Cinquenta e cinco alunos do Ensino Médio Inovador da Escola de Educação Básica Prof.ª Jurema Savi Milanez tiveram um dia de aprendizado fora da rotina e das paredes da sala de aula. No dia 12 de maio, duas turmas visitaram o Parque Estadual das Araucárias, no município de São Domingos, para uma atividade letiva proposta pelos professores Lilian Sandra Riedi Cima, de sociologia, e Mércio José Lunkes, de física.

A ideia surgiu após uma publicação do jornal norte americano The Guardian, sobre a desigualdade social como fator para um colapso da nossa civilização, que levou os professores a pensarem uma forma de trabalhar a conscientização de maneira interdisciplinar. Depois que os professores trabalharam o texto em sala de aula, os alunos assistiram ao filme Interestelar.

“Este filme parte de uma situação em que a Terra tem recursos naturais praticamente esgotados. A alimentação é baseada no milho e a agricultura é a principal profissão. O filme demonstra com imagens nosso planeta esgotado”, explicou Mércio.

Depois desse choque com possíveis realidades do planeta, os estudantes viajaram até o parque para conhecer a flora regional. Eles fizeram duas trilhas em meio a áreas com mata em formação e mata virgem e agora trabalham para apresentar o que conheceram em um seminário na escola.

Segundo o relato dos professores, esta foi a primeira visita escolar ao parque, aberto para visitações em abril. No local há muitas espécies de árvores e pássaros da região, fornos antigos que serviam para produzir carvão, porque a área pertencia a uma serraria e ainda há uma Pequena Central Hidrelétrica.

“Foi bem interessante, porque a gente conheceu mais sobre a diversidade de espécies de árvores da nossa região, espécies nativas, conhecemos melhor como elas se adaptam e como podemos preservá-las e cuidar melhor da nossa região”, relatou Gabriela Elis Dalla Costa, aluna da turma 101.

Uma das turmas teve a sorte de ser guiada no passeio pelo gerente de Unidades de Conservação (GERUC) da Fundação do Meio Ambiente (Fatma), Gilberto João Morsch, que estava no parque no mesmo dia e destacou a importância de levar alunos desta faixa etária às unidades de conservação.

“É justamente nesta idade, um pouquinho antes, que ocorre a pré-formação do indivíduo, a preparação desse indivíduo para a vida, é onde você consegue colocar um pouco a mais na cabecinha deles. Existem projetos de processos de educação ambiental vigentes no estado, até com ônibus, com vídeos, DVDs, mas não alcançam. O bom é trazê-los para uma unidade de conservação, do parque, onde a criança ou adolescente pode tocar, pode caminhar, pode cheirar, pode ouvir, e se tiver sorte ele vai ver espécies da fauna e flora”, declarou Gilberto.

O Parque

De acordo com a prefeitura de São Domingos, o parque tem uma área de 6.125,211 metros quadrados (612 hectares). Situado a 12 quilômetros do centro da cidade, é recortado pelo Rio Jacutinga, afluente do Rio Bonito e recoberto de araucárias. O local conta ainda com um Centro de Visitantes, que abriga um museu sobre a espécie, e um Centro de Pesquisa, que tem como função auxiliar nas pesquisas sobre as espécies endêmicas da região. 

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