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Menos doença, mais saúde: Santa Catarina tem a menor prevalência para brucelose e tuberculose nos rebanhos bovinos do Brasil

Foto: Divulgação / SPDC

Santa Catarina reafirma sua posição de destaque na sanidade animal, alcançando avanços inéditos na certificação de propriedades livres de brucelose e tuberculose. Com 3.479 propriedades certificadas como livres de brucelose e tuberculose e 416 propriedades em certificação, conforme dados de 25 de abril de 2025, SC demonstra a qualidade e segurança sanitária da sua bovinocultura de leite, fruto da parceria entre o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR), a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) e o setor produtivo.

Dados de 25 de abril de 2025 – Arte: Ascom/Cidasc

O município de Saudades lidera o ranking estadual, com 172 propriedades certificadas, seguido por Itapiranga (161), Tunápolis (128), Iporã do Oeste (124) e Pinhalzinho (92). Esses números refletem o empenho dos produtores rurais em garantir padrões sanitários elevados, fortalecendo a competitividade da pecuária catarinense. Confira aqui o mapa para consulta pública e com atualização mensal do número de propriedades certificadas livres de brucelose e tuberculose em Santa Catarina, assim como a lista de propriedades com certificados ativos.

Arte: Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas da Cidasc

Por meio do mapeamento das propriedades certificadas livre de brucelose e tuberculose em Santa Catarina, divulgadas e atualizadas mensalmente, a Cidasc tem uma ferramenta que possibilita ranquear os municípios e incentivar os produtores no fomento da sanidade animal. “Na prática, a Cidasc, através do mapeamento desburocratiza o acesso à informação a nível estratégico no setor lácteo. É um tipo de funcionalidade que atende a cadeia produtiva, pois é uma ferramenta que garante a certeza de informações seguras e confiáveis que interessam ao produtor de leite”, pontua a médica-veterinária Cláudia Marina Hachmann, uma das responsáveis pelo Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas da Cidasc. 

Foto: Ascom/Cidasc

A Cidasc é responsável pela execução do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovina e Bubalina (PNCEBT), que tem apresentado excelentes resultados no controle das infecções: as prevalências de rebanhos infectados para brucelose e tuberculose são de apenas 0,91% e 0,5%, respectivamente. Estas baixas prevalências colocam o Estado como destaque nacional por possuir classificação de risco “A” para brucelose e tuberculose.

A certificação de Propriedade Livre de Brucelose e Tuberculose faz parte das ações do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) foi instituída pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em 2001.

Para a presidente da Cidasc, Celles Regina de Matos, os resultados demonstram a seriedade do Estado com a sanidade animal. “A certificação de propriedades livres de Brucelose e Tuberculose potencializa a cadeia produtiva, protegendo a produtividade, porque essas são doenças silenciosas, que impactam na reprodução e na conversão alimentar dos animais. Além disso, são doenças que podem passar ao homem, pela convivência com os animais portadores e também no consumo de produtos de origem animal. Cuidando dos animais, protegemos o ser humano”, destaca Celles.

O secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini, ressalta o engajamento dos pecuaristas. “A crescente adesão ao programa demonstra que os produtores estão cada vez mais comprometidos com as boas práticas sanitárias, garantindo padrões elevados para a nossa agropecuária”, enfatiza.

Com um rigoroso controle sanitário, Santa Catarina mantém os menores índices de prevalência dessas doenças no Brasil, consolidando-se como referência nacional na área de sanidade animal.

Brucelose e tuberculose: impactos, prevenção e benefícios da certificação

Prejuízos para o produtor e riscos para a saúde

A brucelose e a tuberculose bovinas e bubalinas representam ameaças tanto para a saúde animal, quanto para a saúde pública. Nos rebanhos, a brucelose causa abortos, nascimentos prematuros e de terneiros fracos, retenção de placenta, repetição de cio nas fêmeas, orquite (inflamação do testículo) e infertilidade nos machos, além de redução de até 25% na produção leiteira. A tuberculose também pode causar o mesmo impacto na produção de leite e sinais clínicos de tosse constante e emagrecimento progressivo. Porém, alguns animais infectados podem não apresentar nenhum sinal clínico de ambas as doenças.

Além dos prejuízos econômicos, as doenças também representam risco à saúde humana. A brucelose pode causar febre recorrente, suores noturnos, fraqueza, dores musculares e articulares, enquanto a tuberculose pode provocar sintomas respiratórios como tosse persistente, febre, perda de peso e cansaço extremo. Ambas são enfermidades de tratamento prolongado e complexo. A transmissão para os seres humanos pode ocorrer pelo consumo de produtos de origem animal contaminados, como o leite cru e derivados não pasteurizados e carne mal passada. Além disso, há risco de infecção pelo contato direto com animais doentes ou com materiais contaminados, como restos de parto ou aborto de fêmeas infectadas pela brucelose, especialmente quando não há o uso de equipamentos de proteção individual. No caso da tuberculose, a transmissão também pode ocorrer durante o manejo dos animais infectados, por meio da inalação de aerossóis contaminados. 

Como agir diante da doença?

Caso um foco de brucelose ou tuberculose seja identificado no rebanho, os animais positivos devem ser isolados dos demais imediatamente e afastados da produção leiteira. O saneamento da propriedade é realizado eliminando-se os animais positivos nos testes de diagnósticos para as doenças. Os exames são realizados por médico-veterinário habilitado no PNCEBT, sob supervisão de médico-veterinário da Cidasc, e deve ocorrer dentro dos prazos legais, fator que garante que a indústria não interrompa a captação do leite.

Os produtores rurais e profissionais que atuam no setor devem estar atentos para a aquisição de animais apenas com exames negativos para brucelose e tuberculose e aos sinais de manifestações clínicas das doenças. Ao notar sinais como os citados anteriormente, deverão procurar a Cidasc imediatamente para orientação e controle sanitário, bem como um médico-veterinário habilitado no  Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) para realizar exames  no seu rebanho.

Um diferencial em Santa Catarina é que o Governo do Estado indeniza integralmente os criadores pelo abate sanitário de animais positivos, por meio do Fundo Estadual de Sanidade Animal (Fundesa), fator que auxilia na reposição do plantel com animais sadios, garantindo a continuidade da produção.

Apoio ao produtor e vantagens da certificação

A Cidasc, por meio dos seus profissionais, aliada a participação das agroindústrias, da iniciativa privada, de instituições públicas e do suporte de médicos-veterinários habilitados no PNCEBT, incentiva a certificação das propriedades. Os benefícios vão além da segurança sanitária:

  • melhor remuneração pelo litro de leite, por parte dos laticínios que fazem pagamento diferenciado;
  • maior facilidade para comercialização e trânsito de animais;
  • redução de perdas na produção e reprodução;
  • segurança para as pessoas que manejam os animais e consomem os produtos.

Santa Catarina, quarto maior produtor de leite do Brasil, busca erradicar essas doenças para fortalecer sua competitividade nos mercados mais exigentes, inclusive para exportação de produtos lácteos.

Como certificar sua propriedade?

Para iniciar a certificação, o produtor deve procurar o escritório da Cidasc no seu município. O processo requer:

  • preenchimento de requerimento e termo de compromisso;
  • verificação do cadastro da propriedade e dos animais (todos os bovinos e bubalinos devem estar brincados, com saldo de animais atualizado e os produtores cadastrados em seus respectivos rebanhos);
  • contratação de médico-veterinário habilitado no Programa Nacional de Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) para realizar os exames dos animais;
  • realização de dois exames consecutivos negativos de todos os bovinos e bubalinos aptos da propriedade, em um intervalo de 6 a 12 meses entre testes. Para brucelose são testadas as fêmeas e os machos inteiros, com idade a partir de 8 meses, e para tuberculose, todos com mais de 42 dias de vida devem ser examinados;
  • a entrada de animais em propriedades em processo de certificação ou já certificadas deve ser controlada, com a realização de dois exames nos animais, conforme previsto na legislação, ou, alternativamente, a entrada de animais será permitida sem a exigência de exames, desde que estes provenham de propriedades certificadas livres de brucelose e tuberculose.

Para manter a certificação das propriedades, é necessário realizar exames anualmente em bovinos e bubalinos. Com a certificação ativa e durante a vigência do certificado, a propriedade fica isenta da exigência de novos testes para o trânsito de animais e participação em eventos agropecuários. Além disso, produtores certificados podem obter melhor remuneração pelo leite, agregando valor ao seu negócio.

Vigilância e evolução do programa

Segundo a Portaria da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) n.º 44/2020, alterada pela Portaria SAR n.º 23/2022, todas as propriedades leiteiras precisam ter amostras de leite colhidas para diagnóstico de brucelose no mínimo uma vez a cada doze meses. Nos rebanhos, para controle da tuberculose, deve-se realizar a cada trinta e seis meses os exames individuais nos animais com idade a partir de 42 dias. 

Nos últimos três anos, a quantidade de exames realizados para a detecção das doenças aumentou, enquanto o número de casos positivos para as doenças vem decaindo. O Governo do Estado investe fortemente na busca ativa por bovinos e bubalinos positivos para ambas as doenças, com ações de vigilância ativa, diagnósticos precisos e abates sanitários. Desde 2017, mais de 3 milhões de bovinos foram testados em Santa Catarina, comprovando a eficácia do Programa Estadual de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Bovinas.

Mais informações:
Jornalista Alessandra Carvalho
Assessoria de Comunicação
Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc)
(48) 3665 7037
e-mail: ascom@cidasc.sc.gov.br