Rossana Hamann. Fotos: Mauricio Vieira / Secom

A participação das mulheres na vida econômica catarinense aumenta consideravelmente ano após ano. Muitas delas empreendem em busca de uma atividade rentável que possa ser construída de forma autônoma e independente. E na data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, dados apresentados pelo Sebrae indicam que, em Santa Catarina, 74% das mulheres empreendem em busca de melhores oportunidades. Enquanto 26% abrem seu negócio por necessidade. Do total, 78% são optantes do Simples Nacional, ou seja, são microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP).

E quando se trata de oportunidade, Luana Menegat, 27 anos, formada em Direito, sabe muito bem o significado desta palavra. A jovem atua na área de contabilidade desde 2012. Em 2018, começou empreender, por meio de uma sociedade com uma empresa de contabilidade digital, a Razonet, maior startup vinculada ao Centro de Inovação de Joaçaba.

“No início, o maior desafio foi conquistar e fazer o cliente confiar. Hoje temos mais de mil. E fica uma dica: se a empresa tem altos e baixos, mostra que ela está crescendo. Persista. É desafiador, mas vale a pena. Eu sinto orgulho de ser empreendedora e levar isto para o Brasil todo”, comemora Luana.

Luana Menegat

“As micro e pequenas empresas são os grandes impulsionadores do desenvolvimento econômico de Santa Catarina. E as mulheres, cada vez mais representativas nesta fatia de mercado, contribuem para o fortalecimento de novos negócios e oportunidades”, afirma o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon.

Juro Zero

Uma das ações que vem estimulando investimentos e o crescimento de pequenos negócios no Estado é o Juro Zero. Para Rossana Hamann, 27 anos, o programa criado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE), foi a solução que faltava para o pontapé inicial do seu pequeno negócio. 

“Comecei a trabalhar quando tinha 14 anos, como manicure, em um salão de beleza e nunca mais parei. Fiz cursos de maquiagem, penteado, escova, entre outros. Mas na pandemia eu senti uma necessidade: ter um espaço só meu e ter pessoas trabalhando ao meu lado, com a mesma pretensão que eu: auxiliar outras meninas a ter autocuidado e melhorar a autoestima delas. Foi aí que o Juro Zero me deu aquela ajudinha e dei o primeiro passo. Hoje, trabalho com sete mulheres dentro do meu espaço. É só o primeiro, de muitos”, comenta Hamann.

Residente em São José, na Grande Florianópolis, Tamires Flores, 27 anos, atuava na área da enfermagem. Até que um dia idealizou montar o seu próprio negócio. “Hoje sou empreendedora, tenho uma loja esotérica e estúdio de terapias, onde 80% do meu público é feminino. Elas são muito mais que clientes, são parceiras e amigas. Todas temos dificuldades, mas não podemos desistir. E o Juro Zero me ajudou a permanecer, a persistir no meu sonho. Não desista do seu objetivo”, frisa.

Tamires Flores

Só no ano de 2020, foram mais de 56 mil mulheres que aderiram ao Juro Zero, que segue ajudando na formalização de Microempreendedores Individuais e no incentivo aos pequenos negócios em Santa Catarina.

Como aderir

Por meio do Juro Zero, o MEI recebe um crédito de até R$ 5 mil para investir no seu negócio. Podem aderir ao programa todo o Microempreendedor Individual formalizado. Os empréstimos podem ser pagos em oito parcelas. Ao quitar as sete primeiras em dia, a última é paga pelo Estado.

“Este recurso é fundamental, pois ajuda aquele MEI a começar seu negócio, movimenta a economia, tira ele da informalidade e o principal, estimula o espírito empreendedor dos catarinenses”, explica a diretora de Empreendedorismo e Competitividade da SDE, Letícia Duarte.

O Programa, que atende 100% dos municípios catarinenses, é operacionalizado pelo Badesc e conta ainda com parceria da Associação das Instituições de Microcrédito e Microfinanças da Região Sul do Brasil (Amcred/SC) e do Sicoob – Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil.

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