Aliança Láctea Sul Brasileira define estratégias para melhorar qualidade do leite
A melhoria da qualidade do leite e a profissionalização da cadeia produtiva estiveram no centro dos debates da terceira reunião técnica da Aliança Láctea Sul Brasileira, realizada nesta quinta-feira, 23, na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), em Porto Alegre. O encontro reuniu os secretários de Agricultura e lideranças do agronegócio de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná para tratar dos parâmetros técnicos para o leite e da criação de um programa de remuneração pela qualidade do produto.
Entre as proposições dos grupos de trabalho está avaliar a Instrução Normativa 62 (IN 62), que regulamenta produção, identidade, qualidade, coleta e transporte do leite tipo A, leite cru refrigerado e leite pasteurizado. O presidente da Comissão do Leite da Farsul e do Conseleite-RS, Jorge Rodrigues, explica que o objetivo é analisar os pontos da normativa que apresentam dificuldades para serem efetivamente cumpridos. Os integrantes da Aliança Láctea defendem planos e normas mais adequados à realidade dos produtores do Sul do país e que possam ser implementados.
Com relação ao pagamento pela qualidade do leite, o secretário adjunto da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spies, acredita que a medida vai influenciar o setor a buscar um leite de melhor qualidade e evitar as fraudes. “Queremos estabelecer mecanismos para que o leite melhor seja bem pago e para que o leite ruim seja desvalorizado por não ter a qualidade necessária para o mercado. Entendemos que assim o setor irá avançar mais rapidamente para a produção do leite de alta qualidade capaz de enfrentar os melhores mercados do mundo”, ressalta. O presidente do Conseleite-RS lembra que a intenção não é interferir nas políticas de remuneração das indústrias, mas criar parâmetros que possam ser usados nos três estados do sul, inclusive pelas empresas menores.
Outra questão debatida no encontro foi a diferença tributária entre estados do Sul e demais entes da Federação. “O sonho é que tivéssemos os mesmos tributos”, disse o secretário paranaense, Norberto Ortigara, que admitiu que hoje isso não é possível. O grupo de trabalho que trata da política tributária contempla também a preparação dos três estados para exportar produtos lácteos.
O secretário adjunto Airton Spies salientou também a importância das ações voltadas para a sanidade dos rebanhos, principalmente no controle da brucelose e tuberculose. A próxima reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira será em julho, em Florianópolis.
Juntos, os três estados do Sul produzem cerca de um terço do leite brasileiro. “Hoje somos maiores do que a Argentina em produção de leite. Temos de nos preparar para não apenas abastecer o mercado interno, mas também participar do mercado internacional”, afirma o coordenador-geral da Aliança Láctea Sul Brasileira, Ronei Volpi.
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