Encerram em Laguna neste fim de semana as festividades de Santo Antônio dos Anjos
A Agência de Desenvolvimento Regional de Laguna, informa que não haverá expediente nesta segunda-feira, dia 13, em virtude de feriado municipal em homenagem ao padroeiro Santo Antônio dos Anjos.
Este será o último fim de semana da tradicional festa de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, esta é a 340ª edição e traz novidades em sua programação.
Neste ano o Grupo Teatral Terra encenará em palcos ao ar livre a história de Santo Antônio. Serão três apresentações da peça “Antônio dos Anjos” envolvendo, atores, figurantes e músicos. Por meio de um telão instalado ao lado da igreja Santo Antônio dos Anjos, as pessoas conseguem assistir astrezenas rezadas em latim.
O governador Raimundo Colombo e do vice-governador Eduardo Pinho Moreira acompanharão a Transladação da Imagem de Santo Antônio dos Anjos, que acontece neste sábado, 11, com saída às 18h do Bairro Magalhães.
Além de momentos de extrema religiosidade, o público pode conferir apresentações musicais, teatro, degustar comidas típicas e algumas opções gastronômicas com Food Trucks. O evento conta com o apoio do Governo do Estado de Santa Catarina.
A programação completa você pode acompanhar no link: http://bit.ly/1YicD8v
Saiba mais sobre a história do padroeiro do município:
Em 1676, o Bandeirante Vicentista Domingos de Brito Peixoto, além de trazer seus familiares, jesuítas franciscanos, homens de armas, famílias e escravos, para tomar posse e colonizar as terras da “Laguna de los Patos”, trouxe também uma pequena imagem de Santo Antônio.
Segundo historiador, Dr. Oswaldo Rodrigues Cabral, Brito Peixoto foge da tradição em dedicar a fundação, ao santo do dia, dedica a freguesia ao seu santo de devoção, “Santo Antônio”, e, acrescenta o do santo do dia “dos Anjos”.
Sendo assim, Laguna torna-se a única cidade no mundo, onde Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa, tem um nome diferente “Santo Antônio dos Anjos”, criando personalidade própria através da imagem diferenciada em devoção, desde 1796, quando foi entronizada.
Aqui chegando, a primeira preocupação de Brito Peixoto, foi mandar construir uma capela de “pau à pique”, onde colocou em devoção, a pequena imagem de Santo Antônio, que trouxera consigo. (esta imagem encontra-se em nossa igreja, é usada nas procissões motorizadas e também substitui a imagem maior, quando esta é tirada do altar, para as festas.)
Com o passar do tempo, a Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo Antônio dos Anjos, fundada em 1753, sente a necessidade de se ter uma nova imagem. Em 1792, foi encomendada nova imagem, para isso, foi mandado um tronco de madeira da região, para ser entalhado por um santeiro na Bahia. Essa imagem é entronizada na igreja matriz, em 1796, sendo a mesma que temos, até hoje, em nossa devoção.
Segundo dona Nail Ulysséa, registradora das histórias de nossa matriz, o escultor era um artista original, modesto e alegre; cria uma imagem de olhar alegre e lábios sorrindo (coisa nunca vista em qualquer outra imagem desanto), vestes ornadas em dourado, não assinando a obra e nem um sinal que o identificasse. Diferente das imagens conhecidas de Santo Antônio, de semblante humilde e vestes franciscanas. Essa imagem tão diferente e, tendo em Laguna, um nome também diferente, o Santo Antônio dos Anjos cria personalidade própria.
São inúmeras as histórias dos milagres atribuídos ao Santo Antônio de Pádua ou de Lisboa, no mundo inteiro.
Santo Antônio dos Anjos, na devoção do povo lagunense, não poderia ser menor, milagres, favores e graças alcançadas, pedidos concedidos, objetos achados, casamentos arrumados. Viagens cuidadas, porque o lagunense não ia ao mar e hoje não vai para a BR, sem antes pedir para que Santo Antônio o acompanhe. É tão grande a devoção e a intimidade para com o Santo, que o lagunense já o chama de “Toninho”ou “Tonico” e muitas vezes, não sente a necessidade de um momento de reflexão, de uma oração para pedir uma graça, ele simplesmente pede ou exige, como se faz para um pai, um irmão ou para um grande amigo.
Das Festas
Em 1676, chegou para colonizar Laguna, Brito Peixoto, devoto de Santo Antônio, trouxe a primeira imagem do santo e dedicou a fundação ao seu santo de devoção.
A partir daí, como é tradicional, já se deveria rezar, pelo menos, a ¨Trezena¨ de Sto. Antônio.
Em 1753 é fundada a Irmandade do Santíssimo Sacramento e Santo Antônio dos Anjos. O primeiro registro de um ¨juiz¨, referente a festa de Sto. Antônio é do século XIX , dona Páscoa Gonçalves Ribeiro (não se tem a data).
Em junho de 1858, segundo registros de Robert Ave-Lallemant (Viagens pelas Províncias de Sta. Catarina, Paraná e São Paulo – edição da Universidade de São Paulo), era rezada a trezena já com a orquestração.
No princípio do século XX, era rezada uma missa solene (cantada) e procissão, logo apos um leilão das prendas recolhidas no comércio. Depois de 1912, começam as quermesses ou como foram chamadas por tradição, “ as barraquinhas “
Com a evasão das gerações, para centro maiores em busca de melhores oportunidades, a Festa de Santo Antônio, torna-se um dos motivos de retorno a terra, em visita aos parentes, rever amigos e fortalecer sua devoção ao seu querido santo de devoção.
Fonte: Baú do Marega disponível no link: http://bit.ly/1VRdX1p
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