Governador vistoria obra complexa de engenharia aguardada há 30 anos no Porto de São Francisco do Sul
Fotos: Eduardo Valente/GOVSC
Ação vai garantir aumento da capacidade do porto em até 1,5 mil toneladas por navio
O governador Jorginho Mello vistoriou, nesta quinta-feira, 9, a obra de derrocagem de uma pedra submersa no Porto de São Francisco do Sul. Os trabalhos começaram na semana passada e visam a retirada de uma enorme rocha próxima a um dos berços de atracação de navios. A medida era aguardada havia décadas pela comunidade portuária e vai garantir que navios possam transportar 1,5 mil toneladas de mercadorias a mais em cada viagem.
“Eu fiz questão de conferir de perto essa obra porque há trinta anos que eles pedem para fazer isso e ninguém fez e nós estamos fazendo. Isso vai proporcionar mais capacidade para quem está trazendo carga para cá, ou levando carga de Santa Catarina. Foi uma visita muito produtiva, fico muito feliz em estar aqui para comemorar, para fazer com que o ano de 2025 vibre e já vibra pelo belo trabalho que o Porto de São Francisco está fazendo”, disse o governador Jorginho Mello.
Os trabalhos para remover o afloramento rochoso de 370 m³, equivalente ao tamanho de cinco contêineres, estão sendo realizados pela empresa Náutica Marítima Serviços e terá um custo de R$ 12 milhões. A pedra se encontra a 12 metros de profundidade, no berço 101. Com a remoção, busca-se alcançar a profundidade de 14 metros nesse local, já que atualmente, as embarcações têm que fazer uma manobra extra no momento da atracação, o que aumenta os custos.
“A obra permitirá o embarque de mais 1,5 mil toneladas de produtos em cada navio”, afirma o presidente do Porto, Cleverton Vieira. “A derrocagem representa um significativo ganho operacional, com redução de custos e de tempo para toda a comunidade portuária, tornando o Porto de São Francisco mais competitivo entre os terminais brasileiros”, acrescentou.
A derrocagem vai usar métodos mecânicos de alta precisão, sem o uso de explosivos. Martelos de fundo e rompedores hidráulicos vão fragmentar a rocha submersa e uma escavadeira hidráulica vai remover o material. Esta técnica minimiza o impacto ambiental e garante a segurança de toda a operação. Nesta primeira etapa, a previsão é que a obra seja concluída no final de janeiro. Serão feitos 4,5 mil furos na rocha para depois dividir a pedra mecanicamente com talhadeira (cada furo tem 10 centímetros de diâmetro).
“Os navios não estavam conseguindo colocar toda a carga e era necessário deslocar o navio. Cada deslocamento era um custo de R$ 100 mil para colocar a carga toda. Com essa remoção o porto vai ter mais condições de receber navios maiores e ter a colocação de mais carga por um custo menor”, afirmou o secretário de Estado de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Ivan Amaral.
Tendo em vista a grande movimentação de grãos no berço 101, a obra será executada em duas etapas. Na primeira, que ocorrerá até o final de janeiro, serão feitas as perfurações na rocha.
Durante o período de escoamento da safra de soja, que geralmente vai até o mês de outubro, a obra será paralisada, para permitir a total capacidade de escoamento do berço. Após o término do ciclo da soja, a obra será retomada para o desenvolvimento das etapas seguintes.
Dados gerais do Porto:
- Maior porto em movimentação de carga de Santa Catarina;
- Entre os 10 maiores portos públicos do Brasil em movimentação de carga geral;
- Em 2024, atingiu o recorde histórico de movimentação de carga: 16,9 milhões de toneladas;
- Entre os cinco portos públicos do país com Certificação ISO 9001 e 14001;
- Responsável por 42% de todo o aço importado pelo Brasil e por 80% da soja exportada por SC.