Por Santa Catarina apresentar baixos indicadores de violência contra jovens e negros, autoridades de Segurança Pública do Estado participaram de audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Violência Contra Jovens Negros e Pobres na tarde de terça-feira, 16.

O Estado está entre os seis com os menores indicadores criminais e de violência contra jovens e negros.

Números

Santa Catarina tem 6,2 milhões de habitantes. Deste total, 1,6 milhões (26,6%) são pessoas são jovens (15 a 29 anos) e dentro do universo de pessoas jovens, 282 mil (16,9%) são negros.

Considerando os três códigos de violência intencional analisados:  homicídio, latrocínio e morte em confronto policial. Os números de SC são os seguintes:

– de 2011 a 2015 (até 17 Junho) ocorreram 3.874 mortes de pessoas de todas as idades, considerando homicídios+latrocínios+mortes em confronto policial.

– se fizermos um recorte somente para vítimas jovens (15 a 29 anos) são 1.824 casos (47,8%).

– se fizermos um recorte somente de vítimas jovens negros são 290 casos (7,5%).

Especificamente nos casos de confronto policial:

– de 2011 a 2015 foram 306 mortes decorrentes de confronto policial (pessoas de todas as idades, confronto com Polícia Militar e Polícia Civil somados);

– desse total de 306 mortes, 62 indivíduos eram jovens (20,2%); e 7 indivíduos eram jovens negros (2,2%).

No caso de somente vítimas jovens negros:

– 68,3% dos crimes ocorreram em via pública;

– 70,3% dos crimes foram praticados com arma de fogo;

– 45% dos crimes tiveram como motivação desavenças pessoais;

– 92,4 dos crimes foram praticados contra pessoa do sexo masculino;

– 78,6% das vítimas já possuíam antecedentes criminais;

Com relação ao esclarecimento dos crimes dos 290 casos de vítimas jovens negros, 70% já está com investigação concluída e autoria identificada;

– 30% dos crimes permanecem em investigação;

– todos os 290 casos têm procedimento policial investigatório instaurado;

Em SC a taxa de resolução de crimes violentos praticados contra jovens negros (em média 72,1%) é maior do que a taxa para outras vítimas (em média 68,7%).

Participaram da audiência o secretário da Segurança Pública, César Augusto Grubba, na companhia do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Paulo Henrique Hemm, delegado-geral da Polícia Civil, Artur Nitz, e o defensor público, Ivan Ranzolin.

Em sua fala, o secretário Grubba destacou o trabalho das forças de segurança e explicou que os números de violência de jovens negros e pobres em Santa Catarina são baixos porque em geral a violência letal no Estado também é baixa. “Segundo o Mapa da Violência de 2014, Santa Catarina é um dos seis estados com menores índices de mortalidade de jovens”, disse Grubba.

Já o comandante-geral da PM, Paulo Henrique Hemm, explicou como o uso da tecnologia tem possibilitado ao Estado estar entre os menos violentos. “Hoje, a ferramenta, que é a nossa tecnologia, vem ao encontro de uma melhor segurança. Ela torna o policial mais ágil, melhora a nossa informação e vem dando resultado justamente porque é uma ferramenta que cada vez mais evolui”, disse Hemm.

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João Carlos Mendonça Santos
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