Foi oficialmente lançado pela estação experimental da Epagri Canoinhas, o novo cultivar de pastagem perene. O evento, na tarde desta quinta, 2, no campo experimental Salto do Canoinhas, na Rodovia SC-477, contou com a presença de diversas autoridades, além dos agricultores das regiões de Canoinhas e Mafra.

A pastagem perene apresentada foi a SCS315 Catarina Gigante, que é uma variedade da pastagem Missioneira-Gigante. O gerente da Estação Experimental da Epagri em Canoinhas, Gilson Gallotti, explica que as principais características dessa cultivação são a excelente aceitação animal, adaptação à diferentes condições edafoclimáticas, alta resposta produtiva à adubação, resistência  à cigarrinha-das pastagens, além de alta resistência ao frio e geadas, entre outros benefícios. “Os agricultores que tem interesse nessas mudas podem procurar a equipe da extensão rural na Epagri de seus municípios e também na estação experimental da Epagri, para que possam multiplicar e aumentar sua produção” destaca Gallotti. A distribuição é feita de forma gratuita.

A pesquisadora da estação experimental da Epagri de Canoinhas, Ana Lúcia Hanisch, em sua apresentação aos agricultores destacou que esse tipo de pastagem é uma opção segura para a produção animal em Santa Catarina. “Esse cultivar tem características que atendem necessidades específicas dos pecuaristas catarinenses, com excelente aceitação pelos animais, dando uma excelente resposta na produção de leite e carne. É um pasto altamente indicado para nossa região e Estado”, frisou.

Participaram também do lançamento o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Epagri, Luiz Antônio Palladini; diretor de Administração e Finanças, Jorge Luiz Malburg;gerente regional da Epagri Canoinhas, Donato Noenberg; gerente de pesquisa da Estação Experimental de Lages, Vilmar Zardo; pesquisador da Estação Experimental de Lages, Murilo Dalla Costa; e o pesquisador aposentado Edison Xavier de Almeida, que trabalhou com esta gramínea.

Sobre as pastagens perenes

Pastagens perenes são aquelas que, uma vez plantadas, permanecem produtivas por muitos anos, desde que sejam bem manejadas, adubadas e adaptadas ao clima da região. A Missioneira-Gigante nasceu a partir do cruzamento natural de duas espécies na região do Vale do Itajaí. Foi batizada com esse nome pelos produtores locais graças ao porte mais alto e folhas mais largas que a Missioneira Comum.

Já em 1985 essas plantas foram incorporadas aos bancos de germoplasmas existentes no Estado e tiveram início os processos de avaliação e seleção. De lá para cá a pesquisas seguiram, até que se chegasse ao SCS315 Catarina Gigante.

Os agricultores catarinenses já podem usar na prática todos esses anos de pesquisa, implantado o novo cultivar em seus pastos. Para obter as mudas é só entrar em contato com um dos Escritórios Municipais da Epagri.

Esse trabalho da Epagri busca incrementar a cadeia produtiva da carne, mas principalmente do leite, um importante e tradicional produto da agricultura familiar catarinense. Os dados mais recentes, de 2015, revelam que, naquele ano, Santa Catarina produziu 3,05 bilhões de litros de leite, 2,5% a mais do que em 2014. Análise do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola da Epagri (Cepa) indica que é provável que, num prazo não muito distante, Santa Catarina acabe superando Goiás na posição de quarto produtor nacional, já que apenas entre 2010 e 2014 aumentou a sua participação na produção brasileira de 7,8% para 8,5%, enquanto aquele Estado teve a sua participação praticamente estabilizada em 10,5%.

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