A secretária de Estado de Desenvolvimento Regional, Solange Scortegagna Pagani, e o prefeito de São Joaquim, Humberto Brighenti, receberam, na quarta-feira, 6, o embaixador do Japão, Akira Miwa, e cônsul-geral do Japão, Yoshio Uchiyama. O município integrou o roteiro de visitas da comitiva por possuir uma expressiva comunidade de descendentes japoneses.

Os primeiros japoneses chegaram a São Joaquim no início década de 70. Hoje, na quarta geração de descendentes, 65 famílias nikkeis estão organizadas em uma associação que busca preservar a cultura nipônica. “A comunidade japonesa é muito ativa em São Joaquim, com significativa contribuição para o desenvolvimento local. Por isso estamos aqui hoje”, afirmou o embaixador Akira Miwa.

Durante a visita, na Estação Experimental da Epagri, a comitiva conheceu os monumentos em homenagem aos pesquisadores japoneses Kenshi Ushirozawa e Yoshio Yoshida. Uma parceria de 30 anos com a JICA – Japan International Cooperation Agency, iniciada em 1973, trouxe os peritos japoneses para a Epagri. O resultado foi o desenvolvimento e difusão de novas tecnologias na cultura da maçã, com a introdução da variedade Fuji, a mais produzida atualmente. “A contribuição dos japoneses foi primordial para a evolução da cadeia produtiva da maçã, transformando a atividade na principal fonte de economia de São Joaquim e região”, destacou a secretária Solange Pagani. Além dos avanços nas pesquisas, foram também os pioneiros na implantação de pomares comerciais.

O embaixador visitou ainda a Cooperativa Sanjo, beneficiadora de maçãs, derivados de maçã e vinhos. Com 80 produtores associados, dos quais 90% têm descendência japonesa, a Sanjo processa anualmente cerca de 40 mil toneladas de maçãs e produz 120 mil garrafas de vinhos. A cooperativa surgiu em 1993, com classificação, armazenamento e venda de maçãs. Depois investiu na produção de derivados da fruta como o suco. Em 2005, iniciou a produção de vinhos finos de altitude e hoje conta com 15 rótulos no mercado.

Da Sanjo, a comitiva passou pela Frutícola Hiragami, que beneficia 12 mil toneladas de maçãs por safra e produz 15 mil garrafas de vinhos. A empresa foi criada há 33 anos por Fumio Hiragami, que veio do Japão para o Brasil ainda criança. O embaixador e o cônsul, acompanhados de suas esposas, encerraram a visita passando pela Vinícola Villa Francioni, onde puderam degustar vinhos premiados e conhecer a rica arquitetura do local.

Relações comerciais: Japão X Santa Catarina
O objetivo da vinda do embaixador à Santa Catarina é estreitar as relações comerciais entre os mercados catarinense e japonês, principalmente na exportação da carne suína. A entrada da carne suína catarinense foi autorizada pelo governo japonês em maio deste ano.

Santa Catarina é o maior produtor nacional de carne suína, respondendo por um quarto do total produzido no país. Da média de 800 mil toneladas produzidas por ano no Estado, o mercado internacional consome cerca de 200 mil toneladas. O Japão é o maior importador de carne suína do mundo, comprando o equivalente a 1,2 milhão de toneladas por ano.

A expectativa do governo do Estado é de que, em uma primeira etapa, Santa Catarina responda por 10% desse mercado, ou seja, cerca de 120 mil toneladas. O montante representaria um ganho da ordem de 60% nos embarques de carne suína catarinense para o exterior. O Japão também consome 90% de carne de frango brasileira e aproximadamente 50% do produto é de origem catarinense.

Informações adicionais
Nina Velho
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