Nesta sexta-feira, 18, a Gerência de Saúde da Agência de Desenvolvimento Regional de Dionísio Cerqueira realizou, na sede da ADR, uma reunião com representantes da Regional de Saúde de São Miguel do Oeste, da 8ª Regional de Saúde de Francisco Beltrão e representantes do setor de Saúde dos municípios de Dionísio Cerqueira e Barracão.

A gerente de Saúde da Regional de Dionísio Cerqueira, Eila Labres, explicou que o objetivo da reunião foi debater ações integradas para o combate do mosquito Aedes aegypti. “Aproveitamos que no sábado, 19, será celebrado o Dia Nacional de Combate à Dengue e realizamos esse encontro. A ideia é que possamos desenvolver ações integradas nos municípios de Dionísio Cerqueira (SC) e Barracão (PR), que são cidades gêmeas, com fronteira seca, onde a divisão dos dois estados é apenas uma rua”, ressaltou.

Eila ainda explicou que, devido a essa particularidade, é de extrema importância que as ações sejam desenvolvidas de forma conjunta, pois, atualmente, o município de Barracão é considerado infestado e Dionísio Cerqueira está em situação de risco. “O mosquito não conhece fronteiras, precisamos de ações eficazes e, acima de tudo, trabalhar juntos, pois os números que temos não são nada satisfatórios. Com a chegada do verão, a situação tende a ficar cada vez mais crítica”, informou.

A reunião também contou com a presença do diretor de fiscalização da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Anselmo Granzotto. Ele destacou que a instituição vem trabalhando fortemente no combate ao mosquito da dengue. “Ação ambiental e saúde precisam andar juntas, por isso a Fatma participa efetivamente do processo. Precisamos padronizar ações do Estado e municípios e equilibrar a luta para alcançar níveis epidemiologicamente aceitáveis. Por isso, destaco que essa ação da Gerência de Saúde da Regional de Dionísio Cerqueira é de extrema importância, pois busca esse objetivo, capacitando e reunindo as pessoas que estão envolvidas no processo”, disse.

O médico veterinário Eraldo Machado, da Vigilância Sanitária da 8ª Regional, destacou que ações como essa são muito positivas para a região de fronteira. “Não podemos separar os territórios que são tão próximos, precisamos realizar um controle conjunto, expondo cada metodologia de trabalho e trocando experiências, pois assim temos como otimizar o que já é desenvolvido em cada município. São ações práticas e soluções simples, uma questão colaborativa técnica que faz com que os resultados apareçam”, afirmou.

Panorama epidemiológico em Santa Catarina

De acordo com o último Boletim Epidemiológico (32/2016), 4.359 casos de dengue foram confirmados entre 1º de janeiro e 5 de novembro – período em que o estado registrou, pela primeira vez, dois óbitos causados pela doença. Do total, 3.978 casos foram de transmissão dentro do estado, ocorridos em 27 municípios, o que representa um aumento de 18% em relação ao mesmo período do ano.

Este ano, oito municípios declaram epidemias de dengue no estado – Serra Alta, Bom Jesus, Coronel Freitas, Descanso, Modelo, Chapecó e União do Oeste, todos na região Oeste -; enquanto no ano passado apenas Itajaí registrou epidemia, a primeira da história de Santa Catarina. Em relação aos focos do mosquito Aedes aegypti, foram identificados 6.385 focos, em 133 municípios até o momento. Neste mesmo período em 2015, tinham sido identificados 6.170 focos em 112 municípios.

Na Regional de Dionísio Cerqueira, os municípios de Anchieta, Guarujá do Sul, Palma Sola, Princesa e São José do Cedro são municípios considerados infestados, e Dionísio Cerqueira está em situação de risco.

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