Coordenadora de programa mundial sobre arte nas prisões visita Presídio Feminino em Florianópolis
A coordenadora do maior programa mundial sobre arte nas prisões envolvendo música, teatro, fotografia e dança, professora americana da Universidade de Michigan (Estados Unidos), Ashley Lucas, está em Santa Catarina para apresentar seu trabalho. Na tarde desta terça-feira, 23, ela visitou o Presídio Feminino de Florianópolis acompanhada de um grupo de 13 estudantes de Michigan que integram um intercâmbio com universidades brasileiras. Já na noite de segunda-feira, 22, ela expôs detalhes do projeto, o PCAP (Prision Creative Arts Project) ao secretário de Estado da Justiça e Cidadania, Leandro Lima.
“As ações artísticas e educacionais são de extrema importância dentro das prisões, complementam e contribuem com as nossas ações de ressocialização por meio do trabalho e do estudo. É um trabalho que admiramos e incentivamos em Santa Catarina”, disse o Leandro Lima. Para a professora Ashley, é possível transformar a vida das pessoas na prisão oferecendo ao encarcerado a oportunidade de conhecer o mundo da arte.
Além dos 13 estudantes da Universidade de Michigan, mais três alunos do curso de Licenciatura em Teatro da Udesc participaram da visita ao Presídio Feminino de Florianópolis, que hoje abriga 71 reeducandas. O grupo foi recebido pela gerente Joana Mahfuz Vicini que explicou aos visitantes que a unidade está passando por reformas e ampliação. Eles foram até o pátio externo e ao espaço de sala de aula e ainda puderam visitar o novo prédio que está sendo construído na unidade.
A estudante de teatro da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Naguissa Takemoto, 21 anos, entrou pela primeira vez em uma unidade prisional. “Eu acredito que a arte em geral pode mudar a vida das pessoas e a relação delas com o corpo. Eles já são retirados da vida em sociedade, então trazer o teatro para dentro de uma prisão é uma forma de oferecer a ressocialização”, disse Naguissa.
No sábado, 19, a professora Ashley ministrou atividades de jogos teatrais com oito reeducandas do presídio feminino que participam do projeto piloto de teatro coordenado pelo professor do Departamento de Artes Cênicas da Udesc, Vicente Concílio. Concílio, que acompanha a visita da norte-americana, também foi responsável pelo Seminário Internacional de Arte e Educação Prisional realizado na Udesc em maio do ano passado.
A reeducanda Daiane Neves de Melo, de 38 anos, dona de casa com três filhos, hoje cumpre sua pena de oito anos no presídio da Capital. Ela foi uma das primeiras apenadas a se inscrever na oficina de teatro com o professor Vicente Concílio e está feliz com o resultado. “É uma terapia e uma diversão. Abre muito a nossa mente e faz a gente pensar. Adoro o professor Vicente, mas a professora Ashley é maravilhosa”, declarou Daiane que já concluiu a educação formal e agora vai prestar vestibular para Pedagogia.
O secretário da Justiça Leandro Lima colocou-se à disposição da professora Ashley e aproveitou a visita para convidá-la para a 2ª Mostra Laboral do Sistema Prisional Brasileiro. A Mostra, que inclui atividades laborais executadas nas unidades prisionais, feira com exposição de produtos fabricados por reeducandos, apresentações artísticas e seminários sobre a ressocialização, será realizada em julho, em Florianópolis, pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC), Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) em parceria com o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
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