenas produtos lácteos com selo de inspeção sanitária. Os estabelecimentos com selo de inspeção informam a origem da matéria prima, e realizam tratamento térmico no leite para a produção dos diversos produtos lácteos, preservando a saúde dos consumidores.

Mais informações à imprensa:
Denise De Rocchi
Assessoria de Comunicação – Cidasc
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