Bombeiros de Lages treinam cachorro para localizar vítimas desaparecidas
Ele ainda é um filhote de apenas 11 meses, mas já está sendo preparado para um trabalho restrito a profissionais devidamente capacitados. Barney, um labrador dócil e brincalhão, é a nova ferramenta do Corpo de Bombeiros de Lages para garantir ainda mais segurança e conforto à população da Serra Catarinense.
O filhote chegou a Lages em janeiro deste ano para uma intensa programação de treinamentos. Ele foi criado no Centro de Referências em Desastres Urbanos (CRDU), estrutura inaugurada em 2013 em Xanxerê, no Oeste, e que é a única do Brasil a treinar militares para salvamento em deslizamentos de terra e a primeira do Estado para capacitações na área de desastres naturais urbanos.
Em Lages, Barney é conduzido pelo soldado Luciano Warth Rangel, que possui três certificações, sendo uma nacional e duas internacionais, para trabalhar com cães. Os treinamentos ocorrem em diversos lugares, como obras urbanas e ambientes rurais, para simular diferentes situações de busca e resgate a pessoas, vivas ou mortas, perdidas na mata ou vítimas de soterramentos, desabamentos e afogamentos.
Essências de canela, lavanda e eucalipto são utilizadas para ativar os nervos olfatório e trigêmeo do cão, o que estimula o animal a identificar o cheiro do ser humano. Os treinos são intensos e duram, em média, três horas por dia.
Nas próximas semanas, até o helicóptero Águia 4, da Polícia Militar de Lages, deverá ser utilizado para capacitar Barney a atuar em ocorrências com a aeronave.
Barney será submetido a rigoroso teste com padrões da ONU antes da iniciar a carreira
Em abril do próximo ano, Barney será submetido em Xanxerê a rigorosos testes da Organização Internacional dos Cães de Resgate, que segue os padrões estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
E se aprovado, será incorporado oficialmente ao Corpo de Bombeiros de Lages, ficando à disposição para atuar nas graves ocorrências em que seja necessário encontrar rapidamente vítimas em locais desconhecidos ou de difícil acesso.
“O cachorro tem muito mais células olfativas que o ser humano, por isso um único cão equivale a nove homens em uma área de busca. Recentemente, tivemos uma vítima em um cânion na região, e o cão começou a dar sinais a um quilômetro de distância do local onde estava o corpo. Ele identificou exatamente o ponto da queda, e o cadáver foi encontrado 130 metros abaixo”, diz o soldado Luciano Rangel.
“A Serra Catarinense é muito extensa geograficamente, e por ser uma região turística com matas e cânions, precisamos fazer buscas por desaparecidos. Também temos muitos rios, tanto que o nosso batalhão é o que mais registra mortes por afogamento em água doce. Esse trabalho com o cão será muito importante para salvarmos as vítimas com vida e, em casos de óbito, para que as famílias possam sepultar os corpos dos seus entes queridos”, conclui o tenente Ivonilson Varela Duarte, do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros de Lages.
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Pablo Gomes
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