A Celesc Distribuição capacita 35 novos eletricistas com aulas teóricas e práticas na Administração Central, em Florianópolis. Os trabalhadores atuarão em uma das 16 agências regionais da concessionária, que atende 2,6 milhões de unidades consumidoras em Santa Catarina. Até o final desta semana, acontecem diversas atividades de formação, com disciplinas teóricas e práticas.

Foto: Ricardo Hecker Luz / Celesc

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Os exercícios se realizam na rede aérea com funções do cotidiano profissional dos eletricistas e o uso integral dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para o trabalho em altura. As aulas de Construção e Manutenção de Redes desenvolvem habilidades técnicas para fazer emenda em cabos e instalar o aterramento de redes de distribuição de alta e baixa tensão (AT/BT ), entre outras atividades.

Paulo Dariff e Sidnei Luís Blank ministram o mesmo conteúdo para duas turmas distintas. “Os eletricistas precisam desenvolver todas as competências para operar em altura e devem fazer todos os exercícios. Por isso, há duas turmas, uma com 17 alunos e outra com 18. Se faz o aterramento, precisa saber desfazer também. Uma pessoa não pode ser qualificada para o cargo de eletricista sem realizar tais ações com segurança, agilidade, conhecimento e habilidade técnica”, observou o instrutor Dariff.

Não basta saber teoricamente apenas, tem de meter a mão na “massa” e dominar o uso manual e corporal de diversos equipamentos e ferramentas em altura, acrescentou ele. Uma das últimas atividades será o trabalho em linha viva, com a rede energizada – técnica usada para ligar novas unidades à rede de distribuição da Celesc. Nesta e na maioria das ocorrências e serviços, os eletricistas trabalham em duplas e devem ter uma preocupação constante para atuar com absoluta segurança.

O aterramento temporário de AT/BT é uma medida de segurança para evitar que alguma carga inesperada energize o sistema e afete o trabalhador. Quando estiverem atuando de fato – em toda e qualquer intervenção na rede – os eletricistas devem certificar-se do corte visível, testar, aterrar e sinalizar, sempre com a autorização e coordenação do Centro de Operação da Distribuição da Celesc (mais conhecido apenas como COD), ponderou Paulo.

Cada aluno recebeu duas malas e 34 EPIs – um investimento de R$ 178,5 mil apenas para essas duas turmas de empregados. Entre os itens, destacam-se botinas, capacete, óculos especiais, luvas isolantes e roupa antichamas. “O trabalho do eletricista é muito arriscado”, alerta o instrutor Blank. Muitas vezes, um cuidado simples evita danos graves à saúde do trabalhador, salienta o técnico com 18 anos de experiência em redes de distribuição de energia elétrica. O uso integral dos EPIs é exigido no treinamento para preservar a saúde e a segurança dos participantes.

ESTÁGIO PROBATÓRIO

Iniciadas em agosto, as aulas se encerram em outubro e somam 356 horas-aula, distribuídas em 45 dias letivos. A formação envolve 20 instrutores em 16 disciplinas – como Segurança no Trabalho, Eletricidade e Normas Técnicas. A maior carga é a de Construção e Manutenção de Redes com 96 horas-aula, que os novos empregados estão realizando neste momento. Os eletricistas entram como assistentes para desenvolver habilidades técnicas e operar o sistema.

A conclusão do Curso de Eletricista de Distribuição ocorre após o estágio probatório de 90 dias, o que deve ocorrer somente ao final de janeiro de 2015 em uma das 16 Agências Regionais da Celesc. Com isso, o empregado receberá quatro certificados: Curso de Eletricista de Distribuição, Trabalho em Altura, NR-10 Básica e NR-10 Complementar (Norma regulamentadora da segurança em instalações e serviços de eletricidade do Ministério do Trabalho).

ELETRICIDADE

As aulas sobre Eletricidade foram ministradas para as duas turmas de novos profissionais da empresa e relacionaram teoria e prática. A maneira tradicional de ensino dá habilidades para decorar as fórmulas e entender muito bem como fazer os cálculos para achar as grandezas precisas. Entretanto, os alunos não compreendiam como a eletricidade funciona no dia a dia do eletricista e do cidadão comum.

Agora todos os treinandos já sabem que os carros funcionam com corrente contínua; e a distribuição de energia elétrica, com corrente alternada. Tiveram ainda noções de como usar os equipamentos elétricos para identificar problemas de tensão, e compreender as principais razões por que isso ocorre.

A tensão influencia no consumo das unidades residenciais e industriais, bem como na qualidade da energia que o consumidor recebe. Por isso, tais conhecimentos são essenciais para que o eletricista possa atuar com segurança técnica em suas tarefas, observa o instrutor da disciplina, Claudionor Vieira.

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