Aliança Láctea Sul Brasileira define grupos de trabalho para direcionar as ações dos setores público e privado
A primeira reunião técnica da Aliança Láctea Sul Brasileira foi realizada nesta segunda-feira, 29, em Florianópolis e reuniu lideranças do agronegócio de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Durante o encontro, foram constituídos cinco grupos temáticos voltados para a qualidade do leite e os programas de pagamento por qualidade, a transferência de tecnologia, assistência técnica e qualificação, a sanidade e inspeção, a gestão industrial e de transporte e a política tributária e desenvolvimento de mercado. Os grupos de trabalho irão direcionar as ações dos setores público e privado num esforço de desenvolver todos os elos da cadeia produtiva do leite no Sul do país.
A Aliança Láctea é uma iniciativa dos três Estados do Sul. Com problemas e oportunidades comuns, SC, PR e RS se unem em um fórum permanente que congrega produtores, governo e indústrias em busca de um desenvolvimento harmônico do setor. “O leite é candidato a ser mais uma estrela do nosso agronegócio e nós precisamos preparar esse setor ser competitivo no mercado global, ou seja, ser capaz de produzir leite bom, a custo competitivo e com qualidade”, afirmou o secretário da Agricultura e da Pesca, Airton Spies.
Ele explicou ainda que, com os grupos de trabalho, a ideia é transformar as ideias em ações que proporcionem um salto de qualidade e produtividade do setor leiteiro. “As condições naturais e culturais do Sul são muito favoráveis para o desenvolvimento da cadeia leiteira. O desafio é transformar todo esse potencial em negócios e, com os três Estados combinando as suas políticas e estratégias, nós conseguiremos ir mais longe e mais rápido para que o leite seja um produto competitivo no mercado global”.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul, Cláudio Fioreze, a Aliança é um bloco técnico, econômico e político que tem um compromisso com a cadeia leiteira e com os produtores. “Dados mostram que, em alguns anos, teremos um excedente na produção e nós temos uma responsabilidade muito grande com os produtores, com as indústrias de processamento e com a sociedade”.
Como forma de incentivar a busca por um leite melhor, sem fraudes e com um maior retorno financeiro para os produtores de leite com qualidade, foi criado um grupo de trabalho voltado para a qualidade do leite e dos programas de pagamento do leite por qualidade. “Em qualquer setor o consumidor busca a qualidade e no setor primário nós queremos privilegiar a qualidade da matéria prima. Por meio de uma diferenciação de preços, queremos privilegiar quem trabalha bem porque qualidade custa esforço, trabalho e dinheiro”, ressaltou o presidente da Comissão de Bovinocultura de Leite da Federação da Agricultura do Estado do Paraná e também coordenador da Aliança Láctea, Ronei Volpi.
O grupo que trabalha com as transferências de tecnologia, assistência técnica e qualificação profissional apresentará as alternativas para que os produtores possam se profissionalizar e produzir mais quantidade de leite, com melhor qualidade, resultando em rentabilidade maior. O terceiro grupo trata das questões de sanidade dos rebanhos e da inspeção dos produtos de origem animal, abordando principalmente o controle da brucelose e tuberculose nos rebanhos.
Há um grupo ligado a gestão industrial e boas praticas para que os laticínios que trabalham na industrialização e na transformação do leite em derivados tenham acesso à tecnologia, mão de obra qualificada, e apoio para gestão dos processos industriais. O quinto grupo tem como tema a política tributária e o desenvolvimento de mercado, visando alternativas para acabar com qualquer diferença de tributação. Além disso, a preparação dos três Estados para exportar produtos lácteos deverá ser contemplada.
A reunião foi realizada na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) e o presidente José Zeferino Pedroso reconheceu a importância do setor leiteiro para o agronegócio catarinense, principalmente para a geração de renda para os agricultores familiares. “Ao contrário da suinocultura e avicultura, que estão ligadas à agroindústria, com a produção de leite, o produtor é o único dono de seu próprio negócio. A produção de leite é uma vocação do nosso estado”.
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