Agência de Notícias SECOM

  1. Início
  2. /
  3. Cultura
  4. /
  5. Museu de Arte de...

Museu de Arte de Santa Catarina celebra 70 anos com ocupação histórica no CIC

Masc Clara Fernandes Paisagem 1993 trama em rami algodão juta e fibras vegetais sobre suporte de tear. Foto de Marcio H Martins

O Museu de Arte de Santa Catarina (Masc) celebra 70 anos em 2018. Para marcar a data, a instituição que abriga um acervo importantíssimo da arte brasileira inaugura no dia de 18 de abril um programa especial com três grandes exposições: Desterro Desaterro – arte contemporânea em Santa Catarina, uma coletiva com artistas de diferentes gerações; O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália, projeto que traz ao Brasil a coleção mais diversificada e vigorosa da tradição artística contínua mais antiga do planeta; e o Projeto Armazém – O mundo como armazém, com obras de 300 artistas. A abertura será a partir das 19h, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, e com entrada gratuita e livre.

O próprio CIC foi preparado para receber essa ocupação histórica, que se estenderá da ala Sul, onde está localizado o Masc, à ala Norte – com a revitalização do espaço Lindolf Bell. “Um evento desta relevância, que evoca a história de um dos principais museus de arte do país, que é o nosso Masc, merece que seja celebrado. Até julho, o Lindolf Bell servirá ao Masc, sendo revitalizado de maneira surpreendente. Esse é o ano do Masc, da sua história, mas, principalmente, do que ele projeta para o seu futuro”, destacou presidente da FCC, Ozéas Mafra Filho.

Desterro Desaterro é um encontro de figuras pertencentes a diferentes gerações que entendem o território da arte vinculado a percursos, trajetos e envolvimentos mútuos. Serão 80 artistas no total, entre eles nomes expressivos para a arte catarinense, como Fernando Lindote, Franzoi, Clara Fernandes, Elke Hering, Berenice Gorini, Paulo Gaiad, Raquel Stolf, Yftah Peled, Walmor Corrêa e Gabriela Machado. Entre os emergentes, nomes como Audrian Cassanelli, Sonia Beltrame, Cyntia Werner e Daniele Zacarão. Assinada pelo curador do MASC, Josué Mattos, a mostra propõe reflexões sobre a produção artística contemporânea.

A intenção se conecta à própria memória do museu, especialmente ao período em que o Masc surgiu no final dos anos 1940, quando foi inaugurada a então primeira exposição de arte contemporânea em Florianópolis. Era a época do Grupo Sul, o movimento modernista transgressor que então rompeu as amarras do passado e deu voz e vez às novidades artísticas do resto do Brasil e do mundo.

“Queremos que se faça uma nova reunião – com artistas vivos —para desaterrar e refletir sobre nosso estado de isolamento. Repetimos algo semelhante à experiência de 1948, com a participação de artistas regionais, nacionais e internacionais”, diz Josué Mattos.

Arte aborígene artista Tommy Watson 1935. Nome da obra Sem Título 2014. Técnica Tinta acrílica sobre linho belga 1
Foto: Arte aborígene artista Tommy Watson 1935. Nome da obra Sem Título 2014. Técnica Tinta acrílica sobre linho belga

Já o espaço Londolf Bell, que será reinaugurado no dia 18, receberá a mostra O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália, projeto que traz ao Brasil obras que compõem o acervo são de artistas renomados, como Rover Thomas, Tommy Watson e Emily KameKngwarray, entre outros, que já tiveram os seus trabalhos expostos no MoMA e Metropolitan (Nova Iorque), Bienais como a de Veneza, São Paulo e Sidney, entre outros eventos de prestígio internacional. A artista Emily KameKngwarray (1910-1996) é uma das estrelas da mostra. Mulher, negra, começou a pintar aos 79 anos de idade e é considerada pela crítica uma das maiores pintoras expressionistas do século 20.

“Essa coleção é um presente à população brasileira. Em um acervo de mais de três mil obras, selecionamos aquelas mais significativas. Muitas já foram publicadas em inúmeros catálogos de arte, citadas em teses de dourado e exibidas em várias instituições de prestígio na Austrália, Europa e América do Norte”, conta o curador brasileiro Clay D´Paula, que assina a curadoria com os australianos Adrian Newstead e DjonMundine.

A exposição, que já passou por São Paulo, Fortaleza, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte e Curitiba, respectivamente, reúne mais de 50 obras, selecionadas por importância histórica, com uma linguagem moderna e contemporânea e técnicas diversas, tais como pinturas, esculturas, litografia e barkpaintings (pinturas em entrecasca de eucalipto). Depois de Florianópolis, esta mostra será levada a outras cidades do Nordeste e Sudeste do Brasil, bem como outros países da América Latina.

A história do Masc

O acervo do MASC começou a partir da Exposição de Arte Contemporânea, trazida a Florianópolis em 1948 pelo escritor carioca Marques Rebelo (1907 – 1973). Foi o primeiro choque de modernidade nas artes catarinenses e o embrião para o que viria a ser o MASC, um ano depois da criação do MASP, em São Paulo. O Grupo Sul, claro, estava por trás desse projeto.

O escritor Salim Miguel (1924 – 2016), um dos fundadores do movimento, contou em texto assinado na obra Biografia de um Museu (2002) que foi a primeira vez que pintores como Portinari, Segall, Pancetti etc foram vistos na cidade. Como resultado imediato da exposição, surgiu um pequeno museu, o pátio Marques Rebelo. A partir daí o acervo se constituiu e foi a primeira versão do que hoje se chama de MASC.

Acervo fundamental para a história da arte no Brasil

Hoje o MASC conta com 1800 obras no acervo. A maior parte são produções das décadas de 1940 e 1950, todas importantes para a história da arte brasileira. Depois de um longo hiato, o acervo foi enriquecido com obras de artistas revelados pelo Salão Victor Meirelles, concurso criado em 1993 e cuja última edição foi em 2008.

Programação comemorativa segue até 2019

Para receber as mostras, o MASC ampliará sua área. Além da ala Sul do Centro Integrado de Cultura (CIC), ocupará também a ala Norte, onde estarão as obras do Projeto Armazém e da mostra Arte Aborígene Contemporânea da Austrália.
A programação terá continuidade. Estão previstas outras exposições comemorativas ao longo do ano e até 2019.

Serviço – MASC 70 anos

“Mostra Desterro Desaterro – arte contemporânea em Santa Catarina”
Quando: 18 de abril, às 19h (abertura). Visitação até 22 de julho, de terça a domingo, das 10h às 21h
Onde: MASC – Museu de Arte de Santa Catarina (Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Classificação indicativa: livre

Mostra O Tempo dos Sonhos: Arte Aborígene Contemporânea da Austrália e Projeto Armazém

Quando: Até 3 de junho, de terça a domingo, das 10h às 21h
Onde: Espaço Lindolf Bell (Av. Governador Irineu Bornhausen, 5.600, Agronômica, Florianópolis)
Quanto: gratuito
Classificação indicativa: livre

Assessoria de Comunicação

Fundação Catarinense de Cultura (FCC)
Fone: (48) 3664-2571 / 3664-2572 
Email: imprensa@fcc.sc.gov.br
Site: www.cultura.sc.gov.brFacebook: www.facebook.com/FundacaoCatarinensedeCultura
Twitter: www.twitter.com/fccoficial