Cidasc realiza simulado inédito de emergência fitossanitária
Fraiburgo, 25/10, Fotos: Josiane Zago/ADR VIdeira
A Companhia Integrada de Desenvolvimento de Santa Catarina (Cidasc) realizou de forma inédita, no município de Fraiburgo, no Meio-Oeste catarinense, um simulado emergencial fitossanitário do fogo bacteriano em pomáceas. O treinamento foi realizado na terça e quarta-feira, dias 24 e 25 de outubro, e teve como objetivo treinar os profissionais que atuam na Defesa Sanitária Vegetal para uma eventual emergência fitossanitária, promovendo de maneira eficaz a contenção, a supressão e a erradicação da praga.
O evento contou com fiscais da Cidasc de todo Estado, além de agentes de fiscalização dos estados do Paraná e Rio Grande do Sul. Agentes do Ministério da Agricultura também estiveram integrando o evento que contou com a parceria da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) e da empresa Fischer.
Na terça-feira, 24, o simulado teve início com noções teóricas repassadas por técnicos da companhia. Na sequência, três simulados diferenciados foram realizados com grupos formados no encontro. A primeira situação que simulou a realidade dos fatos tratou-se de um produtor que buscou na Cidasc informação sobre uma doença registrada em algumas plantas do seu pomar. O segundo consistiu em uma suposta denúncia na ouvidoria do Estado, onde o proprietário negou autorização para os fiscais adentrarem na propriedade e o último simulado tratou da história de uma adolescente que fez intercambio e trouxe, de forma clandestina, mudas de maçãs contaminadas com o fogo bacteriano.
Nos três simulados, os fiscais participantes da capacitação tiveram que se deslocar para as propriedades, investigar os casos, proceder com a extração de pedaços para exame comprobatório, isolamento de área e demais procedimentos padrões contido em portaria nacional, referente aos trabalhos na identificação do fogo bacteriano.
O simulado concluiu na tarde desta quarta-feira, 25, quando foi efetuado um levantamento de todo o procedimento, apontando os pontos positivos, bem como, os ajustes que devem ser tomados em caso de uma situação real. Segundo o gestor estadual de defesa vegetal da Cidasc, Ricardo Miotto, o simulado encerrou e o sentimento que ficou foi de dever cumprido.
“O maior objetivo com esse simulado foi preparar as equipes fiscais para uma ação rápida e efetiva na incidência de algum caso dessa natureza. Quem ganha é o setor produtivo que passa a contar com uma equipe bem preparada e alinhada e um corpo técnico atualizado” afirmou Ricardo agradecendo todos os envolvidos no processo.
O Fogo Bacteriano
O Fogo Bacteriano, causado pela bactéria Erwinia amylovora, é uma doença grave, sendo a sua evolução em função da quantidade e virulência da bactéria, das condições ambientais favoráveis e do grau de suscetibilidade dos hospedeiros à doença. Embora ainda seja uma doença ausente no Brasil, possui alto potencial de dano econômico e epidemiológico.
A bactéria passa o inverno na forma de cancros hibernantes, formados na madeira no período vegetativo anterior. Na primavera e com condições ambientais favoráveis, a bactéria desenvolve-se produzindo o inóculo primário para desenvolver os sintomas da doença.
O inóculo primário é disseminado por insetos, chuva e vento, contaminando as flores e ramos em crescimento. Uma vez disseminado penetra nos tecidos através das aberturas naturais ou feridas causadas por agentes externos (poda, granizo, picada de insetos, etc.).
Normalmente os primeiros sintomas aparecem na primavera, podendo ser infetadas por Erwinia amylovora todas as partes verdes das plantas hospedeiras. Os frutos desidratam, ficando aderentes ao corimbo, podendo ser acompanhados do exsudado bacteriano característico da doença.
As folhas apresentam manchas de cor castanhas a negra nas margens e nervura central. Os ramos secam, ficam castanhos e a ponta encurva, conferindo a forma característica de “cajado de pastor”. Estes sintomas podem ser acompanhados de exsudado bacteriano se as condições climáticas forem favoráveis. Este exsudado também pode ser observado nos ramos e troncos, onde se desenvolve cancros em depressão, com fendas irregulares na casca, evidenciando um aspeto geral de “queima” advindo a designação de “fogo bacteriano”.
A Produção de Maçã em Santa Catarina
O estado de Santa Catarina é o maior produtor nacional de maçã. De acordo com informações da Associação Brasileira dos Produtores de Maçã – ABPM, a safra 2017 obteve uma colheita em torno de 1,2 milhão de toneladas no país, cerca de 600 mil em Santa Catarina e aproximadamente 200 mil toneladas na região de Fraiburgo.
A Cadeia Produtiva da Maçã, considerando todo o seu ciclo, proporciona anualmente ao Brasil cerca de R$ 6 bilhões em riquezas, e gera 58,5 mil empregos diretos e outros 136,5 mil empregos indiretos.
O setor potencializou o desenvolvimento das regiões de Fraiburgo e São Joaquim, que possuem hoje a principal fonte de renda oriunda da exploração da cultura da macieira. A maçã permite viabilizar economicamente a pequena propriedade, incrementar a agroindústria e explorar adequadamente as potencialidades climáticas das regiões produtoras.
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