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Autorizado início das obras de recuperação ambiental da Beira-Mar Norte em Florianópolis


Fotos: James Tavares/Secom

Para garantir qualidade de vida e proteção ao meio ambiente, começou nesta quinta-feira, 15, uma obra muito esperada em Florianópolis: a recuperação ambiental da Beira-Mar Norte. O governador Eduardo Pinho Moreira, acompanhado do presidente da Casan, Valter José Gallina, e do prefeito Gean Loureiro, autorizou o início da obra, que prevê o controle dos efluentes conduzidos pela rede de drenagem (que coleta a água das chuvas) em 3,5 quilômetros de praia, da Ponte Hercílio Luz à Ponta do Coral. A obra, que tem previsão de término em oito meses, terá investimento de R$ 17 milhões do Governo do Estado, por meio da Casan.

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“É uma técnica moderna e inovadora já usada em outros países. A obra gera uma grande expectativa, e eu serei mais um fiscalizador da efetividade desta ação. Os estudos técnicos apresentados são revolucionários. Esperamos que, ainda neste ano, a recuperação ambiental deste, que é um dos lugares mais bonitos do Brasil, seja entregue à população”, explicou o governador.

>>> Ouça o boletim da Rádio Secom sobre o assunto

Água contaminada

O plano de trabalho contempla a instalação de uma Unidade Complementar de Recuperação Ambiental (URA) junto à Estação Elevatória da Casan na Avenida Beira-Mar (área conhecida como Bolsão da Casan). A URA vai tratar a água contaminada da rede de drenagem e lançar ao mar efluentes livres de coliformes fecais. O equipamento terá capacidade de tratar até 13 milhões de litros por dia.

Serão 15 pequenas estações conduzindo a mistura de chuva com esgoto até a URA Beira-Mar. O presidente da Casan, Valter Gallina, disse que o projeto consolida os investimentos da empresa de saneamento na saúde e na qualidade de vida da Capital catarinense. “Estamos investindo mais de R$ 400 milhões em rede de esgoto na cidade. Já solucionamos o problema da falta de água e, agora, vamos devolver à população esta que é uma das áreas mais nobres. Os técnicos da Casan tiveram que buscar capacitação e consultoria internacional e farão uma obra parecida com a que foi feita na praia de Santa Monica, na Califórnia, e que é exemplo para todo o mundo”, explicou.

Já o prefeito afirma que muitos não acreditavam que a recuperação ambiental da Beira-Mar Norte fosse possível. “Agora temos tecnologia, projeto definido, recursos e acompanhamento técnico. Isto traz uma nova perspectiva para Florianópolis, com mais pessoas usufruindo a Beira-Mar e com novas opções para eventos culturais, esportivos e até para uma futura marina na cidade”, destacou o prefeito.

Benefício para comunidade

Moradora há 76 anos em Florianópolis, Soeli Neves de Carvalho (foto) lembrou que frequentava a praia da Beira-Mar durante sua juventude. “As famílias se reuniam aqui, em toda a orla. Era um lugar romântico e familiar. Estou muito feliz com o início desta obra, que é aguardada há muitos anos. Para nós, idosos, é muito importante ter um local para sentar, tomar um suco e contemplar esta vista maravilhosa”, afirmou.

Frequentador da academia ao ar livre da Beira-Mar, João Catarina Barbosa, morador há 64 anos na cidade, também está na expectativa pela conclusão da obra. “Vai melhorar muito o nosso lazer. Será uma grande conquista para todos os florianopolitanos”, comemorou.

“A recuperação ambiental desta área é um sonho antigo de todos os moradores de Florianópolis. Imagino como será maravilhoso tomar um banho de mar aqui, assim como meus avós faziam”, relatou a representante da Associação de Amigos da Praça Celso Ramos (AMAPraça), Patrícia Saldanha de Vasconcelos.

Poluição da Baía é localizada

Apesar de a área central de Florianópolis contar com 100% de rede de coleta e tratamento de esgoto, diferentes fatores ainda causam a poluição da praia. Entre eles, a ocupação desordenada e o altíssimo adensamento urbano. Para agravar, Casan e Prefeitura da Capital estimam que cerca de 50% dos imóveis da região apresentam alguma irregularidade na instalação com a rede coletora de esgoto.

Esse conjunto de fatores faz com que os canais pluviais arrastem com a água da chuva uma alta carga de esgoto, gerando a contaminação que impede o banho de mar na zona mais populosa da Capital. A rede de esgoto instalada resolve o problema sob o ponto de vista sanitário, mas não permite a balneabilidade.

Análises realizadas pelo Laboratório de Efluentes da Casan para monitoramento da Baía Norte apresentam resultados que deram suporte ao projeto de despoluição da região. Esse acompanhamento mostra que a menos de 200 metros da areia da praia a água se apresenta dentro dos parâmetros de balneabilidade da Fatma. Essa boa condição da água comprova que a poluição da Baía está localizada nas galerias de água da chuva.

{article Elisabety Borghelotti}[text]{/article}