Alunas de Enfermagem da Udesc Oeste elaboram pesquisa sobre acidentes de trabalho em frigoríficos
O trabalho em frigorífico compreende atividades repetitivas, ritmo intenso de trabalho feito em ambientes com inadequados níveis de iluminação, ruído e temperatura, presença de poeira, pequenos espaços e freqüente manipulação de instrumentos cortantes.
A constatação é das alunas Janice Schimelfenig, Larissa Fuhr, Thais Pavelski e Vanessa Sagaz, do curso de Enfermagem do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em pesquisa sobre acidentes de trabalho na indústria frigorífica. Elas receberam orientação das professoras Grasiele Busnello, Marta Kolhs e Rita Oltramari.
A pesquisa foi publicada no suplemento Sul Brasil Rural, encartado a cada 15 dias no jornal Sul Brasil, que é editado em Chapecó e circula nesta quinta-feira, 14, em oito municípios do Oeste. O encarte é coordenado pelo professor Paulo Ficagna, do curso de Zootecnia da Udesc Oeste.
Saúde em risco
Após destacar que o Brasil é o líder mundial de exportação de carnes (aves, suínos e bovinos), as acadêmicas observam que os investimentos em automação industrial, ritmo acelerado, mão de obra barata e exigência de produtividade cada vez maior colocam em risco a saúde dos trabalhadores “por ficarem expostos a diversos riscos ocupacionais”.
Segundo a pesquisa, os acidentes de trabalho estão relacionados a vários fatores de risco, como os agentes químicos, físicos, mecânicos, biológicos, ergonômicos e psicológicos, além da sobrecarga de serviço, salários insuficientes, situação ocupacional insatisfatória e mecanismos formais de controle dos trabalhadores.
Facas, serras manuais e elétricas, moedor, amaciador e ganchos são, segundo o trabalho, os meios que possibilitam a ocorrência de acidentes de trabalho nos frigoríficos.
Os acidentes mais comuns ocorrem por excesso de confiança no manuseio da máquina, tentativa de dar rapidez ao trabalho, diálogos desnecessários enquanto realizam as tarefas, posicionamento das máquinas, falta de sinalização e manutenção e quedas.
De acordo com dados dos sindicatos de trabalhadores rurais, os frigoríficos empregam cerca de 20 mil pessoas em SC. A maioria das empresas se concentra no Oeste.
Equipamentos e normas
Para prevenir os acidentes, além do fornecimento dos equipamentos de proteção individual, é necessário aprimorar o conhecimento do trabalhador sobre a relação entre a atividade e a saúde “para reconhecer os riscos existentes e os métodos de prevenção” e fornecer informações claras e precisas sobre os riscos gerados pelo trabalho.
O trabalho das alunas de Enfermagem da Udesc Oeste ressalta, porém, que, à medida que aumenta a produção nos frigoríficos, as ações em saúde e segurança acompanham esse crescimento.
Elas citam ainda as Normas Regulamentares nº 36 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que estabelecem os requisitos mínimos para avaliação, controle e monitoramento dos riscos existentes nas atividades desenvolvidas na indústria de abate e processamento de carnes e derivados destinados ao consumo humano.
Assessoria de Comunicação da Udesc
Jornalista Valmor Pizzetti
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