Domingo é o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais
O próximo domingo, 28, é o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais. Consideradas doenças silenciosas, as hepatites virais nem sempre apresentam sintomas. No Brasil, milhões de pessoas não sabem que são portadoras do vírus que ataca o fígado. Os vírus mais comuns em Santa Catarina são do tipo A, B e C, e provocam cansaço, dor abdominal, fezes claras, peles e olhos avermelhados, febre, tontura, enjôo e/ou vômitos, além de urina escura. Desde maio, a vacina contra a hepatite B está disponível nos postos de saúde para todas as pessoas de zero a 49 anos. Além dessa faixa etária, há outros grupos prioritários que também podem tomar a vacina via SUS (veja quadro abaixo).
Fábio Gaundenzi, diretor da Vigilância Epidemiológica (DIVE), explica que a hepatite B é transmitida pelo sangue e/ou nas relações sexuais sem o uso de preservativo. Segundo ele, também é possível pegar a doença pelo compartilhamento de agulhas e seringas, lâminas de barbear ou de depilação, materiais de manicure, escovas de dentes ou por meio de materiais para a confecção de tatuagens e colocação de piercings.
O diretor da DIVE destaca que a gestante portadora de hepatite B também pode transmitir o vírus para o seu bebê. Por isso, é importante que a grávida realize o teste para a detecção do vírus no pré-natal. “As principais formas de prevenção contra a hepatite são o uso do preservativo e a vacina”, acrescenta o infectologista.
Desde maio, o Ministério da Saúde (MS) ampliou a vacinação contra Hepatite B para o grupo etário de 30 a 49 anos em todo o território brasileiro. Até então, eram imunizadas gratuitamente pessoas de zero a 29 anos. A vacina está disponível nas 1.070 salas de vacina da rede pública de saúde distribuídas em todo o Estado e também no Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE), em Florianópolis, para os grupos prioritários.
Uma das estratégias para controlar a epidemia de hepatite B, que tem como principal fator de risco a transmissão sexual (50%), é a intensificação da vacina para todas as pessoas com idade até 49 anos. Para isso, é necessária ampla divulgação pelos meios de comunicação à população e que os municípios também desenvolvam atividades como intensificação, busca ativa de faltosos e monitoramento de cobertura vacinal. “O objetivo é alcançarmos uma cobertura mínima de 95% dessa população alvo”, destaca Gaudenzi.
Hepatite C
A hepatite C é transmitida principalmente pelo sangue. As outras formas de transmissão são semelhantes às da hepatite B. Porém, a sexual é menos freqüente. Mas pessoas que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados antes de 1993 podem ter contraído a doença.
Atualmente, a prevenção da hepatite C é feita pelo rigoroso controle de qualidade dos bancos de sangue de Santa Catarina, tornando mínimo o risco da transmissão da doença por meio de transfusões.
Registros epidemiológicos referentes ao período entre 1994 e 2012 revelam que foram notificados 9.544 casos da doença em Santa Catarina. Do total, 67% são em homens e 33% nas mulheres. A faixa etária mais atingida é a de 30 a 49 anos, o que corresponde a 58% dos casos notificados. A categoria de exposição predominante é a de usuário de drogas injetáveis/inaláveis, que representa 23% dos casos notificados.
“Na ausência de uma vacina contra a hepatite C, o melhor é optar pela prevenção, evitando o compartilhamento de escovas de dente, lâminas, tesouras ou objetos de uso pessoal, bem como seringas e outros instrumentos usados na preparação e consumo de drogas injetáveis e inaláveis”, orienta Gaudenzi. A imunização contra hepatite B é realizada em três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose (0, 1 e 6 meses). A vacina, após administração do esquema completo, induz imunidade em 90% a 95% dos casos.
A vacina contra hepatite B está disponível nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), integrante do SUS, para as seguintes situações:
– vítimas de abuso sexual;
– vítimas de acidentes com material biológico positivo ou fortemente
suspeito de infecção por VHB;
– comunicantes sexuais de portadores de HBV;
– profissionais de saúde;
– hepatopatias crônicas e portadores de hepatite C;
– doadores de sangue;
– transplantados de órgãos sólidos ou de medula óssea;
– doadores de órgãos sólidos ou de medula óssea;
– potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos;
– nefropatias crônicas/dialisados/síndrome nefrótica;
– convívio familiar contínuo com pessoas portadoras de HBV;
– asplenia anatômica ou funcional e doenças relacionadas;
– fibrose cística (mucoviscidose);
– doença de depósito;
– imunodeprimidos;
– populações indígenas;
– usuários de drogas injetáveis e inaláveis;
– pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, etc.);
– carcereiros de delegacias e penitenciárias;
– homens que fazem sexo com homens;
– profissionais do sexo;
– coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;
– bombeiros, policiais militares, policiais civis e policiais rodoviários;
– profissionais envolvidos em atividades de resgate.
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Ana Paula Bandeira
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