DIVE distribui guia de prevenção de infecções aos profissionais que trabalham com estética
Para ampliar a prevenção contra as hepatites virais, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) produziu um guia alertando sobre a importância dos processos de limpeza, desinfecção e esterilização de instrumentos de trabalho para os profissionais que atuam na área de estética. O material será distribuído aos cabeleireiros, manicures, barbeiros, tatuadores, podólogos de todo o Estado e faz parte da Mobilização Estadual Contra as Hepatites Virais.
A responsável pelo setor de Hepatites Virais da DIVE, Simone Bittencourt, informa que o material apresenta dicas importantes para prevenir as infecções. “Os profissionais da área de estética devem ir às unidades de saúde do seu município para pegar o guia. Eles precisam saber que desempenham um papel fundamental nesse processo de prevenção”, orienta Simone.
A hepatite é uma inflamação do fígado podendo ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. É uma doença silenciosa que na maioria das vezes não apresenta sintomas, mas quando aparecem vem por meio de cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômito, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Milhares de pessoas no país são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Há um grande risco das hepatites B e C tornarem-se crônicas e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante realizar a testagem para as hepatites virais junto com outros exames de rotina.
A transmissão da Hepatite A se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados a partir das pessoas infectadas. O vírus do tipo B é transmitido pelo sangue e/ou nas relações sexuais sem preservativo. Também é possível pegar a doença por meio do compartilhamento de objetos como agulhas, seringas, lâminas de barbear, materiais cirúrgicos e odontológicos, materiais de manicure sem adequada esterilização ou por meio de materiais para confecção de tatuagens e colocação de piercings. A Hepatite C também é transmitida pelo sangue, pelo uso de drogas com compartilhamento de seringas, agulhas, canudos de inalação e materiais perfurocortantes contaminados. O tratamento para as hepatites B e C está disponível em toda a rede pública de saúde.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, de 1999 a 2011, foram notificados e confirmados 120.343 casos de Hepatite B no país, sendo 31,6% na região Sul. Já a Hepatite C registrou 32.041 casos, sendo 22,3% na região Sul. Em Santa Catarina, de 1994 a 2013, foram notificados 13.406 casos de hepatite B e 10.887 casos de hepatite C, segundo dados da DIVE, vinculada à Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Como prevenir as hepatites
Para evitar a hepatite A é importante manter as mãos sempre limpas e higienizadas. Também deve-se lavar bem as frutas, verduras e legumes e deixando-os mergulhados por 30 minutos em uma solução preparada com duas gotas de hipoclorito de sódio a 2,5% diluídas em um litro de água tratada, além de cozinhar bem mariscos e outros frutos do mar. A vacina contra a Hepatite A entrou no calendário básico de vacinação infantil neste mês de julho. Agora, crianças de 12 meses a menores de 2 anos estão sendo imunizadas contra o vírus.
A Hepatite B pode ser evitada com as três doses da vacina contra a doença disponíveis em todos os postos de saúde do Estado. A imunização faz parte do calendário de Vacinação da Criança, onde todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Os adultos até 49 anos também podem tomar a vacina.
Além disso, é preciso estar atento a medidas simples de prevenção como não compartilhar escova de dente, lâminas de barbear ou depilar, seringas, agulhas, cachimbos e canudos de inalação. É importante certificar-se de que os materiais usados para fazer tatuagens e piercings são totalmente descartáveis. E também deve-se utilizar material de manicure individual e esterilizado, além de sempre usar preservativo nas relações sexuais.
Já contra o vírus do tipo C, ainda não existe vacina. Mas os demais cuidados adotados contra o vírus B, também protegerão contra a Hepatite C.
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Ana Paula Bandeira
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