Laboratório de DNA da Udesc Lages ultrapassa marca de dez mil laudos em testes de paternidade
O Laboratório de Análises Genéticas do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em Lages, ultrapassou a marca de dez mil laudos de testes de paternidade no fim de 2013. A unidade é a única instituição pública que realiza esse tipo de análise no Estado.
Montado em um prédio de 430 metros quadrados com equipamentos como analisador genético e termocicladores, o laboratório atende todas as 153 comarcas de Santa Catarina. As atividades começaram em abril de 2007 e são mantidas com recursos da Secretaria de Estado da Saúde, que repassa em torno de R$ 500 mil a 600 mil anualmente.
A instalação foi resultado de convênio entre o Tribunal de Justiça, Ministério Público, Secretaria de Estado da Saúde, Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina, Udesc e Instituto Paternidade Responsável.
Também contou com apoio de instituições da região em parcerias com a Associação de Municípios da Região Serrana, Vara da Fazenda Pública da Comarca de Lages, prefeitura e Secretaria de Desenvolvimento Regional de Lages.
Elogios
O juiz de direito Silvio Dagoberto Orsatto, da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Lages, encaminhou correspondência ao coordenador do laboratório, Altamir Frederico Guidolin, parabenizando-o pelos “excelentes resultados”. As congratulações foram estendidas ao professor Adelar Mantovani, que também é responsável pelo laboratório, e aos integrantes da unidade.
“O gesto do juiz nos deixou bastante orgulhosos e serviu de incentivo para melhorar cada vez mais o nosso trabalho”, diz Mantovani. “Todo o processo para identificar a paternidade corre bem, principalmente porque a resposta é rápida. E o Judiciário fica satisfeito e feliz”, acrescenta.
Mantovani lembra que o juiz Orsatto foi um dos incentivadores pela implantação de um laboratório de análises genéticas na Udesc Lages. “Ele lutou pela causa e, por isso, nos ajudou bastante na criação”, ressalta.
Coleta
De acordo com Adelar Mantovani, os pedidos para testes de paternidade são feitos nas comarcas, por meio de uma audiência específica, e obedecem a uma solicitação judicial. Segundo ele, as comarcas estão aparelhadas para a coleta, que é realizada por uma equipe treinada pelo laboratório da Udesc Lages e composta por um profissional de saúde e um do Poder Judiciário.
Atualmente, a fonte padrão utilizada para análise do vínculo genético pelo ácido desoxiribonucleico (DNA) é o sangue, que é depositado num cartão (FTA Classic Card) formado por reagentes que conservam o material. A coleta é feita com o suposto pai, mãe e filho, e encaminhada para análise sem necessidade de refrigeração.
“A coleta do sangue no cartão impede qualquer tipo de contaminação, já que as células são degradadas, restando o material genético de alta qualidade para análise”, explica Mantovani. O material recolhido é enviado à Comarca de Lages, que o encaminha ao laboratório por meio de um oficial de justiça.
Para os casos simples, que compõem a maioria dos pedidos, o laudo gratuito fica pronto entre 25 a 30 dias. “A resposta é bem rápida”, diz o docente, ao lembrar que, no passado, os testes de paternidade demoravam entre um e dois anos.
Nos casos em que o pai é falecido ou desaparecido, a identificação da paternidade se torna mais difícil. “Quando isto acontece, é preciso buscar a coleta em parentes, e o reconhecimento necessita de muitas análises”, explica Mantovani. Segundo ele, isso ocorre em 5% dos casos, “mas corresponde a 40% do tempo que trabalhamos”.
Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
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