IMA e Fundação Certi coordenam oficinas para implantação do Corredor Ecológico Papagaios-da-Serra
Fotos: Divulgação/IMA
Representantes de entidades ligadas ao meio ambiente, ao desenvolvimento territorial e à pesquisa científica participaram, nesta semana, de oficinas técnicas nos municípios de São Joaquim e Lages sobre a implantação do Corredor Ecológico Papagaios-da-Serra. As atividades são uma iniciativa do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) com a consultoria da Fundação Certi, entidade contratada para articular a criação e implantação do corredor ecológico no âmbito do projeto “Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas”.
Conforme o gerente de Bionegócios do IMA, Francisco da Silva Filho, o objetivo da implantação do corredor ecológico é a preservação das áreas remanescentes de matas de araucárias no Planalto Sul de Santa Catarina, onde são encontradas duas espécies de papagaios. O papagaio-de-peito-roxo é residente da região de incidência do pinheiro brasileiro, já o papagaio-charão é uma espécie migratória que se desloca do Rio Grande do Sul para Santa Catarina durante o período da frutificação do pinhão.
Francisco explica que a implantação do corredor ecológico não gera restrições ambientais para além daquelas já estabelecidas na legislação geral, mas promove, por meio da articulação de vários atores, políticas de gestão territorial que visem a preservação. “O foco é a conscientização e o incentivo à manutenção da floresta, pois se entende que isso é essencial para essas espécies, que são classificadas como vulneráveis ou em perigo de extinção”, explica. Segundo ele, a implantação do corredor permite que o território abrangido seja priorizado em programas e políticas públicas de preservação ou prestação de serviços ambientais.
Nas oficinas, o principal objetivo foi discutir tecnicamente o território que deve ser abrangido pelo Corredor Ecológico Papagaios-da-Serra. A estimativa é que áreas de 12 municípios da Serra Catarinense sejam abrangidas pela proposta.
O Pró-Espécies
A implantação do corredor ecológico é uma das ações previstas no Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção do Território Planalto Sul (PAT Planalto Sul). O projeto está vinculado ao “Pró-Espécies: Estratégia Nacional para a Conservação de Espécies Ameaçadas”, iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) que tem como objetivo adotar ações de prevenção, conservação, manejo e gestão para minimizar as ameaças, o risco de extinção e melhorar o estado de conservação das espécies ameaçadas. O projeto tem financiamento internacional e execução articulada pelo WWF-Brasil.
Os Corredores Ecológicos são instrumentos de gestão que estão previstos na Lei Federal Nº 9985/2000 – Sistema Nacional de Unidades de Conservação, definidos com o objetivo de conectar unidades de conservação a, assim, facilitar a dispersão de espécies e a recolonização de áreas degradadas. Também colabora para a manutenção de populações que demandam áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais para sua sobrevivência.