Espécie considerada extinta pode voltar a repovoar Florianópolis
Fotos: Divulgação/ Instituto Espaço Silvestre
Dois nascimentos trazem esperança para uma espécie que já é considerada extinta em Florianópolis. São dois filhotes de bugios que nasceram no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), nos meses de março e abril deste ano. Embora o CETAS não tenha por finalidade a reprodução dos animais, os dois novos integrantes da família aumentam as expectativas em relação ao repovoamento da espécie na região da Ilha de Santa Catarina.
Considerados mascotes do local, os filhotes estão sob os cuidados da família de bugios. Para evitar a interferência humana, a equipe do Instituto acompanha os animais a distância para verificar se estão se alimentando, crescendo e interagindo. A estratégia de deixar os filhotes exclusivamente aos cuidados da família é uma forma de avaliar o comportamento natural dos animais, algo extremamente importante para a conservação da espécie, caso o grupo seja solto.
“Um projeto de reintrodução pode ter como metodologia a realização de solturas de animais na natureza, com a expectativa de que eles reproduzam até que sejam observados mais nascimentos do que mortes. Não sendo necessário, portanto, fazer novas solturas para a população se estabelecer”, explica a Coordenadora do CETAS, pelo Instituto Espaço Silvestre, Vanessa Kanaan.
Assim como já ocorre com a família, os filhotes que completam nesta quarta-feira, 03 de junho, 72 e 50 dias de vida, serão reabilitados com o objetivo de soltura para voltar a povoar a região, de onde são nativos.
Os animais devem permanecer no CETAS em reabilitação até a execução do projeto de reintrodução. O CETAS, localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, em Florianópolis, é administrado pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA), com cogestão do Instituto Espaço Silvestre.
Bugio
Bugio é um gênero de macaco, também chamado de macaco-uivador, guariba ou barbado. Em Florianópolis, os bugios estão extintos há pelo menos 150 anos devido, principalmente, à caça e à destruição do meio ambiente. Apesar da regeneração da vegetação, a espécie não conseguiu se reestabelecer novamente na região. Por isso, a reintrodução desse grupo que está no CETAS é tão importante para a biodiversidade de Florianópolis.
Espécie extinta
Segundo as análises da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), uma espécie é classificada como extinta na natureza quando não existe mais e não poderá ser vista novamente.
Já se ela está em extinção é porque quase não há animais da mesma espécie, o que dificultará a sua reprodução natural e a continuação do legado.
Mas uma espécie pode estar extinta em uma região e em outra não. Como é o caso do bugio. As duas espécies de bugio que ocorrem em Santa Catarina, o ruivo e o preto não estão ameaçados de extinção no estado, mas o bugio-ruivo, que antes ocorria na Ilha de Florianópolis, não ocorre mais, assim para a Ilha ele é considerado extinto.
>> Leia também:
Em um ano, Santa Catarina resgata 1,4 mil animais vítimas do tráfico
Informações adicionais à imprensa:
Claudia Xavier
Assessoria de Imprensa IMA
Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina
E-mail: comunicacao@ima.sc.gov.br
Fone: (48) 3665 4177 / (48) 99172 8277
Site: www.ima.sc.gov.br