Agência de Notícias SECOM

  1. Início
  2. /
  3. Educação
  4. /
  5. Estudos da Udesc Cefid...

Estudos da Udesc Cefid mostram importância de exercícios físicos para saúde e bem-estar de mulheres sobreviventes ao câncer de mama

Foto: Divulgação

Pesquisas realizadas nos últimos anos pelo Centro de Ciências da Saúde e do Esporte (Cefid), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), destacam a importância do exercício físico para prevenção, tratamento e cuidado na vida de mulheres sobreviventes ao câncer de mama.

Os resultados de 21 estudos apontam melhorias físicas, psicológicas e sociais nas mulheres que participaram como voluntárias em intervenções como pilates, dança do ventre, dança livre e dançaterapia. 

:: Confira o infográfico.

Essas investigações foram feitas pelo Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física da Udesc Cefid (Laplaf) e tiveram coordenação da professora Adriana Coutinho de Azevedo Guimarães. A docente integra o Departamento de Educação Física e o Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano (PPGCMH) e é doutora em Motricidade Humana – área Saúde e Condição Física pela Universidade Técnica de Lisboa (UTL), de Portugal.

De acordo com Adriana, os resultados reforçam “a ideia de que a prática regular de exercícios não apenas melhora a saúde física, mas também contribui para o bem-estar psicológico de quem realiza a pratica. Além disso, o exercício físico pode desempenhar um papel fundamental na diminuição das taxas de mortalidade entre as sobreviventes de câncer de mama”.

“As mulheres que mantêm um estilo de vida ativo têm menor risco de recorrência da doença e de metástases, evidenciando a importância desse estilo como uma intervenção eficaz na prevenção de complicações a longo prazo”, destaca.

A maioria das participantes dos estudos do Laplaf não era suficientemente ativa, ou seja, não fazia até 150 minutos de atividade física por semana, quantidade de tempo que é recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “Isso ressalta a necessidade de conscientização e incentivo para a prática de atividades físicas e/ou exercícios físicos para essa população”, comenta Adriana.

Pequenas mudanças, impactos positivos

Mesmo com as voluntárias das pesquisas realizando poucas atividades físicas, alguns resultados identificaram que aumentos no tempo da atividade física diária estavam associados a melhorias na qualidade de vida, independentemente do tipo de tratamento realizado.

Um incremento de 10 minutos na prática de caminhada para sobreviventes ao câncer de mama, por exemplo, diminuiu, em 19%, a probabilidade de pior capacidade funcional e, em 26%, a probabilidade de sintomas associados ao tratamento. “Isso reforça a ideia de que pequenas mudanças na rotina podem ter um impacto significativo na saúde geral das sobreviventes”, afirma a professora da Udesc Cefid.

Uma das intervenções dos estudos teve dança do ventre, que foi aplicada por 16 semanas, melhorou significativamente a imagem corporal das participantes, sobretudo nas escalas de estigma e limitações, e reduziu o desconforto e a dor durante relações sexuais.

Além disso, foram observadas melhorias na amplitude do movimento, na escala funcional, na mobilidade de braços, na autoestima, no otimismo, na qualidade do sono e na diminuição dos sintomas depressivos e da fadiga. Segundo Adriana, “essas melhorias são essenciais, pois contribuem para uma recuperação mais integral e uma melhor qualidade de vida”.

Resultados de outros exercícios 

A dança livre também mostrou resultados positivos para sobreviventes ao câncer de mama, com melhorias na imagem corporal, no estado de humor, na perspectiva de envelhecimento, nos sintomas depressivos, na ansiedade e no estresse.

Outra intervenção aplicada em pesquisas do Laplaf que mostrou efeitos significativos nos sintomas psicológicos foi a dançaterapia, com a diminuição da ansiedade e a melhora da autoestima, da perspectiva de envelhecimento e do otimismo, além de ter efeito protetor dos sintomas na piora da função sexual.

O método Pilates também demonstrou ser eficaz, principalmente nos aspectos físicos, como na melhora da amplitude de movimento, no alinhamento postural e no equilíbrio. Outros benefícios apresentados foram a melhora da qualidade do sono e da autoestima e a diminuição do cansaço.

Embora a dança mista não tenha impactado diretamente sobre a qualidade do sono ou a dor, muitas participantes relataram melhora no bem-estar geral, reforçando a ideia de que o exercício físico promove efeito positivo no estado emocional e na socialização.

Integrar práticas de saúde é essencial

As pesquisas feitas pelo Laplaf na Udesc Cefid mostraram ainda que mulheres com fadiga moderada a grave apresentaram também maior probabilidade de piora dos sintomas depressivos, o que reforça a importância de programas com exercício físico para o manejo dos efeitos colaterais dos tratamentos.

Além disso, os estudos destacaram que fatores como idade, escolaridade e tipo de cirurgia podem estar associados à presença de sintomas depressivos, demonstrando, portanto, a importância de acompanhamento psicológico e social para as participantes.

“Desta forma, as intervenções realizadas mostraram não apenas resultados positivos nos sintomas físicos e psicológicos, mas também destacaram a importância do exercício físico na saúde integral das mulheres que enfrentam o câncer de mama. Compreender e integrar essas práticas como parte do tratamento é essencial para melhorar a recuperação e reduzir as taxas de mortalidade, metástase e recidiva, assegurando um futuro mais saudável e com melhores perspectivas para essas mulheres”, conclui a professora Adriana.

Para auxiliar nesse cenário, o Laboratório de Pesquisa em Lazer e Atividade Física, por meio do programa de extensão Ritmo e Movimento, oferece o projeto Dança para Mulheres em Tratamento e Pós-Tratamento ao Câncer de Mama, com atividades nas terças e quintas-feiras, das 14h às 15h, no Ginásio 1 da Udesc Cefid, no Bairro Coqueiros, em Florianópolis. Neste semestre, os encontros começarão em 11 de março, e as inscrições poderão ser feitas no local.

A equipe desse projeto da universidade também é coordenada pela professora Adriana e conta com as pesquisadoras Leonessa Boing e Tatiana de Bem Fretta, além da doutoranda Juliana da Silveira, do PPGCMH.

Mais informações

Mais informações podem ser obtidas na página do Laplaf, no perfil do laboratório no Instagram e pelo e-mail laplaf.cefid@udesc.br.

Assessoria de Comunicação da Udesc Cefid
Jornalista Rodrigo Brüning Schmitt
E-mail: comunicacao.cefid@udesc.br
WhatsApp: (48) 98801-7729
Telefone: (48) 3664-8637 

Avatar
Escrito por:

ASCOM | UDESC

Assessoria de imprensa da Universidade do Estado de Santa Catarina

Ver todos os posts