Campanha contra tumor maligno na retina reforça o diagnóstico precoce
Recentemente, o cinema abordou o tema do câncer infantil no filme “A Culpa é das Estrelas”. Nesta quinta-feira, 18, o assunto ganha destaque, pois é comemorado o Dia Nacional de Conscientização e Incentivo ao Diagnóstico Precoce do Retinoblastoma — tumor maligno que se desenvolve na retina e atinge 400 crianças todos os anos no Brasil. Porém, apenas 50% dos diagnósticos são feitos precocemente.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), assim como em países desenvolvidos, no Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos, para todas as regiões. Atualmente, em torno de 70% desses pacientes podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados.
De acordo com a chefe do setor de Oncohematologia do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), Denise Bousfield da Silva, 90% dos pacientes com retinoblastoma podem ser curados se a doença for descoberta no início. A pediatra conta ainda que de 2009 a 2013, a unidade atendeu 17 pacientes, e a cada ano são diagnosticados três a quatro novos casos.
A data foi instituída pela Lei. 12.636, de 2012, por iniciativa da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer de São Paulo (Tucca). Este ano, a campanha lançou o desafio de apagar as luzes em diversos pontos turísticos e monumentos históricos do país, chamando atenção para o sentido mais afetado pelo retinoblastoma: a visão. A Fundação Sara e a Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, a Sala São Paulo e o Conjunto Nacional, em São Paulo, por exemplo, vão participar da campanha.
Retinoblastoma
De caráter hereditário ou não, o retinoblastoma pode ser congênito ou se manifestar nos primeiros anos de vida das crianças. O tumor pode acometer apenas um olho (unilateral) ou ambos (bilateral). No segundo caso será sempre hereditário. O sintoma mais comum da doença é o reflexo ocular branco, conhecido como “olho de gato”. É uma macha esbranquiçada que indica uma fonte luminosa incidindo sobre o tumor. Esse reflexo, muitas vezes, só é notado sob luz artificial, quando a pupila está dilatada, ou em fotografias, quando o flash bate no olho.
O tratamento pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia ou até laser, conforme o caso. “É importante que os pais, ao perceberem qualquer anormalidade, procurem um médico. Exames como o teste do olhinho ou fundo de olho possibilitam identificar o retinoblastoma. E o quanto antes isso for feito, maiores as taxas de sucesso do tratamento”, explica Denise.
Você sabia?
O Retinoblastoma é a neoplasia intraocular mais frequente em crianças, acomete cerca de um caso em cada 20 mil nascidos vivos;
No Brasil, cerca de 400 novos casos são diagnosticados por ano, 40% deles são hereditários;
90% dos casos ocorrem em crianças com até 4 anos de idade;
90% dos pacientes têm chances de cura quando o problema é detectado cedo;
50% das ocorrências da doença ainda são diagnosticadas tardiamente.
Recomendações
Procure saber se seu filho passou por uma avaliação oftalmológica que inclui o Teste do Olho Vermelho na maternidade. Se não passou, procure um oftalmologista para realizá-la, quando ele é ainda um bebê;
Leve novamente a criança ao oftalmologista para uma reavaliação, antes dos três anos, ou quando notar alterações como olhos vermelhos, reflexos brancos na pupila, sinais de estrabismo, por exemplo;
Verifique se há outros casos de retinoblastoma na família. Se houver, vale a pena ouvir um especialista em doenças genéticas hereditárias sobre a possibilidade de o retinoblastoma afetar outros membros da família.
Informações adicionais para a imprensa:
Ana Paula Bandeira
Secretaria de Estado de Saúde/SC
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