Desafios e alternativas para enfrentamento à crise são debatidos em encontro com equipe do Banco Mundial em Florianópolis
Medidas que deram certo, como o trabalho para redução da desigualdade social no Brasil; e desafios a serem superados, como o lento crescimento da produtividade e a existência de um ambiente de negócios desfavorável, foram apontados pela equipe do Banco Mundial como parte do estudo “Retomando o caminho para a inclusão, o crescimento e a sustentabilidade”. O documento, que vai pautar as estratégias do grupo para os próximos anos, foi apresentado em Florianópolis, nesta quinta-feira, 18, em evento com a presença do governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, e secretários dos dois estados.
Os resultados do diagnóstico brasileiro foram apresentados pelo diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser. O documento é o primeiro passo para construção da nova estratégia de engajamento do Banco Mundial no Brasil para os próximos quatro anos. “O Brasil é um país com muito potencial, mas precisa de reformas para alcançar todo esse seu potencial econômico, social e ambiental”, destacou Raiser.
Entre os pontos favoráveis identificados pelo estudo, o presidente do Banco Mundial apontou a real redução da pobreza e da desigualdade social brasileira e a melhora no acesso aos serviços públicos nos últimos anos. Em contrapartida, ressaltou a necessidade de maior eficácia do gasto público e explicou que a política contracíclica, mesmo em face da redução do potencial de crescimento, teve impactos limitados e um custo fiscal muito alto. Defendeu, ainda, que na área ambiental o Brasil deve explorar o potencial do crescimento verde para se consolidar como um das lideranças do setor entre os países emergentes.
>>> O documento do Banco Mundial está disponível aqui.
Governos e sociedade contra a crise
Para o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, o encontro foi um momento de reflexão muito importante, diante da qualidade técnica do estudo realizado pelo Banco Mundial. “É um trabalho de qualidade que nos ajuda a enxergar de forma ainda mais clara os desafios que temos e as ações que precisam ser tomadas para o futuro”, afirmou.
Colombo ressaltou, ainda, que o enfrentamento à crise é um trabalho em conjunto envolvendo toda a sociedade. “Tem muita gente disposta a destruir. Precisamos de brasileiros com disposição para construir, essa é uma responsabilidade de todos”, afirmou.
Como medida dos governos, no entanto, Colombo voltou a defender a urgência de uma reforma política e econômica, revendo pontos com a reforma da previdência, que já começaram a ser tratados em Santa Catarina, mas que para avançar ainda mais precisam de uma mudança na legislação nacional. Colombo reafirmou, também, o compromisso de Santa Catarina em não aumentar impostos estaduais, mesmo diante da queda de arrecadação nos estados.
O secretário de Estado da Fazenda, Antonio Gavazzoni, lembrou que, historicamente, que “sempre que testado ou provocado, o Brasil reage bem” e também defendeu a importância da participação ativa da sociedade no atual debate. “Temos um momento de profunda crise, mas também de grandes oportunidades para superar essa mesma crise, a partir de amplas reformas e da conscientização da sociedade”, acrescentou.
O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, destacou a necessidade de uma maior autonomia para estados e municípios no enfrentamento à crise. “Vivemos uma crise econômica e política e os obstáculos estão nos municípios, nos estados e na União. É preciso um esforço para alcançar a sustentabilidade nos estados, e para isso é preciso maior autonomia”, destacou, citando ações que o Rio Grande do Sul já está adotando para reduzir o tamanho da máquina pública no Estado.
Sartori ressaltou também a importância dessa aproximação entre os estados, a exemplo de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que deram a largada para a renegociação da dívida pública dos estados com a União, que terminou de forma favorável para as unidades federativas.
Parceria consolidada entre Banco Mundial e Santa Catarina
O Banco Mundial funciona como uma cooperativa integrada por 189 países membros. Em Santa Catarina, é parceiro do programa SC Rural, que teve início em 2011 e termina em junho de 2017. “São experiências muito positivas”, afirmou o diretor do Banco Mundial para o Brasil, Martin Raiser.
“Temos uma parceria de 30 anos com o Banco Mundial na área do agronegócio, envolvendo também programas anteriores ao SC Rural. Essa tradição foi um dos motivos deste evento ser realizado em Santa Catarina”, explicou o secretário executivo do programa SC Rural, Julio Cesar Bodanese.
“A área agrícola é a que está respondendo melhor a crise em Santa Catarina, estamos conseguindo ativar fortemente a economia, inclusive com ganho nas exportações. Mas o processo de êxodo rural nos preocupa muito. E o SC Rural, por meio da parceria com o Banco Mundial, tem nos permitido fortalecer a atividade e evitar que as novas gerações deixem o campo”, acrescentou Colombo.
A iniciativa é executada pelo Governo do Estado e destina recursos não reembolsáveis a empreendimentos da agricultura familiar, mediante contrapartida dos beneficiários. Nestes cinco anos como SC Rural, o programa já destinou cerca de R$ 600 milhões para projetos que melhorem a produtividade da agricultura familiar nos meios rural e pesqueiro, beneficiando 11 mil famílias em todo o Estado.
Os empreendimentos apoiados abrangem atividades agrícolas ou não agrícolas (como o turismo rural) por meio de projetos de caráter estruturante, de melhorias de sistemas produtivos ou planos de negócios, além de outras ações implementadas por cooperativas e associações de agricultores familiares.
O SC Rural é coordenado pela Secretaria da Agricultura e da Pesca e, por envolver atividades multissetoriais, é executado por diversas instituições: Epagri, Cidasc, Fatma, Polícia Militar Ambiental, Secretaria de Turismo, Cultura e Esportes, Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Secretaria de Infraestrutura.
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