Laboratório de Biomecânica Aquática da Udesc dá suporte à pesquisa com nadadores cegos
Uma parceria entre o Laboratório de Biomecânica Aquática da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e o Instituto Benjamin Constant (IBC), instituição federal de ensino, pesquisa e esporte paralímpico sediada no Rio de Janeiro, ajuda a coletar dados científicos para aprimorar o treinamento de nadadores com deficiência visual. Seis atletas do IBC participaram do estudo nessa terça-feira, 23, na piscina do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte da Udesc (Cefid), no bairro Coqueiros, em Florianópolis.
Os seis nadadores cegos ou com baixa visão praticaram a saída (partida em uma prova de natação). Mas no lugar dos blocos de partida usados nas competições, os atletas saíram de uma plataforma de força desenvolvida no próprio laboratório. O equipamento mede a pressão exercida pelos pés dos atletas e o tempo de reação ao sinal sonoro de largada, enviando os dados a um computador. Os movimentos foram também registrados por câmeras dentro e fora d’água.
Pesquisa
Os dados servirão à pesquisadora Soraia Izabel Corrêa Cabral, também professora do IBC e treinadora dos atletas. Ela desenvolve uma tese de doutorado em Ciências do Desporto na Universidade de Trás-os-Montes e Alto D’Ouro (Utad), em Portugal. “Há uma ideia de que os nadadores cegos têm naturalmente um tempo de reação mais rápido, por terem audição melhor”, explica Soraia. “Quero demonstrar que isso não acontece e que é possível melhorar o treinamento dos atletas nesse ponto, exigir mais deles”.
Soraia é técnica de natação do IBC e da equipe de competição formada por ex-alunos do instituto, mantida pela Caixa Econômica Federal. Ela também coordena o Clube Escolar Paralímpico, programa de iniciação esportiva ligado ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que funciona dentro do IBC.
Parceria
A parceria beneficia os dois lados. O IBC trouxe atletas paralímpicos que disputam competições nacionais e a Udesc Cefid ofereceu suporte em equipamentos e equipe. A coleta de dados envolveu 12 integrantes do Laboratório de Biomecânica Aquática, entre professores, mestrandos e doutorandos, bolsistas de iniciação científica (alunos de graduação) e voluntários. Os dados poderão ainda ser usados pelo laboratório em novas pesquisas.
A colaboração entre as duas instituições pode resultar ainda em novas parcerias. “O IBC tem um trabalho forte com esportes náuticos, como vela e surfe, o que nos interessa”, exemplifica a doutoranda em Ciências do Movimento Humano e professora da graduação em Educação Física da Udesc Cefid, Caroline Ruschel, responsável por disciplinas na área.
Assessoria de Comunicação da Udesc Cefid
Jornalista Carlito Costa
E-mail: comunicacao.cefid@udesc.br
Telefone: (48) 3321-8622