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Cigarrinha-do-milho: último monitoramento da safra de milho 2024/25 aponta número elevado nas lavouras catarinenses

O Programa Monitora Milho acompanhou a incidência das populações de cigarrinhas-do-milho nas lavouras catarinenses durante 40 semanas nesta safra

O Programa Monitora Milho SC divulga o último informe referente à safra 2024/25. Realizado pela Epagri, em parceria com a Cidasc e a Udesc, além do apoio de diversas instituições, o programa acompanhou a incidência das populações de cigarrinhas-do-milho nas lavouras catarinenses durante 40 semanas nesta safra. 

O último levantamento aponta uma média de 85 cigarrinhas por armadilha por local, número considerado elevado pela coordenadora do projeto e pesquisadora da Epagri, Maria Cristina Canale. No entanto, ela observa que ao longo dos quatro anos de existência do projeto, os índices ao final da safra têm sido variáveis. “Em anos anteriores já foram encontradas na mesma época mais de 200 cigarrinhas por armadilha, enquanto em outros, registramos menos de 40”, observa. 

Apesar do alto índice de insetos observados durante a última semana de monitoramento, as notícias para os agricultores são positivas. Isso porque, o espiroplasma do enfezamento-pálido, uma bactéria bastante agressiva, não foi detectado com recorrência ao longo desta safra. A pesquisadora acredita que “a tendência é que não haja muita sobrevivência do espiroplasma no milho voluntário. Para isso, a recomendação é que o produtor elimine estas plantas durante a entressafra para que elas não sirvam de abrigo para as cigarrinhas”. 

O Programa Monitora Milho SC examinou 1.649 armadilhas, instaladas em 53 lavouras no início da safra e em 13 ao final do período. Maria Cristina Canale destaca a relevância do trabalho desenvolvido pelas entidades parceiras, garantindo que as informações sejam repassadas aos produtores e à sociedade catarinense. “Graças à boa logística montada conseguimos analisar, não apenas as cigarrinhas em campo, mas examinar as amostras que chegam de todo o Estado ao laboratório da Epagri/Cepaf, em Chapecó. Aqui, os insetos são submetidos a testes moleculares bastante minuciosos para verificar a infecção”, diz.

A pesquisadora agradece aos extensionistas da Epagri e aos agentes da Cidasc que atuaram na coleta das cigarrinhas, bem como, aos pesquisadores e laboratoristas  que realizaram os exames ao longo desta safra. 

Na última semana, foram detectados os vírus do rayado-fino, do mosaico estriado, além da bactéria do enfezamento-vermelho. No gráfico é possível observar os índices de infecção detectados ao longo de todo o monitoramento evidenciando a prevalência desses patógenos durante a safra. No entanto, um pico de 60% de infectividade pela bactéria do enfezamento-pálido foi registrado pouco antes da semana 19. Apesar disso, a bactéria pôde ser bem controlada e não foi mais detectada nas últimas semanas. 

O programa Monitora Milho SC coleta e divulga informações de todo o Estado, permitindo que o setor produtivo acompanhe a evolução da população de cigarrinhas e as infecções causadas por esses insetos. O ataque de cigarrinhas infectadas com os patógenos dos enfezamentos pode comprometer substancialmente a produção de lavouras de milho. Para acompanhar a situação, foi criado no começo de 2021 o programa Monitora Milho SC, uma iniciativa do Comitê de Ação contra Cigarrinha-do-milho e Patógenos Associados, composto pela Epagri, Udesc, Cidasc, Ocesc, Fetaesc, Faesc, CropLife Brasil e Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária.