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Projetos de pesquisadores de Santa Catarina são aprovados em chamada transnacional 

Foto: Floripa Arqueológica

Arqueologia comparada, biologia em uma ótica de milhões de anos, neuroepigenética.  Esses temas fazem parte de três estudos de pesquisadores de Santa Catarina aprovados em uma chamada pública transnacional. Agora, os professores podem pleitear recursos com o Governo por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).     

O Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) promoveram a Chamada ERC-CONFAP-CNPq 2022, com o objetivo de apoiar o intercâmbio de pesquisadores doutores do Brasil, para integrarem equipes de pesquisadores na Europa com projetos financiados pelo Conselho Europeu de Pesquisa (ERC).

A Fapesc lançou um suplemento para financiar os pesquisadores catarinenses. “O objetivo da chamada é apoiar projetos de pesquisa na área de ciência, tecnologia e inovação entre os pesquisadores do Estado de Santa Catarina e a União Europeia. Os acordos são firmados com o objetivo de desenvolver o intercâmbio científico visando estreitar os laços entre essas instituições”, explicou Pedro Alexandre Valentim Neto, Coordenador de Projetos – Cooperação Internacional da Fapesc. 

Arqueologia comparativa 

O professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Lucas de Melo Reis Bueno vai participar da pesquisa “Isolamento e Evolução nas Ilhas Oceânicas: a colonização humana das Ilhas Canárias” (na tradução livre do inglês), coordenada pelo Dr. Jonathan Santana, da Universidad de Las Palmas de Gran Canaria. 

“A parceria estabelecida com o Laboratório de Estudos Interdisciplinares em Arqueologia da UFSC busca criar um diálogo sobre experiências de pesquisas arqueológicas em Ilhas do Oceano Atlântico, estabelecendo comparações entre o processo de povoamento e ocupação da Ilha de Santa Catarina, que temos desenvolvido nos últimos anos, e os estudos que vêm sendo realizados nas Ilhas Canárias”, explicou o professor. 

A contribuição do professor se relaciona à experiência na pesquisa arqueológica de Florianópolis e ao processos de povoamento inicial de grupos humanos em locais pouco conhecidos e habitados no passado. 

“A comparação dos processos de povoamento e as dinâmicas de interações estabelecidas entre pessoas, plantas, animais e paisagens em duas ilhas do Atlântico – Gran Canaria e Ilha de Santa Catarina – abre o caminho para um diálogo sobre povoamentos do Atlântico, vislumbrando a possibilidade de contribuir para construção de uma longa história do Atlântico, que articule especificidades locais e conexões globais”, analisou o professor. 

Biologia do passado ao presente  

O professor Delano Dias Schleder, do Instituto Federal Catarinense (IFC) – campus Araquari, foi selecionado no projeto “400 milhões de anos de simbiose: Interações de microrganismos hospedeiros em moluscos lucinídeos marinhos do passado ao presente” (na tradução livre do Inglês), da Universidade de Viena, na Áustria 

“O projeto nasceu de uma parceria recém-estabelecida com a professora Jillian M. Petersen. Ela é referência mundial em simbiose de animais invertebrados, especialmente bivalves lucinídeos”, explicou o professor. 

No Brasil, os dois professores têm uma orientanda em comum, que estuda a Phacoides pectinatus, popularmente conhecida como amêijoa. Ela vive no mangue e é encontrada na Baía da Babitonga.  

Na Áustriia, Schleder vai trabalhar em dois projetos de Petersen. “E eu tenho experiência com o sistema imune de invertebrados e com foco em resistência a doenças. A ideia é unir as expertises para tentar compreender de forma mais profunda essa interação dos bivalves lucinídeos com o simbionte e como eles separam um microrganismo benéfico de um patogênico”, contou. 

Epigenética 

A professora Carina Nunes Bossardi, da Univali, foi selecionada no projeto “Epigenética, Experiência e Responsabilidade: Implicações para Distúrbios do Neurodesenvolvimento”, na Universidade de Antuérpia, na Bélgica. 

De acordo com Bossardi, a epigenética é a ciência que busca compreender as mudanças reversíveis na expressão gênica, sem a modificação da sequência de nucleotídeos do DNA. Dessa forma, as experiências vividas pelos pais (dieta, traumas emocionais, tratamento hormonal, entre outros) podem ser transmitidas para os descendentes através da memória epigenética.

O foco do estudo está no Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), que tem a base neurobiológica, genética e neuroquímica, mas a expressão dos padrões herdados é modulada por fatores ambientais através de processos epigenéticos. 

“Espera-se com este projeto possa incrementar as implicações da epigenética para as condições do neurodesenvolvimento de pessoas com TDAH, sua família, profissionais de saúde e o público em geral que vivenciam a interação entre sua condição e seu ambiente biológico e social na região do Vale do Itajaí em Santa Catarina; além de fomentar a discussão sobre as políticas públicas existentes no âmbito local e regional no atendimento integral a essas pessoas”, escreveu a professora.

O projeto é derivado de uma pesquisa maior realizada em parceria entre pesquisadores da Universidade de Antuérpia na Bélgica e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Saúde e Gestão do Trabalho (PPGSGT) e do Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGP) da Universidade do Vale do Itajaí (Univali). 

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de SC
Maurício Frighetto | mauricio.frighetto@fapesc.sc.gov.br
Telefone: (48) 99932-4209

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Escrito por:

ASCOM | FAPESC

Assessoria de imprensa Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina

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