O CEDUP de Campo Erê participou da 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro e foi destaque na modalidade crônica. O aluno Jocemar Robson de Andrade, estudante do 1º ano do ensino médio, com o apoio da professora Solange Luzia Magagnan, foi selecionado para participar da etapa estadual da 4ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro, com a crônica “Morador do São Pedro”.

A Olimpíada de Língua Portuguesa Escrevendo o Futuro constitui-se como um programa de formação de professores fundamentado na experiência da Fundação Itaú Social e do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), que desenvolveram o ProgramaEscrevendo o Futuro.

O programa foi criado em 2002 com o objetivo de contribuir para a melhoria da escrita de estudantes de escolas públicas brasileiras. Voltado inicialmente para alunos de 4ª e 5ª séries do Ensino Fundamental, o tema “O lugar onde vivo” era trabalhado em três gêneros textuais: Reportagem, texto de Opinião e Poesia.

Confira abaixo o texto de autoria do aluno Jocemar Robson de Andrade:

Morador do São Pedro

Quando se fala em São Pedro pensam que é bandido, o preconceito do lugar onde vivo me ensinou a ser assim. Vivo a correria com a polícia atrás de mim, o lugar onde vivo me ensinou a ser experto, ou seja, viver com a morte cada vez mais perto.

Queria até ter um carro tunado estilo esporte, mas para conseguir um daqueles só sendo um patrão dos fortes ou conseguir um canal em uma agencia bancária ou sequestrar um playboy filho de mãe milionária.

Até pensei em tudo, mas já é tarde. 

O lugar onde vivo me faz assim, o trabalho exige muito e roubar é meu vício. Dizem que sou pobre e preto, por isso que eu roubo, mas quem governa o país também aprendeu a roubar. O brinquedo assassino matou a minha infância, não sou mais criança, o dinheiro ganhou a minha cabeça. Se eu tivesse uma chance seria jogador ou escritor para expressar a minha dor.

Eu jogava videogame quando alguém me chamou. Levantei, abri a porta e nem vi quem atirou. Minha mão está gelada, não sinto meu braço. Não posso me mover do pescoço para baixo. Pelo corpo todo, gelo amargo do frio, o eco do oitão, um monstro me feria. Um monstro atirou e chegou o meu fim. Isto traz ódio entre meus amigos e uma guerra é declarada. O tiroteio começa e vários inocentes correm risco de vida. 

A minha mãe num canto começa a chorar para Deus lhe salvar. Lembrei de todas as vezes que ela me disse: ?- Filho não vá?. Mas eu não a escutava, queria mais.

Agora me arrependo, Deus acreditou em mim, abriu meus olhos e vi a minha mãe em cima de mim. Dei-lhe um abraço, prometi mudar, hoje sou um novo homem, cada dia agradeço por ter forças para mudar.

O lugar aonde vivo pode ser melhor, basta cada ser humano se olhar antes de olhar o próximo e acreditar que Deus existe e ele te ama. Se você mudar ele será o primeiro a te ajudar.

Informações adicionais:
Samara Graciolli
Secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional de São Lourenço do Oeste
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