O Programa Escolas Interculturais de Fronteira (PEIF), que promove o intercâmbio entre os países do Mercosul, completa 10 anos de existência no mês de junho. Para celebrar a data, na segunda-feira, dia 1º, foi realizado um evento em Dionísio Cerqueira e Bernardo de Irigoyen, onde o programa nasceu.

Durante a manhã as atividades aconteceram no lado brasileiro em Dionísio Cerqueira, onde foi realizada a abertura com homenagens aos 10 anos do programa e apresentações.

Estiveram presentes os representantes da Universidade Federal da Fronteira Sul Elsio José Corá e Jaime Giolo; o supervisor das Escolas de Fronteira na Argentina, Juan Carlos; a representante do MEC Gesuína de Fátima Elias Leclert; a coordenadora estadual do programa, Vânia Ribeiro dos Santos; do Instituto de Políticas Linguísticas de Misiones, Violeta Rocio; a gerente de Educação da SDR de Dionísio Cerqueira, Tânia Gasperin dos Santos, representando o Governo do Estado de Santa Catarina; o diretor da EEB Theodureto Carlos Faria de Souto, Mauro Prado; e a secretária de Educação de Dionísio Cerqueira, Lene de Melo.

Já na parte da tarde, os participantes se dirigiram até a Escuela de Frontera de Jornada Completa Nº 604, em Bernardo de Irigoyen. Lá puderam participar de uma palestra sobre a história do programa, além de assistirem apresentações culturais e ouvirem o relato de alunos, professores, ex-alunos e ex-professores do Peif.

Mais sobre o PEIF

Com apoio do Ministério da Educação; secretaria de Estado da Educação de Santa Catarina; secretaria municipal de Educação; Universidade e escolas foi criado em 2005, o Programa Escola Intercultural de Fronteira com o intuito de promover o intercâmbio entre professores e alunos dos países do Mercosul. O programa é desenvolvido em escolas brasileiras na faixa de fronteira do Brasil com a Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela. O objetivo é promover a integração regional por meio da educação intercultural, considerando contextos multilíngues ou bilíngues existentes nas fronteiras.

 O objetivo principal é promover a integração regional por meio da educação intercultural que garanta formação integral às crianças e aos jovens nas regiões de fronteira. E segundo a Gerente de Educação Tânia Gasperin dos Santos esse objetivo foi atingindo. “Hoje podemos acompanhar o êxito do programa vendo a interação entre os alunos, uma prova de que o projeto deu certo e que tem muito ainda a oferecer”.

A coordenadora do programa na Gerência Regional de Educação de Dionísio Cerqueira Gelcy Lauxen da Rosa destaca que o Peif é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Educação (PME) e possibilita a integração de todos os processos educativos da escola, com vistas à construção de um projeto-político pedagógico que tenha como ponto de partida a interculturalidade.  “Essas escolas desenvolvem um projeto intercultural com outra escola no país vizinho, a partir de um planejamento feito entre ambas, sob a orientação dos professores das Secretarias de Educação, Gerencia Regional de Educação e das Universidades Federais”.

Se no início a intenção básica era a preparação bilíngue, hoje a troca de experiências vai muito além da troca linguística, as escolas inseridas no programa tem enfoque no conhecimento cultural mútuo.

O diretor da EEB Theodureto, Mauro Prado, explica que às terças e quintas-feiras, cerca de 80 estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da escola brasileira têm aulas em espanhol com professores argentinos. Ao mesmo tempo, 150 alunos da Escuela de Bernardo de Irigoyen, são ensinados em português por docentes brasileiros. “A língua é um detalhe, mas a base é a interculturalidade; trabalhamos os costumes dos dois países, o turismo, a alimentação”.

O planejamento das atividades é feito de maneira conjunta entre os professores das duas escolas, com apoio pedagógico da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e do Instituto Misiones, da Argentina. Desde 2014, a UFFS oferece formação continuada a professores brasileiros, argentinos e paraguaios no âmbito do programa Escolas Interculturais de Fronteira. Os cursos e palestras abordam temas como diversidade étnica, pluralismo cultural, história, costumes, tradições, memória e identidade.

A secretária de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira, Bianca Maran Bertamoni, destacou que o projeto tem uma grande importância para os municípios da faixa de fronteira. “É uma excelente oportunidade para a troca de experiências entre professores e alunos de ambos os países, que além de conhecer a língua do país vizinho também tem a oportunidade de conhecer a cultura e tradições do outro país. Temos muito orgulho de sermos os pioneiros no programa”. 

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