BR-101 servirá de corredor de passagem para produtos de origem animal
A partir desta sexta-feira (30), a BR-101 será corredor de passagem de produtos de origem animal provenientes do Rio Grande do Sul com destino a outros estados. O acordo entre os governos gaúcho e catarinense visa melhorar a logística da produção agropecuária do Rio Grande do Sul e a distribuição de cargas nas rodovias, atualmente concentradas na BR-116 e BR-153. A abertura oficial do corredor acontecerá nesta sexta-feira (30), às 16h, no posto de divisa de Torres (RS), pelos secretários da Agricultura do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, Claudio Fioreze e Airton Spies.
A medida é válida também para cargas com origem em outros estados e com destino ao Rio Grande do Sul. Para o estado vizinho, a abertura do corredor de passagem é importante para diminuir o tempo de transporte, os custos de frete e ter uma maior segurança de tráfego. A passagem pelo posto de divisa de Torres pode economizar até dez horas de trânsito até São Paulo e cerca de R$ 14 milhões por ano em logística, segundo empresa gaúcha que opera nos outros trechos. Hoje, há estimativa de perdas da ordem de R$ 500 por carga transportada via Serra Gaúcha em função de gastos com combustível.
Pelo corredor será permitida a passagem de produtos de origem animal que pela legislação sanitária já podem ingressar em Santa Catarina, como de leite industrializado e derivados, e também de carnes na forma como já é permitida a entrada para o consumo no estado. Está vedada a passagem de animais vivos e miúdos de bovinos. Atualmente, 95% das cargas de produtos de origem animal que saem do Rio Grande do Sul são de leite UHT.
Nesta primeira etapa de abertura do corredor de passagem, 35 barreiristas da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) foram treinados para utilizar um sistema integrado de web service que dá acesso a um resumo da nota fiscal eletrônica contendo informações sobre o emissor da nota, o destinatário e o produto transportado.
A fiscalização agropecuária será realizada a partir dos postos de divisa de Torres e Garuva por funcionários da Cidasc. Hoje Santa Catarina possui quatro corredores sanitários onde é permitida a passagem de animais e produtos de origem animal com o uso de lacres aplicados pela Cidasc nas fronteiras. O estado conta com 67 barreiras sanitárias com o Paraná, Rio Grande do Sul e Argentina que controla a entrada e a saída de produtos agropecuários. A fiscalização nas fronteiras tem por finalidade proteger o rebanho catarinense de doenças como a febre aftosa, da qual Santa Catarina é área livre sem vacinação certificada pela Organização Mundial de Saúde Animal(OIE).
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