Agência de Notícias SECOM

  1. Início
  2. /
  3. Geral
  4. /
  5. Família Granemann inaugura museu...

Família Granemann inaugura museu em Santa Cecília e ajuda contar história da região

cultura e historia 20150526 1639109405

O museu “Haus Granemann” ou Casa dos Granemann, da tradução do alemão, será inaugurado nesta quinta-feira, 28, em Santa Cecília. A inaguração será às 14h, ao lado da prefeitura municipal de Santa Cecília. Floresnal  Granemann ( seu Nalo), 74 anos, é o idealizador do museu que vai contar um pouco da história do município e da região com objetos guardados por sua família desde a imigração da Alemanha para o Brasil em 1838.

 

Muitos dos objetos presentes no museu são herança de seus ascendentes, inclusive alguns utilizados por jagunços na Guerra do Contestado e índios que habitavam a região no século 19. “Muitos representam a cultura local, identificada com o tropeirismo e a cultura gaúcha fortemente representada em Santa Cecília”, destaca seu Nalo. Entre os objetos, ele destaca um bodoque que pertenceu a um líder indígena que o utilizava para matar tropeiros nas imediações da Serra do Espigão nas travessias de tropas. 

Exímio contador de histórias, seu Nalo como é conhecido na região, mostra com orgulho a argola do laço que pertenceu a Adeodato, um dos principais líderes revolucionários da Guerra do Contestado.  Ainda antes de a guerra começar, Adeodato se tornou inimigo número um do avô de seu Nalo, chamado Leandro Granemann. Por desrespeitar o avô, levou uma surra de tala – instrumento campeiro utilizado para chamar à responsabilidade animais de lida. O motivo, segundo conta seu Nalo, teria sido o maltrato a uma junta de bois de muito zelo e emprestada pelo fazendeiro ao caboclo naquela época para puxar alguns palanques.

 O avô de seu Nalo havia recomendado: “Olha Adeodato, esses animais não trabalham sob o sol forte e nem na base da pressão. Das dez da manhã às quatro da tarde eles descansam”, advertiu. No entanto, algumas horas depois, um capataz que andava pelas estâncias informou ao avô de seu Nalo que a recomendação fora descumprida.

“Meu avô conta que quando chegou a um pé de morro, avistou Adeodato maltratando os animais a chicotadas, sob o sol intenso. Naquele instante avançou em direção ao ocorrido e arrancou Adeodato de cima da carreta com os palanques e deu-lhe uma boa surra de relho”, conta seu Nalo. E prosseguiu contando: “Agora você vai puxar todos esses palanques nas costas morro acima com esse sol pra aprender a não maltratar os bixos”, disse o avô furioso.

A partir de então, o avô de seu Nalo ganhou um inimigo de morte, que jurou vingança e cujo ódio se intensificou  especialmente depois que iniciou a Guerra do Contestado onde Adeodato se tornaria um dos mais temidos líderes do movimento caboclo na região a confrontar com fazendeiros, muitos dos quais tiveram que fugir com a família deixando para trás praticamente todas as tropas de gado que haviam antes da guerra. 

Mais histórias sobre índios, caboclos, fazendeiros e conflitos podem ser conferidas in loco na Haus Granemann, a partir de quinta.

{article Fabio Claudino Fontana – SDR Curitibanos – assinatura}{text}{/article}

Page Reader Press Enter to Read Page Content Out Loud Press Enter to Pause or Restart Reading Page Content Out Loud Press Enter to Stop Reading Page Content Out Loud Screen Reader Support