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Domingo é Dia Mundial de Combate à Aids

Diagnóstico e tratamento precoces estão entre os principais avanços relacionados ao enfrentamento da Aids. A avaliação é de Elma Fior da Cruz, Gerente de Vigilância de DST/AIDS e Hepatites Virais da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES).

“O cenário atual nos permite dizer que os avanços nas áreas de diagnóstico e de tratamento tornaram a infecção pelo HIV relativamente controlável e a Aids uma doença tratável, embora ainda sem cura. No entanto, os desafios no enfrentamento da epidemia ainda são muitos”, destaca Elma, lembrando que novos contextos da doença exigem reflexões neste 1° de dezembro, Dia Mundial de Combate à Aids.

Segundo ela, uma das preocupações atuais é o crescimento da epidemia entre os jovens e pessoas da terceira idade. A prática de sexo desprotegido continua sendo a principal forma de transmissão, com um importante aumento nos últimos anos entre homossexuais e bissexuais. Esse cenário traz a necessidade do estabelecimento de novas estratégias de prevenção.

“O diagnóstico precoce da infecção pelo HIV e o tratamento adequado garantem qualidade de vida, por esse motivo é importante realizar o teste anti-HIV, que está disponível gratuitamente em todos os municípios”, salienta a gerente.

Além da atividade sexual sem proteção e o uso de drogas injetáveis, considera-se como situações de risco o uso de álcool e outras drogas, incluindo as chamadas recreativas, como o ecstasy, “bala” e LSD, que aumentam as possibilidades de sexo desprotegido.

Teste rápido e PEP sexual
O diagnóstico precoce, e o tratamento o mais cedo possível, são estratégias recentes que buscam mudanças no cenário da doença, explica a assistente da Gerência de DST/HIV e Hepatites Virais, Vanessa Vieira da Silva. “Grande parte dos pacientes só é diagnosticado quando encaminhado para o hospital em um quadro já grave, manifestado através de alguma infecção oportunista. Com o teste rápido é possível o diagnóstico cada vez mais precoce. Isso colabora para a redução da transmissão do HIV e também para melhoria da qualidade de vida do portador”, salienta Vanessa.

O teste rápido para HIV também é um recurso utilizado pelas maternidades, quando a mulher não realizou o exame no pré-natal. A recomendação do Ministério da Saúde é a realização do teste anti-HIV no primeiro e terceiro trimestre de gestação. O diagnóstico da mãe é considerado fundamental para enfrentamento da doença. Toda criança exposta recebe medicamentos antirretrovirais nas primeiras semanas, e fórmula infantil nos seis primeiros meses de vida, pois não pode ser amamentada. Essa estratégia é essencial para a redução do risco de infecção.

Outra medida de prevenção e profilaxia bastante recente é a adoção pelo Ministério da Saúde, desde 2010, da PEP sexual (sigla em inglês de profilaxia pós-exposição sexual). Essa ação consiste no uso de medicamentos antirretrovirais como mais uma forma de se prevenir contra o HIV. É indicada em situações excepcionais, quando ocorrer falha, rompimento ou não uso da camisinha durante a relação sexual. É indicada também em casos de violência sexual contra mulheres ou homens.

“A PEP sexual não substitui o uso da camisinha, e não deve ser utilizada em exposições sucessivas, pois os efeitos colaterais pelo uso repetitivo são desconhecidos em pessoas HIV negativas. As pessoas que se expõem ao risco com frequência necessitam de uma avaliação médica, clínica e laboratorial cuidadosa”,  ressalta Vanessa.

Envelhecimento da epidemia
Os novos cenários trazem também a complexidade de trabalhar com o “envelhecimento” da Aids. O último relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revela que, entre 35,3 milhões de pessoas que vivem com o vírus, em torno de 3,6 milhões tem 50 anos de idade ou mais.

Entre os fatores desse envelhecimento, de acordo com o relatório, está o sucesso da terapia antirretroviral em prolongar a vida de quem vive com o vírus, e a exposição de pessoas com mais de 50 anos a situações de risco.  O tratamento de pessoas com mais idade requer atividade multiprofissional, pois essa população em geral enfrenta outras doenças, como a hipertensão, diabetes e doenças cardiorrespiratórios. “Com o aumento da sobrevida, a Aids, adquiriu características de doença crônica, necessitando de acompanhamento clínico-laboratorial e tratamento contínuo e aprimorado, para que, além de sobrevida, a população que convive com essa doença tenha também qualidade de vida”, destaca Elma Fior da Cruz.

Saiba Mais
– No Brasil, os primeiros casos de Aids foram identificados no início da década de 1980, sendo inicialmente registrados predominantemente entre homossexuais adultos, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos. Na maioria dos casos a evolução da doença levava à morte em pouco tempo.

– Em Santa Catarina, no inicio da epidemia nos anos 1980, a maioria dos casos diagnosticados e notificados eram da categoria de exposição Usuários de Drogas Injetáveis (UDI). Em 1988, 64% dos casos ocorriam em UDI e 33% eram por transmissão sexual. A partir de 1995, este cenário começou a mudar, com o predomínio da transmissão sexual. Em 2011, 6% dos casos eram em UDI, e 91% por transmissão sexual.

– Até outubro de 2013, foram confirmados 30.987 casos de Aids em Santa Catarina, e em torno de 40% foram a óbito.

– Atualmente, 17. 282 pacientes estão em uso de terapia antirretroviral no Estado.

– Entre 2012 e 2013, em torno de 1.146 pacientes abandonaram o tratamento (eles estão há mais de 90 dias sem buscar o medicamento, que é gratuito e está disponível no SUS).

– Existem 78 serviços especializados em diagnóstico e tratamento de HIV e Aids no Estado.

– Total de exames realizados para detecção do HIV: 184.826 exames (2009); 141.181 exames (2010); 208.898 exames (2011); 194.266 exames (2012) e 144.495 exames (até outubro de 2013).

– No final de 2012, foi implantado o teste rápido anti-HIV em Santa Catarina. Até o momento, foram realizados 35.720 testes utilizando essa metodologia.  A tendência é de que o número aumente, com a ampliação da oferta para todos os municípios neste ano.

Informações adicionais para a imprensa
Ana Paula Bandeira
Assessoria de Imprensa SES
Secretaria de Estado da Saúde – SES
E-mail: anap@saude.sc.gov.br
Fone: (48) 3221-2071/9113-6065
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