Aumentam casos de sífilis adquirida e congênita em Santa Catarina
Sífilis é sexualmente transmissível e causada pela bactéria Treponema pallidum. Em Santa Catarina, foram registrados 5.706 novos casos de sífilis adquirida no ano passado, um crescimento de 53,5% em comparação aos casos notificados em 2014, quando foram notificados 3.716 casos.
Os dados foram apresentados nesta terça-feira, 26, por técnicos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde de Santa Catarina (Dive/SC) aos gestores da Rede Cegonha dos 13 municípios da região Nordeste, durante reunião na Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Joinville.
Do total de casos em Santa Catarina, 60,82% são homens. “Uma das interpretações para o aumento de casos no sexo masculino é porque eles não buscam o tratamento com a mesma consciência das mulheres. A doença deve ser tratada e nos homens também”, avalia a médica Flavia Moreira Soares, técnica da Gerência de Vigilância das DST/Aids e Hepatites Virais da Dive/SC.
Na região Nordeste do estado, o crescimento dos casos de sífilis foi ainda maior: 106%. O registro de casos novos passou de 489 em 2014 para 1007 em 2015 e já são 132 nos primeiros três meses de 2016. O município da região com maior incidência é Joinville, com 542 novos casos em 2015, contra 289 de 2014. A maior incidência e aumento estão em homens sendo 59,46%. “Dá a impressão de que as pessoas esqueceram-se de se prevenir porque, se usassem o preservativo, não teríamos tantos novos casos. O salto foi muito grande”, avalia Edi Sperandio, técnica da Gerência de Vigilância das DST/Aids e Hepatites Virais da Dive/SC.
A sífilis congênita, transmitida de mãe para filho, também aumentou em Santa Catarina. O crescimento foi de 75% entre 2015 e 2014, com 475 novos casos notificados no ano passado contra 272 registrados no ano anterior. Na região Nordeste, os novos casos passaram de 36 em 2014 para 82 em 2015.
Para reverter essa realidade, gestantes e seus parceiros precisam realizar o teste durante o pré-natal e, caso os exames apresentem resultado positivo, o tratamento deve ser feito por ambos corretamente para evitar a transmissão da doença para o bebê. Os dados apontam que, em 2015, 1.266 gestantes contraíram a doença em Santa Catarina, contra 776 no ano anterior. Na região Nordeste, a quantidade de novos casos passou de 137 para 228. A sífilis pode causar aborto, má-formação do feto e até a morte do bebê. A recomendação é que sejam feitos exames a cada trimestre da gestação.
{article Ana Paula Keller – ADR Joinville – Assinatura}{text}{/article}