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Descarbonizar: as iniciativas da Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde para diminuir a emissão de carbono em SC

Foto: Adrio Centeno / IMA

Criada com a missão de construir um futuro econômico mais sustentável para Santa Catarina há um ano, a Secretaria do Meio Ambiente e da Economia Verde (Semae) está empenhada em cumprir seu papel. Entre as competências que têm sido mais urgente está a descarbonização da economia do estado.

As entregas da Secretaria até o momento foram ações de políticas públicas que passam pela área de transição energética, pelo Programa Empresas Sustentáveis e pela entrega de um catálogo de medidas de adaptação climáticas que também contribuem para a neutralidade de emissões até 2050, entre outras. Este processo crucial para mitigar as consequências das mudanças climáticas e conservar a biodiversidade e feito com bastante diálogo entre as partes reduzirá progressivamente a emissão de gases de efeito estufa (GEE), como o dióxido de carbono (CO2), causados pela queima de combustíveis fósseis, desmatamento e outras atividades humanas. 

“Estamos pensando nas atuais e próximas gerações para que tenham um futuro seguro e sustentável. Recebemos essa missão do governador Jorginho Mello e iremos entregar um estado com a menor pegada de carbono possível”, ressalta o secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde Guilherme Dallacosta. 

O secretário de Estado do Meio Ambiente e da Economia Verde, Guilherme Dallacosta, apresentando os detalhes do Plano de Transição Energética Justa. Foto: Divulgação/SEMAE-SC

Protagonismo na transição energética justa

Uma das principais ações da Secretaria foi o lançamento do Programa Estadual de Transição Energética Justa, que transformou Santa Catarina no primeiro estado a iniciar ações para elaboração do plano de descarbonização da matriz energética. O propósito é preparar a região carbonífera, no Sul catarinense, composta por cerca de 46 municípios, para o provável encerramento, até 2040, da atividade de geração termelétrica a carvão mineral. A migração da matriz energética para fontes renováveis e a transformação das atividades econômicas da região ocorrerão de forma gradual e planejada, com o objetivo de criar uma economia de baixo carbono, minimizando possíveis impactos sociais e econômicos. O processo dará especial atenção ao desenvolvimento de atividades econômicas sustentáveis e descarbonizadas, que gerem  empregos e renda, absorvendo e qualificando ainda mais os trabalhadores provenientes da indústria carbonífera, buscando-se assim melhorar a qualidade de vida tanto dos trabalhadores quanto da população local, além de agregar valor aos produtos catarinenses.

“Até o final do segundo semestre estaremos com a empresa que fará a pesquisa qualificada já contratada para assim definir as medidas prioritárias para a implementação da transição energética justa no estado”, garantiu o secretário Dallacosta.

Empresas Sustentáveis 

Quatro toneladas a menos de gases para o efeito estufa. Este foi o resultado da primeira edição do programa Empresas Sustentáveis, realizado em parceria com o Sebrae, que atendeu 103 empresas catarinenses sediadas em todas as regiões do estado.

“As empresas de médio e grande porte no país, já realizam gestão em sustentabilidade. Pensamos em oferecer também às micro e pequenas empresas a mesma oportunidade, ajudando cada negócio a desenvolver uma estratégia de sustentabilidade traçada exclusivamente para a sua empresa a curto, médio e longo prazo”, ressaltou o governador Jorginho Mello.

Dentro do perfil de todas as empresas atendidas no programa, 73% são microempresas e 27% empresas de pequeno porte. Dessas, 55 são participantes do ramo de serviços, 36 da indústria e 12 do comércio com destaque de participação do setor de construção civil, reciclagem, têxtil e alimentício/vitivinicultor.

As empresas receberam ajuda para implementar inovações em sustentabilidade através de:

  • uma avaliação da performance operacional, em todas as áreas e setores, sob a ótica das dimensões da sustentabilidade.
  • elaboração do Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa, conforme padrões GHG Protocol Brasil e a relação de Impacto e Dependência em Serviços Ecossistêmicos.
  • elaboração de plano de ação de melhorias à Performance ESG, à gestão das emissões de gases de efeito estufa e à relação de Impacto e Dependência em Serviços Ecossistêmicos.

Para o secretário Guilherme Dallacosta, a iniciativa é necessária e de impacto importantíssimo. “Aplicando no mundo dos pequenos negócios, o propósito rumo à descarbonização, damos um passo crucial para termos empresas mais preparadas, um mercado mais sólido e uma sociedade mais resiliente. Uma estratégia essencial para combater as mudanças climáticas e seus impactos adversos, que requer uma transformação ampla e integrada em todos os setores da sociedade”, reforça.

A gestora do Programa Empresas Sustentáveis pelo Sebrae/SC, Alessandra Pinheiro, destaca que a iniciativa busca gerar uma quebra de. “Muitas vezes, pequenas mudanças e soluções inovadoras já fazem a diferença e por isso é tão importante levar essas informações aos empreendedores e mostrar cases de sucesso que irão contribuir para um futuro mais sustentável”, comenta.

A empresária Tathiane Pereira, dona de uma empresa de cosméticos naturais com sede em Joinville, participou do programa e reforça a visão de que os pequenos negócios devem apostar em ações sustentáveis. “Despertar nas empresas esses movimentos sustentáveis é muito importante. Nos deu um norte para tomadas de decisões. Passamos a abastecer nossos carros com álcool, por ser um combustível mais limpo. Além de neutralizar o carbono das compras feitas pelo site, por causa dos fretes” comentou.

HUB de Descarbonização FIESC

O primeiro programa temático desenvolvido pelo Hub de Descarbonização FIESC tem o apoio e parceria da Semae e conta com a participação de cerca de 40 empresas e entidades. Entre elas duas indústrias catarinenses que lideram o mercado mundial de motores elétricos – Weg – e o mercado latino-americano de compressores de ar – Schulz.

A iniciativa que une o setor produtivo, poder público e sociedade, criou um projeto piloto – Programa Biogás SCpara desenvolver soluções sustentáveis que reduzam as emissões de gases de efeito estufa (GEE) em Santa Catarina. O objetivo é ter, em dez anos, 100% dos dejetos suínos sendo aproveitados para a geração de biogás em Santa Catarina.

“A adesão ao HUB traz diversos benefícios às empresas que participam, como se tornarem mais competitivas no mercado, acesso a novas tecnologias, cumprimento de regulamentações e novos modelos de negócio de baixo carbono, fora, claro, toda sustentabilidade promovida ao meio ambiente” ressalta a diretora de Clima, Economia Verde, Energia e Qualidade Ambiental, Gabriela Brasil dos Anjos.

As empresas que tiverem interesse em participar podem preencher o formulário neste link.

Equipe da Gerência de Clima e Energia analisando dados do Estudo “Riscos climáticos e adaptação em Santa Catarina: estratégias para uma agenda resiliente”. Foto: Divulgação/SEMAE-SC

Estudo sobre Risco e Adaptação Climática 

Ciente da sua responsabilidade para preparar os municípios catarinenses para as mudanças climáticas, a Semae publicou um estudo elaborado pela Gerência de Clima e Energia com 84 medidas de adaptações. Algumas delas incentivam também a diminuição da emissão de gás carbônico, entre elas:

  • Expandir áreas verdes das cidades com reflorestamento e plantio de árvores para diminuição das ilhas de calor.
  • Planejamento do uso e ocupação do solo e alocação de infraestrutura de forma integrada com a avaliação de riscos climáticos e considerando princípios de Adaptação baseada em Ecossistemas (AbE).
  • Qualificação do transporte público coletivo e de modais não motorizados.
  • Criação de unidades de conservação e corredores ecológicos, terrestres e marinhos, considerando a resiliência à mudança do clima.
  • Recuperação de matas ciliares e proteção das nascentes para preservação de cursos hídricos.

“Com estas medidas que estamos apresentando aos municípios hoje, eles já podem tomar iniciativas amanhã, para que esses estragos sejam minimizados. Ações práticas e eficazes que vão fazer nosso estado estar mais bem preparado para encarar as adversidades climáticas e limitar o aquecimento global”, conclui o secretário Dallacosta.

Inventário Florestal

O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina – IFFSC (Floresta SC) é um programa permanente do Governo do Estado de Santa Catarina, coordenado pela Universidade Regional de Blumenau (FURB), e viabilizado pela Semae. O programa estuda as florestas e espécies nativas que existem em Santa Catarina, gerando informações aplicáveis na formulação de políticas públicas de uso e conservação das florestas do estado.

Segundo dados do FLORESTASC, Santa Catarina possui *38% de sua área coberta com florestas nativa, que equivale a 3.623.100 hectares. Outra informação do FLORESTASC é a quantidade de carbono estocada por hectare em nossas florestas, isso possibilita dizer que temos cerca de 6,4 milhões de tonelada de carbono e que sequestram por ano 9,7 milhões.

A Semae vem apoiando financeiramente este projeto com a FURB desde 2022 para a continuidade dos trabalhos de monitoramento da extensão e conservação e da dinâmica das florestas catarinenses realizado pelo IFFSC.

Ainda no contexto da descarbonização, o IFFSC estuda o fluxo de carbono nas nossas florestas identificando quanto de carbono elas tem estocado e quanto estocam por ano por ano. Dessa forma as políticas públicas, programas e projetos do Estado que fomentam a conservação e restauração de nossas florestas cooperam com a manutenção do estoque e a continuidade do sequestro de carbono. As informações sobre o FLORESTA SC podem ser encontradas no site https://www.iff.sc.gov.br/.