Coronavírus em SC: Vídeo da Udesc Oeste será usado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena para orientações sobre Covid-19
O projeto audiovisual “Covid-19, fala Kaingang!”, desenvolvido pelo Centro de Educação Superior do Oeste (CEO) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), será utilizado pela Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde, para orientar comunidades indígenas sobre a doença e formas de prevenção.
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Coordenado pelas professoras Francielli Girardi e Clarissa Bohrer da Silva, do Departamento de Enfermagem da Udesc Oeste, o material audiovisual é bilíngue e contou na produção com apoiadores e integrantes da Terra Indígena Kaingang do Toldo do Chimbangue, de Chapecó.
Segundo Francielli, a ideia surgiu a partir da necessidade de proteger as comunidades indígenas, respeitando os preceitos tradicionais. “O material será amplamente divulgado em todo território nacional pela Secretaria Especial da Saúde Indígena”, confirma a professora.
Aldeias já sofrem com doença
Francielli, que é doutora em Saúde Coletiva, também atua como pesquisadora em saúde indígena e destaca que existem aproximadamente 500 mil indígenas residindo em cerca de 500 terras indígenas no país, conforme dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A docente explica que, diante dos números atuais da Sesai, é possível perceber que essa população já está sendo atingida. “Em 24 de abril, foram confirmados 42 casos de Covid-19 e quatro óbitos entre os índios no Brasil. Em Santa Catarina, já temos dois casos suspeitos”, relata.
Os dados também podem ser conferidos na plataforma online da ONG Instituto Socioambiental (ISA), que permite observar e monitorar o avanço do vírus nas reservas indígenas.
>>> Acesse aqui os casos de Covid-19 nas reservas indígenas
De acordo com Francielli, a proximidade entre comunidades indígenas e as cidades catarinenses facilitam o contato dos índios com a Covid-19. “Além disso, a organização tradicional indígena favorece o agrupamento entre familiares, o que potencializa a disseminação do vírus nas aldeias”, ressalta.
Outra questão é o impacto socioeconômico da quarentena nas comunidades, já que a impossibilidade de sair das aldeias pode resultar em escassez de alimentos. “A renda dos indígenas advém da venda de artesanatos na cidade”, explica a professora.
Mais informações
Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas pelo e-mail fragirardi@gmail.com.
Confira todas as ações desenvolvidas pela Udesc no combate à pandemia do novo coronavírus no site udesc.br/coronavirus.
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