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Comissão Estadual da Verdade realiza audiência pública em Joaçaba

A Comissão Estadual da Verdade Paulo Stuart Wright (CEV) realizou, nesta terça-feira, 15, no auditório Afonso Dresch, em Joaçaba, audiência pública para ouvir depoimentos de pessoas da região presas ou torturadas durante o regime militar em Santa Catarina. Quatro pessoas relataram o que viveram na época da ditadura.

O advogado Orestes Vidal Guerreiro, 73 anos, foi um dos ouvidos pela CEV. Ele foi detido em 1964, quando presidia a União Catarinense dos Estudantes. “Eu era uma liderança com ideias e que lutava por justiça”, disse Guerreiro, que, na prisão, recebeu constantes ameaças de fuzilamento. “Eles queriam saber onde estava Paulo Stuart Wright, meu amigo. Moramos no mesmo apartamento durante um ano. Era uma pessoa íntegra”, declarou.

As ameaças, prisões e torturas físicas e psicológicas também foram citadas nos depoimentos de Mário Pagnoncelli, Leci Lima Santos e Maria Dores Makowski. Os relatos, de acordo com o coordenador da CEV, Anselmo da Silva Machado, vão auxiliar no trabalho de investigação das violações de direitos humanos praticados por motivação política em Santa Catarina no período de 18 de setembro de 1946 a 5 de outubro de 1988. “As informações coletadas nas audiências públicas farão parte de um relatório, que será entregue à Comissão Nacional da Verdade no mês de julho”, informa.

Conforme Machado, em todo o Estado, há registro de que, pelo menos, 580 pessoas foram presas e torturadas no regime militar, sendo 27 mulheres, 130 sindicalistas, 57 advogados, oito deputados estaduais, cinco deputados federais e um vice-governador. No total, são 10 mortos ou desaparecidos. Em Joaçaba, foram registradas 17 prisões no período.

Saiba mais

A Comissão Estadual da Verdade, vinculada à Secretaria de Estado da Casa Civil, foi criada em 2013 e é composta por representantes do Governo do Estado, Assembleia Legislativa, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC) e Coletivo Memória, Verdade e Justiça.

O nome da Comissão homenageia Paulo Stuart Wright, político catarinense que nasceu em Herval d’Oeste em 2 de junho de 1933. Cassado pelo Ato Institucional Número Cinco (AI-5), foi preso em São Paulo na primeira semana de setembro de 1973, data a partir da qual não se teve mais notícias de seu paradeiro.

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