Em funcionamento há 17 anos, o Programa de Reabilitação Cardiovascular do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina (ICSC) é referência no Estado na recuperação de pessoas acometidas de doenças cardíacas. Este ano o programa já realizou 18 mil atendimentos e procedimentos e conta com a participação de 497 pacientes.

Segundo o diretor do Instituto de Cardiologia, Jamil Cherem Schneider, o serviço gera um grande impacto positivo no restabelecimento dos pacientes e na prevenção de futuras doenças cardiovasculares. “O programa melhora consideravelmente a qualidade de vida dos nossos pacientes, além de ser um procedimento de menor custo”, destaca.

Os pacientes internados por alguma condição cardíaca no Instituto são encaminhados ao serviço de Reabilitação para serem inseridos no programa onde realizarão, dentre outras atividades, exercícios físicos. Eles são orientados quanto à prevenção das doenças cardiovasculares, através da adoção de hábitos de vida saudáveis, além de ser proporcionada uma socialização maior do paciente que sofreu infarto do miocárdio, líder na mortalidade brasileira por doença cardiovascular. Estas orientações também são repassadas aos pacientes que estão internados, através de palestras educativas feitas pela equipe multiprofissional.

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Tratamento de recuperação cardíaca
A reabilitação no Instituto de Cardiologia é dividida em quatro fases, o que gera maior resultado no tratamento. A partir do momento que o paciente interna, ele entra na primeira fase, que é educativa, ou seja, quando recebe explicações sobre a doença cardíaca, é apresentado os exames e procedimentos possivelmente realizados durante o tratamento. Somado a isso estão os exercícios físicos e respiratórios realizados diariamente. “O objetivo desta fase inicial é minimizar os efeitos deletérios do repouso prolongado no leito e dar maior eficiência à recuperação do paciente, deixando-o em condições de retornar para casa e prosseguir o tratamento sem precisar estar internado”, explica o chefe do setor de Reabilitação Cardíaca, Cícero Augusto de Souza, que é profissional de educação física e fisiologista do exercício.

A segunda fase começa com a alta do paciente. Após avaliação inicial, o paciente inicia no programa de recondicionamento físico com sessões realizadas de duas a três vezes na semana. Consultas médicas e testes funcionais são feitos periodicamente. “A ideia é que o paciente permaneça nessa fase de três a seis meses, até melhorar o sua função cardiovascular e capacidade de retornar às atividades da vida diária”, lembra Cícero de Souza.

Na fase seguinte do programa (terceira), o paciente deve comparecer de uma a duas vezes por semana para fazer exercícios físicos na pista de caminhadas do Programa de Reabilitação. “O objetivo é avaliar a intensidade dos exercícios realizados e orientar os pacientes de baixo risco cardiovascular sobre a importância da continuidade do programa em locais próximos a sua residência”, destaca o fisiologista. Para isso, os pacientes recebem uma Caderneta de Orientação e Controle da Atividade Física, com informações sobre exercício seguro e alongamentos, prescrição de atividades, espaço para anotações. Cada caderneta vale por um ano de acompanhamento dos profissionais do programa.

A quarta e última fase pode ser feita sem acompanhamento direto de um profissional de saúde em logradouros públicos como praças ou parques, academias e clubes. “Nesse estágio a pessoa tem uma independência e responsabilidade maior em realizar suas atividades físicas”, destaca o profissional de educação física, completando que nesta etapa o paciente precisa comparecer no programa de reabilitação uma vez ao mês para fazer um acompanhamento de seu estado de saúde. Na última fase, o paciente é reavaliado a cada seis meses, quando será fornecida uma nova prescrição de exercícios físicos.

Todos os pacientes que realizam as atividades físicas tanto no hospital quanto fora dele passam por avaliação cardiológica periódica pelos médicos que integram o serviço.

O Programa de Reabilitação Cardíaca conta com uma equipe multiprofissional composta por médico cardiologista, enfermeiro, técnico de enfermagem, profissional de educação física e nutricionista. Através de uma parceria com o Hospital Regional de São José são disponibilizados médicos endocrinologistas e ortopedistas.

Histórico
Desde 1997, o serviço já beneficiou mais de três mil pacientes. Até 2010, o Programa de Reabilitação Cardiovascular do Instituto de Cardiologia realizava em torno de 10 mil procedimentos por ano. A partir de 2011, o setor foi transferido para uma sala maior, com 75 metros quadrados. Aí foi possível aumentar o atendimento para 17 mil em 2012 e, até novembro deste ano, para 18 mil atendimentos.

Este ano o programa já fez 21.152 aferições de pressão arterial e 5.773 testes sanguíneos de glicemia em 1.824 horas de atividades físicas. Há 133 pacientes inseridos na fase II e 364 pessoas nas fases III e IV da Reabilitação. As atividades do setor são praticadas de segunda a sexta-feira, das 7h30min às 19h.

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