A Epagri promoveu a 24ª edição da reunião anual de avaliação de safra do arroz irrigado no Sul catarinense no último dia 9, no Centro de Treinamento em Araranguá. O evento, que discutiu os principais acontecimentos da última safra de arroz, já é data marcada e esperada por todos os envolvidos na cadeia produtiva do cereal, que possui um dos maiores PIBs da agricultura nas regiões da Amesc, Amrec e Amurel.

O evento teve a participação de cerca de cem pessoas, entre agricultores, lideranças rurais, presidentes de cooperativas e sindicatos além de técnicos envolvidos na produção de arroz em todo o Sul catarinense. Foram apresentadas palestras sobre os principais assuntos na pauta do setor produtivo, dialogando sobre o uso e a preservação da tecnologia “Clearfield”, uso de sementes certificadas e Custeio e Seguro agrícola. Por fim, foram apresentados os resultados do trabalho organizado pela Epagri, onde mais de 560 agricultores forneceram informações sobre as suas safras, e com eles calculadas as produções de cada município e região.

A região de Tubarão foi a que apresentou maior aumento de produção em relação à safra passada, cerca de 6,15%, com uma produção total estimada em 164 mil toneladas em 22.195 ha, equivalendo a uma produtividade de 7.389kg/ha. A região de Criciúma apresentou uma produtividade média 5,5% acima da registrada na safra 2014/2015, chegando 7.171kg/ha em cerca de 20.500 hectares. Já a região de Araranguá, a maior produtora do estado, com mais de 30% da área plantada, teve um aumento de 1,72%. A produção foi de 364 mil toneladas, com rendimento de 7.086 kg/ha em 51.404 hectares.

Segundo o engenheiro agrônomo do Projeto Grãos da Epagri de Araranguá, Douglas George de Oliveira, o resultado da última safra no Sul catarinense foi considerado bom, sendo 4,9% superior quando comparado o rendimento médio das últimas nove safras. Isso aliado ao bom preço do arroz no mercado tem deixado os produtores animados para a próxima safra. No total estimado, foram produzidas aproximadamente 676 mil toneladas nas três regiões do Sul e geraram um valor bruto de produção de R$ 568 milhões.

Ele lembra que a safra foi marcada pela ocorrência do El niño, que trouxe chuva muito acima da média desde o final de setembro até o início de dezembro, muitos dias nublados e poucas horas de sol, aliados a baixas temperaturas. Com isso, as lavouras semeadas muito cedo foram as mais impactadas, tendo produções muito abaixo da média. Isso provocou certa preocupação com relação ao que aconteceria com o resto da safra. Porém, os meses de janeiro e fevereiro foram extremamente favoráveis ao desenvolvimento do arroz em seu período reprodutivo, o que ajudou as lavouras a se recuperarem e apresentarem boas produções e permitiu este aumento na produção global das lavouras do Sul do estado.

Outro fator importante é a colheita de soja, que este ano deve superar cinco mil toneladas e foi proporcionada pelas altas temperaturas no mês de abril.
Santa Catarina é o segundo maior produtor nacional de arroz, respondendo por 8,9% da produção brasileira.

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