Fabricante europeia de painéis solares estuda investir em Santa Catarina
A empresa húngara Ecosolifer apresentou, nesta quinta-feira, 26, ao Governo de Santa Catarina o projeto de instalação de uma fábrica de painéis solares de alta eficiência no Brasil. O grupo procura um local e parceiros brasileiros para a unidade que atuará de forma complementar à matriz na Hungria. Os representantes da empresas preveem investir até € 10 milhões, cerca de R$ 40 milhões, na primeira fase do empreendimento, com a criação de 90 empregos diretos – 60 deles de alta qualificação.
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O governador Raimundo Colombo comemorou o interesse dos europeus e avaliou que o ambiente de negócios em Santa Catarina é atualmente o melhor e mais seguro do Brasil. “Queremos que a empresa tome a decisão certa e se instale no local correto. Achamos que Santa Catarina é o melhor lugar”, disse Colombo.
Segundo o governo, o momento é bom pra investidores externos se instalarem no estado. “A segurança jurídica para investimentos de longo prazo é essencial. Oferecemos isso aqui. E a nossa política de atração de investimentos é uma das mais avançadas no Brasil, sobretudo para setores estratégicos, como tecnologia e energia”, concluiu.
De acordo com o CEO da Ecosolifer, Ákos Haidegger, na primeira fase do empreendimento, a empresa projeta entregar ao mercado nacional 100 megawatts/ano em painéis solares. A unidade brasileira irá montar estes módulos de geração de energia com células fotovoltaicas importadas da fábrica matriz, que será inaugurada em janeiro de 2016 em Csorna, na Hungria.
Estas células usam uma tecnologia desenvolvida por pesquisadores suíços e húngaros chamada heterojunção. Com a técnica, os painéis solares atingem eficiência energética entre 22% e 24%, enquanto os principais concorrentes no mercado chegam a no máximo 20% de eficiência. “Esse produto é único no mundo e se tornará uma referência”, analisa Haidegger.
A Ecosolifer garantiu a exclusividade de uso desta tecnologia no Brasil e prevê a transferência tecnológica para a unidade local até o final da década. “No protocolo que assinamos com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, prevemos fazer 100% da transferência da tecnologia para o Brasil até 2020”, garantiu o diretor da Ecosolifer para a América Latina, Bruno Zacharias. Há ainda a possibilidade de pesquisadores brasileiros participarem do desenvolvimento da tecnologia junto com os suíços e húngaros.
Para o empreendimento, explicam os representantes da empresa, a Ecosolifer procura parceiros que conheçam o mercado de energia brasileiro e que tenham condições de contribuir para a produção dos módulos e futuramente das células no Brasil.
Os representantes da Ecosolifer foram apresentados pelo presidente do Instituto de Previdência do Estado de Santa Catarina (Iprev), Renato Hinnig, e recebidos também pelo secretário de Assuntos Internacionais, Carlos Adauto Virmond. Para Virmond, Santa Catarina tem boas oportunidades de atrair o investimento. “A presença de capital humano qualificado e de cursos de engenharia de nível internacional soma-se ao bom momento do nosso ambiente de negócios como diferenciais catarinenses”, listou Virmond. As equipes técnicas da Secretaria da Fazenda e da Secretaria de Assuntos Internacionais participaram da reunião, que teve a participação ainda do secretário da Administração, João Matos.
Hoje, o país tem cerca de 21 megawatts de capacidade solar instalada, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que representa apenas 0,02% do total. A previsão da Aneel é que o Brasil tinha 2 GW de potência instalada até 2024.
A maior usina solar em operação no país é a Nova Aurora, localizada na cidade de Tubarão, no Sul catarinense, com capacidade de 3 megawatts.
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Rafael Paulo
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